Uma boa notícia! O anticoncepcional masculino, muito semelhante à pílula feminina, teve muito bons resultados no seu primeiro mês de testes clínicos.
Com o nome de DMAU (Undecanoato de Nandrolona), ele funciona como a feminina, necessitando ser tomado uma vez por dia, em forma de cápsula, mas neste caso para regular a quantidade de testosterona presente no corpo para evitar a produção de espermatozóides.
A nova medicação completou recentemente 30 dias de testes clínicos, com 83 homens saudáveis de 18 a 50 anos.
Agora, para chegar às prateleiras das drogarias, o anticoncepcional têm dois desafios para enfrentar: o primeiro é a dificuldade de criar um composto que fique tempo suficiente no organismo do homem para fazer efeito. Nos primeiros testes apresentados, o remédio era eliminado muito rápido, exigindo duas doses diárias e aumenta a margem de falha do usuário.
De certa forma, isso foi resolvido com o “undecanoato”, um ácido graxo com uma cadeia de carbono bem comprida, que reduz a velocidade de eliminação do sistema circulatório.
O outro desafio é evitar os efeitos colaterais do remédio. Uma droga promissora que apareceu em 2016, uma injeção hormonal com 96% de eficácia em prevenir a gravidez, mas teve seus testes suspensos depois que os voluntários começaram a manifestar sintomas indesejados, como aumento de acne, mudanças no humor, alteração na libido e até um dos voluntários acabou se suicidando.
Apesar de muitos desses sintomas serem comuns às mulheres que tomam pílula, 20 dos homens desistiram da pesquisa por causa desses problemas. Mas o que determinou mesmo o fim dos testes de vez foi a contagem de espermatozoides de oito dos homens – que, mesmo após dois meses sem tomar a medicação, continuava baixa e indicando infertilidade.
Diferente do medicamento anterior, o DMAU não apresentou reduções na libido. De efeitos colaterais, foram citados apenas leve ganho de peso e pequena redução do HDL, o chamado colesterol bom.
“Apesar de terem níveis baixos de testosterona circulando [no sangue], pouquíssimos participantes relataram sintomas de deficiência ou excesso do hormônio”, explicaram os autores do estudo em um pronunciamento.
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, o estudo teve apenas 17 desistências: dos 100 homens da amostra original, 83 chegaram ao fim. Foram testadas três doses diferentes do composto, que precisava ser ingerido todos os dias com comida para ser efetivo.
Depois de 28 dias, em comparação com os homens que receberam placebo, os voluntários que receberam 400 mg de DMAU, a dose mais alta testada, demonstraram níveis baixos de todos os hormônios necessários para a produção de esperma. São bons indícios de eficácia (além disso, os órgãos vitais como fígado e rins foram acompanhados o tempo todo e não sofreram nenhum prejuízo).
Porém, o DMAU ainda precisa de muitos mais dados e tempo de estudo para comprovar sua eficácia, bem como observar os efeitos indesejados a médio e longo prazo, principalmente, quanto tempo a fertilidade leva para ser restaurada plenamente com a interrupção do tratamento.
Fonte: Super Interessante
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