Se você pensa que só os relacionamentos tóxicos e prejudiciais têm problemas, errou. Até mesmo os envolvimentos bem sucedidos têm conflitos.
John Gotman, especialista em relacionamento, tem um espaço na Universidade de Washington, EUA, com um curioso nome: Laboratório do Amor. E foi através de anos de pesquisa e estudo com mais de 3 mil casais que ele constatou que o problema não está no conflito entre duas pessoas, mas como o casal vai gerenciar e resolver aquele ponto fraco ou discordância.
Com toda sua experiência na área, Gottman afirma que pode prever com precisão de 90% se um casal vai permanecer junto ou não.
Depois das mais diversas pesquisas, o especialista identificou 4 dos principais venenos que podem acabar com o relacionamento. Junto com eles, apontou as principais coisas a fazer que servem como antídotos, salvando-o. Conheça!
Crítica
O ser humano não sabe absorver bem as críticas. Se você faz isso com sua parceira com frequência, ela pensa que é um ataque direto e pessoal a ela, atacando seu caráter.
A crítica prejudica muito mais do que uma simples queixa ou um comentário negativo aleatório. Este é o sinal mais comum e evidente de que seu relacionamento está com problemas.
O que fazer: Reclamar sem culpar o outro
Fale sobre seus sentimentos e carências usando mais o Eu e não o Você. Depois, sempre tente expressar uma necessidade positiva para a ação ou mudança: O que você sente? O que você precisa?
Crítica: “Você sempre fala sobre si mesmo. Você é tão egoísta”.
Antídoto: “Estou me sentindo deixado de fora por nossa conversa hoje à noite. Podemos, por favor, falar sobre o meu dia?”
Desprezo
Este é um forte sinal de que o relacionamento está fracassando, já que os pensamentos negativos em relação a companheira foram guardados por muito tempo a ponto de o indivíduo não se preocupar em resolver os conflitos.
Alguns exemplos de demonstrações de desprezo incluem quando uma pessoa usa sarcasmo, cinismo, xingamentos, escárnio, zombaria e humor hostil durante uma discussão.
O que fazer: cultive o respeito
O antídoto é a construção de uma cultura de valorização e respeito do outro. Pense de forma positiva sobre sua parceira, concentrando-se nas qualidades, e não nos defeitos.
Desprezo: “Você é um idiota.”
Antídoto: “Estou orgulhoso da forma como você lidou com essa situação.”
Estar sempre na defensiva
Neste caso, o indivíduo age como se o outro estivesse atacando. Ao ser criticado, a reação que tem é de proteção dos seus sentimentos, fechando-se para o outro ou reagindo com raiva, dando o troco.
Ficar na defensiva é uma maneira de culpar o parceiro. Você está dizendo, na verdade, o problema não é comigo, é com você. Como resultado, o problema não é resolvido e o conflito se agrava ainda mais.
O que fazer: aceitar a responsabilidade
Mesmo que você tenha um ponto de vista conflitante e que não concorde com a outra parte, tente escutar o que a outra pessoa tem a dizer e assuma parte da responsabilidade.
Defensiva: “Não é minha culpa que estamos sempre atrasados, a culpa é sua.”
Antídoto: “Bem, parte disso é o meu problema, eu preciso otimizar melhor o meu tempo.”
O silêncio
Quando você percebe que não consegue lidar com os três sinais acima, pode reagir escolhendo a não interação, virando as costas, mostrando-se ocupado e recusando-se a discussão.
Você até pode evitar o confronto, mas fecha todos os canais de comunicação. O efeito disso não é saudável para o relacionamento, causando o distanciamento e, no futuro, a separação.
O que fazer: calma
O primeiro passo é acalmar-se durante o conflito. Se você continuar a discutir de cabeça quente, vai explodir com sua parceira, falar o que não deve e não chegarão a lugar nenhum.
Espere 20 minutos para reduzir a raiva e o nervosismo do calor da hora antes de iniciar a conversa. Saia para caminhar, leia um livro, veja um filme ou série e volte a conversar quando sentir-se mais calmo e pacífico. É crucial que, durante este tempo, evitar pensamentos de justa indignação (“Eu não tenho que aceitar mais isso”) e de vitimização inocente (“Por que ela está sempre pegando no meu pé?”). Gaste seu tempo fazendo algo reconfortante, como ouvir música ou fazer exercícios.
Fonte: Gottman
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