Segundo dados recentes divulgados pela OMS – Organização Mundial da Saúde, tirar a própria vida é a segunda principal causa de morte no mundo entre pessoas de 15 a 29 anos. Apesar de que, estatisticamente, idosos com mais de 70 anos estarem mais propensos a cometer suicídio, os números estão crescendo cada vez mais entre os jovens. A primeira causa de morte nesta faixa etária continua sendo acidentes de trânsito.
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O órgão ainda ressalta a importância de discutir a depressão e não tratá-la como um tabu. A mídia, inclusive, costuma não noticiar casos de suicídio por que muitos especialistas acreditam no efeito epidêmico do ato entre quem já sofre de depressão. Segundo dados divulgados pela BBC, o suicídio juvenil realmente promove esse efeito.
Aqui no Brasil, o índice de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos é de 6,9 casos a cada 100 mil habitantes. Apesar de relativamente baixa, essa taxa coloca o Brasil na décima segunda posição no ranking de países que lideram os casos registrados entre jovens, como a Índia, o Zimbábue e o Cazaquistão.
Em 2012, por exemplo, 11.821 – 9.198 homens e 2.623 mulheres – cometeram suicídio no Brasil. No ranking geral de suicídios entre jovens e adultos, o Brasil está na oitava posição.
Porém, segundo o psiquiatra José Manoel Berlote, autor de “O Suicídio e sua Prevenção”, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens brasileiros aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos.
Alias, em uma análise global, existe uma variação assustadora entre os países com maior e menor igualdade social: 75% dos casos de suicídio acontecem em países de média e baixa renda. Essa estatística preocupante coloca em cheque conceitos já estabelecidos de que a população de países com maior qualidade de vida tem maior tendência à sofrer de depressão, como costuma ser reportado na Suíça e no Japão.
Segundo a OMS, 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos no mundo inteiro – para cada um desses casos, há pelo menos outras 20 tentativas que não resultaram em morte.
Alexandra Flischemann, especialista da OMS, declarou para a BBC que: “Para a faixa etária de 15 a 29 anos, apenas acidentes de trânsito matam mais. Se você analisar as diferenças de gênero, inclusive, o suicídio é a causa primária de mortes para mulheres”.
Em contraponto, no Brasil a população masculina é quem mais comete suicídio. Enquanto o índice nesta mesma faixa etária para mulheres é de 2,6 a cada 100 mil pessoas, para os homens, ele aumenta para de 10,7.
Flischemann também explica a possível discrepância entre as causas de suicídio entre homens e mulheres: “A masculinidade e as expectativas sociais são os principais motivos para essa diferença”.
Porém, esse choque de dados entre os gêneros é menor em países mais pobres e humildes, onde mulheres e jovens adultos são particularmente vulneráveis. Em países mais ricos, por exemplo, homens se matam três vezes mais, mas em países de média e baixa renda, essa comparação cai pela metade.
Apesar da depressão ser a principal causa das mortes, elas variam bastante – principalmente em países com maior desigualdade social. Segundo especialistas entrevistados pela BBC e pesquisas apontadas pelo veículo, pelo menos 90% dos adolescentes que se matam têm algum tipo de problema mental, mas esses problemas vão além da depressão: muitos jovens passam por ansiedade, situações de violência ou vício em drogas.
Alguns gatilhos acabam impulsionando a tendência suicida – já latente por causa do ambiente ou pelos problemas psicológicos, e por isso, precisam ser observados com cuidado. Por exemplo: mudanças no ambiente dentro de casa ou na escola, crises de identidade e comportamento sexual extremo – com abstenção total ou relações sexuais frequentes e exageradas – são alguns sinais que devem ser observados entre os jovens. Mas, é claro, com discernimento e bom senso.
Quando um jovem encara a depressão, é preciso incentivá-lo a procurar um médico e não enxergar a doença como frescura ou fraqueza, este é um dos principais fatores que acabam levando um adolescente ou jovem adulto deprimido a cometer suicídio.
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