Os casos de tuberculose no Brasil aumentaram significativamente nos últimos anos, e, além disso, a incidência maior da doença acontece entre adultos de 30 a 50 anos, principalmente homens.
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Infelizmente, pouco se falou sobre a tuberculose nos últimos anos, pois a maioria das pessoas acreditam que ela é uma doença extinta – o que, convenhamos, não é verdade. A doença pode afetar drasticamente e, quando não tratada, pode, sim, causar a morte. Então, para ficar ciente do assunto, veja os principais mitos e verdades sobre a tuberculose:
Tuberculose é coisa do passado
Mito: a tuberculose existe em praticamente todos os países do mundo. Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no Brasil.
A tuberculose é transmitida pelo compartilhamento de objetos
Mito: a tuberculose é uma doença de transmissão aérea, ou seja, ela é transmitida no ar, especialmente em ambientes mal ventilados e mal iluminados. Por isso, não ocorre a transmissão pelo contato com a saliva ou com objetos de uso pessoal.
Só quem tem HIV tem tuberculose
Mito: no Brasil, menos de 10% das pessoas que têm tuberculose estão infectadas pelo HIV. Embora a proporção de pessoas com tuberculose testadas para o HIV ainda não seja a ideal (cerca de 60% dos casos são testados), atualmente a proporção de coinfectados não é tão alta. A maioria dos casos de tuberculose não está associada ao HIV. A correlação acontece porque o vírus HIV costuma prejudicar o sistema imunológico do portador não tratado, o que facilita o desenvolvimento de doenças.
O primeiro sintoma da tuberculose é a tosse com sangue
Mito: qualquer pessoa que tenha tosse por três semanas ou mais deve procurar um médico para checar a possibilidade de existência da doença. O sangue na tosse ocorre em fases mais tardias da doença e pode estar relacionada a complicações.
Tuberculose tem cura
Verdade: desde a década de 1950 existe tratamento para a tuberculose. Ao longo das últimas décadas, o tratamento se tornou ainda mais efetivo e, em 2010, o Brasil passou a recomendar para o esquema básico doses fixas combinadas dos medicamentos, o que reduziu o número de comprimidos ou cápsulas a serem ingeridas diariamente. Há casos mais complexos, em que são necessários outros medicamentos, usados por períodos maiores.
Em determinadas situações, até mesmo medicamentos injetáveis precisam ser administrados. O tratamento para a tuberculose é feito com antibióticos orais, tais como a Isoniazida e a Rifampicina, que eliminam do organismo a bactéria que provoca o surgimento da doença. Como a bactéria é muito resistente, é necessário fazer o tratamento por cerca de seis meses, embora, em alguns casos, possa durar entre 18 meses a 2 anos.
Os casos mais fáceis de tratar são os de tuberculose latente, ou seja, quando a bactéria está no corpo, mas está adormecida, não causando sintomas e nem podendo ser transmitida. Já a tuberculose ativa é mais difícil de tratar e, por isso, o tratamento pode demorar mais tempo e pode ser necessário tomar mais do que um antibiótico. Assim, os medicamentos utilizados no tratamento variam de acordo com idade do paciente, estado geral de saúde e o tipo de tuberculose. Sempre consulte um médico!
O tratamento é gratuito
Verdade: ele é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É possível se prevenir com uma vacina
Verdade: a principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Outra maneira de prevenir a doença é identificar a “infecção latente de tuberculose”, que acontece quando uma pessoa convive com alguém que tem tuberculose. Neste caso, é necessário procurar uma Unidade de Saúde.
Os homens são as principais vítimas da doença
Verdade: um estudo da Universidade Estadual do Paraíba (UEPB) mostra que a maior parte da população tuberculosa é composta por homens. Isso acontece porque, geralmente, estão mais expostos aos riscos, têm uma dieta mais desequilibrada, bebem mais, vão menos ao médico, e, quando já estão doentes, tendem a abandonar o tratamento com mais facilidade. Afinal, a tuberculose é uma doença bacteriana infecciosa.
Segundo a pneumologista do Hospital Santa Clara, Dra. Ana Alice Londero: “Geralmente, essa doença é transmitida via inalação, seja por respiração, tosse ou espirro”. Ela ainda explica que, normalmente, pessoas com baixa imunidade, que já têm alguma doença e alcoólatras são mais propensas a terem a tuberculose.
A pneumologista esclarece também que os principais sintomas da doença são a tosse, rápido emagrecimento, fraqueza e febre baixa. “O tratamento é feito nos postos de saúde e é feito à base de medicamentos, com a duração de seis meses”, afirma Ana Alice.
Quais os efeitos negativos da tuberculose na vida do homem
A tuberculose é a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. Antes de realmente causar o óbito, ela pode afetar a vida de um homem de várias formas. Como o órgão mais afetado é o pulmão, a sua rotina pode ser completamente alterada: você vai se sentir extremamente cansado para praticar qualquer atividade física, como simplesmente jogar bola, por exemplo, e também vai notar uma diminuição significativa da sua disposição ao longo do dia.
A tuberculose também pode afetar diversos outros sistemas e áreas do organismo, como os ossos, podendo causar fraturas espontâneas e dor; a pele, levando a lesões que podem virar úlceras; o sistema nervoso central, o que pode causar meningite levando a dores de cabeça e, eventualmente, confusão mental e coma.
Além disso, o intestino pode ser atingido pela doença, o que prejudica a absorção de alimentos e causa obstrução intestinal. A tuberculose também pode afetar os olhos e a retina, causando perda parcial ou total da visão.
Como se prevenir
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa muito antiga, também conhecida como “tísica pulmonar”. Os pulmões são os órgãos mais afetados, mas pode acometer ainda os rins, a pele, os ossos e os gânglios.
O contágio ocorre pelo ar, por meio da tosse, espirro e fala da pessoa que está doente, que lança os bacilos no ambiente. Por isso, como destacamos acima, a principal forma de prevenção é, em crianças, a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina diminui as chances de desenvolver formas graves da doença, como a meningite tuberculosa, mas não é eficaz contra a tuberculose pulmonar.
Outra forma de prevenção é a prevenção secundária com isoniazida, mas esse tipo de proteção é recomendada para as pessoas que convivem com a pessoa doente, seja na casa ou no trabalho. Essa proteção só é recomendada após a avaliação do teste PPD e do raio-X de tórax de todos os contatos próximos. Infelizmente, todo mundo sabe que a tuberculose está muito ligada à pobreza, mas é importante saber que isso acontece não pela pobreza em si, mas pelas condições de vida das pessoas das classes sociais mais desfavorecidas.
Elas são, por exemplo, e salvo algumas exceções, as que têm maior dificuldade em conseguir o atendimento adequado quando se sentem doentes e as que vivem em casas precárias. Para prevenir a tuberculose é importante melhorar as condições de habitação para diminuir a chance do contágio, por exemplo. Se há muitas pessoas dormindo no mesmo quarto, em casas mal ventiladas e onde não bate sol, o risco de contágio é muito maior.
O Ministério da Saúde lançou uma campanha sobre a importância do tratamento para tuberculose
O Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional que alerta para a importância do tratamento da tuberculose. O lançamento marca o Dia Mundial da Tuberculose, e aconteceu em 24/03, fortalecendo o compromisso do governo brasileiro com a Organização Mundial de Saúde de combate à doença.
A meta é, até 2035, diminuir o número de casos para dez em cada 100 mil pessoas, por meio do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo de, no mínimo, seis meses. Para ter mais informações sobre a tuberculose, visite o site do Ministério da Saúde.
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