Guarde esse nome: Bailey Matthews. Em um instante volto para ele. Mas antes, vamos falar sobre mim. Meu nome é Edson Castro, tenho 1,70 m de altura e em outubro de 2010 eu pesava 115 quilos.
Minha principal desculpa na época era falta de tempo e boa e velha reclamação “é foda emagrecer”. Um dia, após ficar muito incomodado com o meu peso, resolvi calçar um tênis e dar uma volta no parque do Ibirapuera. Aos poucos, as voltas foram se tornando um trote e logo viraram uma corrida.
Pouco tempo depois, ingressei em um time de rugby que ficava próximo ao meu trabalho e comecei a treinar duas vezes por semana. Ao mesmo tempo, comecei a moderar o que comia. Em 6 meses, passei a pesar 85 quilos. Foi um processo gradativo e que, no fim, deu resultado.
De lá para cá, criei um hábito. Pelo menos duas vezes por semana, saio para fazer uma atividade física. Seja ela correr, pedalar, caminhar, nadar… Saio para fazer algo que contribua para o meu bem estar.
Virou um hábito, mas vira e mexe bate uma preguiça. Num desses em que estava deitado na cama pensando se sairia ou não para correr, conheci Bailey Matthews. Aquele que citei começo do texto.
Pois bem, ele é um garoto de 8 anos que tem dificuldades motoras devido a uma paralisia cerebral e conseguiu completar uma prova de triatlo na Inglaterra neste sábado. (Leia mais sobre a notícia aqui)
Quero falar um pouco sobre oportunidade e desculpas. Sempre que escrevemos algo sobre atividade física aqui no site surge um ou outro cara com as mesmas desculpas de sempre para se exercitar:
- Ah, estou fora de forma demais para começar.
- Ah, não tenho tempo para me exercitar.
- Ah, entrar em forma custa muito dinheiro.
Como sempre deixam as desculpas falar mais alto do que qualquer vontade ou motivação de tirar a bunda do sofá em busca de uma melhora de suas condições de vida. E, as poucos, vão pagando as consequências por isso.
O número de vítimas de doenças causadas por obesidade ou falta de cuidados com o corpo só aumenta no Brasil e no mundo. Segundo uma pesquisa, nenhum país teve um declínio significativo da obesidade nos últimos 33 anos,
Veja bem, não estou dizendo que você deve ter um corpo perfeito ou uma barriga tanquinho, mas sim, o mínimo de condicionamento físico que faça bem para saúde.
Entendo que pessoas diferentes tem biotipos e organismos diferentes. Uns emagrecem mais rápido, outro demoram mais. Por isso, não culpo aqueles que tem uma barriguinha a mais.
Agora, não ter fôlego para subir um lance de escadas ou dar uma volta no quarteirão não pode ser considerado algo normal.
Muito menos chegar aos 40 anos com a saúde completamente fora de ordem. Triglicérides, colesterol e pressão podem ser controlados com exercícios semanais e com uma alimentação decente e balanceada.
Olhe par aquele garoto que, mesmo sem conseguir andar direito, termina uma prova com corrida, natação e ciclismo, e me diga se sua desculpa realmente é boa.
Será que não dá para você controlar o quanto e o que come no almoço e janta? Não dá para sair do trabalho e fazer um pouco de esteira? Ao longo da sua semana, você não consegue andar um pouco mais ou quem sabe pedalar?
Qualquer que seja a sua desculpa, pense que aquela garoto de 8 anos daria tudo para conseguir realizar suas atividades físicas com menos dificuldade. E você, com plenas condições físicas, continua inventando desculpas para continuar sentado no sofá enquanto sua saúde definha aos poucos.
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