Diferença de idade influencia no relacionamento? Saiba como lidar com isso

Quando os dois iniciaram sua vida amorosa, Aaron Johnson era um ator estreante, de apenas 19 anos. Ela, Sam Taylor, uma diretora de cinema de 43 anos (responsável por O Garoto de Liverpool e 50 Tons de Cinza). Os 24 anos de idade não pareciam ser um empecilho para as duas pessoas que se amavam e decidiram construir uma vida juntas.

+ Feitos um para o outro, mas separados pela idade

Francisco Cuoco (79 anos) Thaís Almeida (26); Michael Douglas (70 anos) e Catherine Zeta-Jones (45 anos); Jason Statham (47 anos) e Rosie Huntington-Whiteley (28 anos); Nick Cannon (34 anos) e Mariah Carey (45 anos); Tom Cruise (46 anos) e Katie Holmes (30 anos); Harrison Ford (72 anos) e Calista Flockhart (50 anos).

Assim como estas pessoas citadas acima, vários outros casais que se gostam vivem o dilema e o preconceito só por causa da diferença de idade que possuem. Mas será que ela realmente influencia no relacionamento? O que realmente importa em uma vida a dois?

Dificuldades: preconceito em volta

“Eu fiz um monte de grandes decisões em minha vida que teria me perturbado. Mas, realmente nunca pensei em opiniões de outras pessoas, então por que começar agora?” Sam Taylor sobre seu relacionamento com Aaron, 24 anos mais jovem.

Apesar das coisas estarem um pouco melhores nesse campo, ainda há muito preconceito pela diferença de idade. Quando um ainda tem idade para ser pai ou mãe da outra pessoa, a questão é levantada à tona com opiniões do tipo: “É por dinheiro, status ou poder!”, que os dois envolvidos se relacionaram.

Para encarar um romance assim, primeiro é preciso se desapegar das opiniões alheias, ser seguro do que sente e da escolha de ambos, caso contrário, no primeiro embate, as coisas desandam e não vai demorar muito tempo para os dois acabarem se afastando.

Ignore opiniões ofensivas e mostre que o envolvimento entre vocês está baseado em valores muito mais importantes que a idade biológica, como amor, admiração, desejo e sinceridade.

Fator família e amigos pesam

Em uma família com o pensamento mais aberto e esclarecido, o relacionamento tem muito mais chance de seguir em frente. Caso contrário, é preciso se preparar para o embate que você e sua parceira terão.

Encontro e festas familiares normalmente virão com piadas ou ataques sobre o envolvimento entre vocês. Pais e mães podem se tornar até inimigos da relação, pensando que esta é a melhor forma de proteger seus filhos.

A conversa e o tempo ainda são as melhores alternativas para tentar fazer com que outras pessoas mudem de ideia. Confronto e choque são ações a se pensar por último, já que tendem a ter resultados negativos. Evite colocar-se entre parentes e amigos próximos da sua parceira, pois a relação pode perder com isso.

Objetivos opostos

Você não precisa pensar da mesma forma que sua parceira e, é até bom que não o faça. Mas, o conflito vai surgir quando os dois têm e criam objetivos opostos para a vida e o relacionamento.

Por exemplo: quando um jovem homem quer ter filhos com uma mulher já divorciada, que passou dos 40 anos e com frutos do relacionamento anterior. Neste caso, é preciso estabelecer diálogos e objetivos em comum que, nem sempre irão conciliar, o importante é respeitar e entrar em um consenso. Caso seja realmente conflitante, a separação é o melhor caminho.

Existirá também diferenças físicas entre as partes. Apesar de haver exceções, a tendência é que a parte mais velha do casal não consiga acompanhar o ritmo do outro, especialmente se o jovem curtir ambientes agitados e for muito intenso, inclusive no aspecto sexual. Achar o compasso no qual os dois se sintam bem poderá dar trabalho, mas vale o investimento quando se gostam.

Quando os opostos se atraem

Você busca uma parceira para complementar sua vida. Logo, não precisa de um clone para viver ao seu lado. É certo que padrões morais e éticos precisam ser convergentes, mas suas potencialidades podem, e devem ser complementares, para que ocorra uma admiração e aspiração mutua.

Um exemplo que uso é o meu. Tenho uma visão muito mais sonhadora e aspiracional da realidade. Por outro lado, minha parceira tende a ser mais racional e cartesiana (estabelecer passos e correr atrás de metas). O mais importante é encarar as diferenças de forma positiva, buscando aprender e se desenvolver através delas.

Mas, o que realmente importa?

“O que realmente importa sobre nossa idade? Eu nunca percebi isso quando nos apaixonamos um pelo outro. E eu não noto isso agora. Nós apenas nos damos instintivamente bem…”, declarou Aaron Johnson.

Você não pode medir o amor ou qualquer sentimento pela idade. Muitas vezes, vai sentir mais sinergia com uma pessoa mais velha ou nova do que grupos pares.

Isso acontece por razões biológicas. As mulheres tendem a amadurecer mais cedo do que os homens, a entrar no ápice físico aos 20/30 anos e buscar um companheiro para a vida nesta idade. Já os caras, por outro lado, demoram a engrenar e, tem o seu ápice descrito em torno dos 40 anos, quando as realizações pessoas e profissionais convergem. Nada mais natural do que pessoas em idades iguais terem objetivos diferentes.

“É como se a vida da mulher de 30 anos a colocasse em posição diametralmente oposta à do homem da mesma idade. As mulheres de 20 e os homens de quarenta parecem afinados. Assim como os homens de 20 e poucos com as mulheres de 40. Isso faz com que esses casais assimétricos sejam cada vez mais frequentes”. (Leo Jaime)

O que você não pode fazer

Ao envolver-se com alguém com disparidade de idade, você tem que se atentar para não enxergar o parceiro como um pai ou mãe (no caso dos mais novos) ou mesmo um troféu para afagar o próprio ego (no caso do mais velhos). Se a meta for essa, seu relacionamento não tem base nenhuma e está fadado ao fracasso.

Coloque-se no lugar do outro

Os conflitos surgem quando os mais velhos começam a exigir do mais novo atitudes condizentes com sua idade e maturidade. O problema é que a(o) parceira(o) pode ainda não ter desenvolvido a maturidade por não ter tido ou passado pela mesma vivência.

O oposto também ocorre. Quando o mais novo exige coisa do mais velho que já não tem sentido, pois o mesmo está em outra fase da vida. Disposição para participar de certas situações, o mesmo pique ou até vontade de fazer. O tempo passa, as prioridades e vontades mudam.

Para evitar que isto ocorra, tente colocar-se no lugar do outro, respeite o espaço, vontade e disposição alheia. Com diálogo franco, as coisas tendem a chegar em um denominador comum.