Como lidar com espinhas quando você já passou há tempos da adolescência

Descubra o que pode estar te dando espinhas e como tratá-las!

Passar pela puberdade é uma experiência maravilhosa e, ao mesmo tempo, constrangedora. Não é só o corpo que cresce todo desengonçado, as cordas vocais também parecem sacanear os garotos e os hormônios resolvem enlouquecer. Nessa época, raros são aqueles que não experimentam a sensação única de um rosto coberto por espinhas.

Durante a adolescência, duas das maiores causas da acne são: a produção dos hormônios sexuais e o estresse emocional. Mas e quando a gente entra na fase adulta e lá pelos trinta anos vivencia uma crise de espinhas?

Segundo a médica do serviço de Alergia e Imunologia do Hospital Cajuru, Adriana Schmidt: “Muitos pacientes adultos me procuram incomodados com surtos de acne, que atingem 40% dos homens e 54% das mulheres”.

Então, o que pode causar espinhas em adultos?

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Dissemos anteriormente que as causas mais comuns para a formação da acne na adolescência são hormonais diretamente relacionadas a problemas de funcionamento da pele.

Nas mulheres adultas, a questão hormonal prevalece e elas costumam experimentar crises de acne relacionadas ao ciclo menstrual. Se você, homem, está encarando espinhas ao se olhar no espelho, o problema – obviamente não relacionado à menstruação – pode estar na oleosidade da pele.

Annia Cordeiro Lourenço, medica especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica como a acne pode se formar: “O sebo é produzido em uma composição mais gordurosa e tem dificuldade de sair do poro. Em contato com as células mortas e impurezas, a pele produz uma inflamação, que é a acne”.

Mas a acne em homens adultos também pode ser desencadeada pelo uso da vitamina B12, comum no tratamento de anemia. Além disso, o estresse e a depressão também estão diretamente relacionados ao surgimento da acne nesse período, pois distúrbios emocionais podem aumentar a produção de neuropeptídeos que regulam a oleosidade da pele.

Você já reparou que existem dois tipos de inflamações? As espinhas com uma espécie de ponto preto no centro são causadas pelo bloqueio do canal do pelo que faz com o que o óleo se acumule naquela área e escureça; já aquelas com a ponta branca – as mais comuns – são formadas na parte sebácea do folículo.

Elas podem aparecer no rosto, nas costas, nos ombros, enfim, em qualquer lugar do corpo, mas a causa, normalmente, é a mesma.

Além das causas listadas acima, existem outras. Para ter um diagnóstico correto e iniciar o tratamento, é fundamental consultar um dermatologista, ok?

Como tratar

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O tratamento vai variar de acordo com o tipo e com a gravidade das lesões e deve continuar até o desaparecimento completo das espinhas.

Quando leve, a acne presenta cravos nas partes mais oleosas da pele e, para esse caso, o tratamento é feito com o uso de sabonete duas vezes ao dia. Antes de dormir, dermatologistas costumam indicar a aplicação de soluções adstringentes e géis que estimulem a renovação celular e combatam a ação de bactérias.

Se o seu caso for mais simples, a aplicação local de medicamentos como tretinoína, ácido retinoico ou peróxido de benzoíla, pode desobstruir os folículos pilosos, controlar a oleosidade e impedir o desenvolvimento de bactérias.

Acnes moderadas pedem um tratamento mais específico. Se a sua pele tem cravos e espinhas com presença de pus, são avermelhadas, doloridas e estão visivelmente inflamadas, é melhor usar antibióticos específicos para o problema.

Nesse caso, é importante fazer a limpeza da pele com loções adstringentes mais potentes.

Em casos mais severos de acne inflamatória e purulenta, talvez seja necessário o uso de antibióticos orais, em forma de pomada ou até através de injeções no interior das lesões.

Se a sua pele tem muitas lesões inflamadas e que não respondem aos outros tratamentos, seu dermatologista provavelmente vai indicar um tratamento com base em isotretinoína, substância derivada da vitamina A que reduz o tamanho das glândulas sebáceas.

Mas tome cuidado: o uso da substância pode causar um monte de efeitos colaterais, como alteração de enzimas do fígado, aumento nos níveis de colesterol e triglicerídios, ressecamento da pele e mucosas.

Então, se você vê alguém usando deliberadamente medicamentos como Roacutan, não siga o exemplo. Seu médico só vai transcrever esse remédio se ele for extremamente necessário e também vai pedir exames de sangue para ter certeza que o seu fígado está saudável que a concentração de gordura no sangue está dentro dos padrões.

Se o seu dermatologista indicar, você pode fazer sessões de limpeza de pele durante o tratamento prescrito para remover os comedões abertos e fechados.

De acordo com Adriana, o filtro solar não deve ser esquecido. “É fundamental que se use para evitar o surgimento de manchas nos locais onde a pessoa tem espinhas”, diz a médica.

Como evitar

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A gente precisa desmistificar algumas lendas: fazer a barba não vai causar acne. Porém, você precisa ficar de olho na qualidade da lâmina e também na composição do gel ou espuma para não correr o risco de irritar a pele.

Segundo Roberto Gomes Tarlé, diretor do Instituto de Dermatologia do Hospital Ecoville, em Curitiba, não há nenhuma relação científica entre a alimentação e a acne: “A velha história de que chocolate dá espinha é mito. Porém, é importante ter uma alimentação saudável, o que contribui para o equilíbrio do organismo todo”.

Lavar o rosto várias vezes por dia também não previne o aparecimento da acne e nem melhora as lesões que já surgiram. Mas, mesmo assim, é importante limpar a pele, especialmente à noite, antes de dormir.

Evite, também, esfoliar a pele em excesso. Isso pode fazer com que seu organismo produza ainda mais gordura, então, o ideal é fazer a esfoliação duas vezes por semana para eliminar as células mortas.

Investir em um bom tônico também é uma boa ideia. Antes de dormir, coloque um pouco do produto em um algodão e passe em todo o rosto.

Temos certeza que você já ouviu este rumor: “o sol pode curar espinhas”. Isso é balela, ok? Passe protetor solar sempre que sair de casa principalmente se você estiver em fase de tratamento.

Não esprema suas espinhas. Você não é profissional e, mesmo que fosse, existem casos em que não se deve passar pelo processo de limpeza de pele sem antes iniciar um tratamento específico. Então, nem arrisque.

Quando você espreme uma espinha pode aumentar a inflamação, espalhá-la por baixo da pele e ainda machucar a área. Sem contar, é claro, que você pode colocar ainda mais sujeira para dentro dos poros – por
causa das bactérias escondidas nas suas unhas – e piorar o quadro como um todo, disseminando germes e aumentando a infecção.

Por último, vale lembrar as dicas básicas: não lave o rosto com água muito quente ou muito fria para não irritar a pele, beba bastante líquido e faça exercícios físicos regularmente.

Ao notar o surgimento incomum de espinhas, visite um dermatologista e não comece um tratamento por conta própria.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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