Anthem não é o monstro que estão pintando (Análise)

Quem acompanha o mundo dos games ficou assustado com o número de críticas negativas que o mais novo blockbuster da EA/Bioware, Anthem, recebeu. Será que você deve levar isso a sério?

Anthem não é o monstro que estão pintando

Nem tanto ao céu e nem tanto à terra- cuidado para não ser contaminado

Quem acompanha o mundo dos games ficou assustado com o número de críticas negativas que o mais novo blockbuster da EA/Bioware, Anthem, recebeu. O pré-lançamento, como sempre, é marcado pela enorme expectativa dos jogadores para um novo título de uma produtora gigante, além de trailers cinematográficos que só aumentam o furor na comunidade.

Anthem te coloca na pele de um Freelancer, um guerreiro que opera uma Javelin (Lança, na tradução livre do game em português), uma armadura robótica, uma meca, uma verdadeira arma de guerra que é usada como a finalidade de proteger o seu povo que mora em fortalezas. Em um misto de mitologia e realidade, a história te guia para a solução de mistérios e para recuperar o orgulho de sua classe- perdido há tempos por conta de uma missão fracassada de proteger a todos.

O ambiente em que a história se passa é estonteante. A atenção para os detalhes de textura e preenchimento de um mundo aberto com diferentes níveis de altura mostra um trabalho duro e bem competente. A iluminação é outro ponto que chama muito a atenção. Já me peguei distraído olhando o feixe de luz sobre um grande cânion, como se fosse um maravilhoso pôr do sol, o que me fez bater de cara com um rochedo no meio do voo.

O voo, uma das características da quatro Javelins que você pode escolher para enfrentar os desafios de Anthem, é um show à parte- talvez o maior chamariz para o título desde o momento que foi anunciado. A sensação de se voar em um mundo aberto é prazerosa. Você pode imprimir o seu ritmo nos céus, seja algo mais objetivo ou rabiscando o ambiente. É algo que eu tinha sentido, em menor escala, na sensação de sair voando no Super Mario 64 quando você pegava o chapéu com asas.

Falado em referências externas, posso dizer que o mundo mistura elementos de Matrix, pegando as oficinas das armaduras, com combates que em certos momentos lembram o filme Tropas Estelares. Outra similaridade muito clara, obviamente, é com o Homem de Ferro. Não demorou muito até encontrar outros jogadores com pinturas customizadas dos pantones do herói da Marvel.

Crédito: Reprodução

As expressões faciais dos NPC´s nas conversas é outro ponto que me chamou a atenção. Os diálogos, longos e elaborados, com a opção de você escolher algumas respostas em alguns deles, podem cansar aqueles jogadores mais ansiosos. Sem problema- você pode pular a maioria dos momentos que você não está no comando como uma cena da história ou conversa.

Não escapei também dos tão falados bugs. Acredito que passei pelos mais comuns reportados por aí. Tive em alguns momentos a perda do áudio, que só voltava após reiniciar o jogo, companheiros sem cabeça e desconexões do servidor do jogo. As telas demoradas de carregamento não considero um bug, mas algo suportável pelo peso do jogo (mais de 50GB na versão para PC).

Outra reclamação, do combate e missões repetitivas, vejo como um RPG normal, onde você vai trabalhar para conseguir equipamentos mais fortes e vai sim passar por mecânicas de objetivos já vistas- nada de novidade com outros títulos também consagrados no mercado.

Fechando a conta, Anthem é um jogo para relaxar. É algo que você vai ligar quando quer esvaziar sua mente, matar inimigos com armas explosivas em sua armadura à la Homem de Ferro e passar algum tempo em um ambiente bem provocativo de tão bem trabalhado. Apesar de ser um jogo bem colaborativo, onde não joguei nenhuma missão sozinho, sinto que é um jogo para se jogar sozinho, no seu ritmo pessoal. Talvez organizar uma missão com mais 4 amigos em diferentes níveis seja uma tarefa mais árdua.

Quanto aos bugs, no final do dia não é nada que alguns arquivos de atualizações não resolvam (já passei por uma atualização que melhorou a interface). São faltas graves, que devem sim ser tratadas com grande importância, mas estamos falando de algumas contravenções e não de um crime premeditado. Falar que o jogo está “quebrado” é injusto com o trabalho apresentado. Talvez seja uma resposta à expectativa criada inicialmente, mas esse parâmetro fica pela conta do freguês.

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Henrique Cavinatti
Henrique Cavinatti

Apaixonado por videogames ao ponto de pedir para sua mãe para se chamar Mario. Provavelmente o único comprador de um Virtual Boy. Além de jogar em diversas plataformas, é Relações Públicas e toca em um grupo de pagode, o Reduto do Samba.

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