“Eu me recuso a morrer”.
Essa é uma das primeiras falas do personagem de Matt Damon em “Perdido em Marte” ao perceber que sua tripulação partiu e o deixou sozinho no planeta vermelho. E cara, pode acreditar que este é um filme com algumas lições para levar para a vida.
O longa é uma mistura de um monte de coisa que você já viu em “127 Horas”, “O Naúfrago”, “Apolo 13”, “Gravidade”, e em outras histórias de um homem perdido em um ambiente hostil.
Porém, onde em outras obras esse tipo de reciclagem não funcionaria, aqui cria-se uma atmosfera tensa de corrida contra o tempo com alguns bons momentos mais leves e descontraídos
Parte do mérito pela obra é do roteirista Drew Goddard que adaptou o livro escrito por Andy Weir. O cara tem no currículo o script dos filmes “Cloverfield”, da série “Demolidor” e já tinha mostrado seu talento para adaptações de livros com “Guerra Mundial Z”.
A grande sacada aqui é não só mostrar todo o esforço do homem para se manter vivo como também evidenciar a forma como todo o mundo se mobiliza para ir ao resgate do astronauta perdido.
Outros dois destaques são a atuação cativante de Matt Damon, que curiosamente já fez um astronauta perdido em “Interstelar” e um homem que precisava ser resgatado em “O Resgate do Soldado Ryan”; e do diretor Ridley Scott, que após uma década de filmes medianos volta a acertar em cheio.
Uma lição de vida em Marte
“Não importa o que aconteça. diga ao mundo e a minha família que eu nunca parei de lutar para tentar chegar em casa”
O que mais me chamou atenção em “Pedido em Marte” é como ele é mais do que um bom entretenimento de 2 horas e 20 minutos. É um filme com lições práticas sobre superação.
Mark Watney, o astronauta deixado pra trás, não é super herói. É um homem esperto, com senso de humor e com muita, mas muita determinação. Ao notar sua situação de risco, ele vai listando seus problemas um por vez, usando todo conhecimento que possui.
Se para os tripulantes de sua nave seus conhecimentos de botânica não eram de grande valor, em sua situação de risco ele aplica tudo que sabe para tentar criar uma plantação e se manter vivo. Invés de se abater, ele tenta ver humor onde outros viriam tragédia. “Tecnicamente, o sou o melhor botânico deste planeta”, brinca uma hora.
A forma como o personagem se mantém vivo é usando lógica, paciência e a capacidade de improvisar. Não a toa, todos estes objetivos são necessários para qualquer um que quer viver uma vida mais calma e serena.
Imagine você com um problema ou querendo mudar de condição de vida. O que você faz? Senta e reclama sobre como é ruim estar onde está, ou faz tal qual o astronauta: Lista seus problemas e resolve uma treta por vez?
É fácil desistir. É fácil ficar parado reclamando sobre como tudo está dando errado e passar uma vida inteira de merdas. Mas a pergunta é: Quando você vai começar a se recusar?
Quando vai recusar o tipo de emprego que tem e procurar um melhor? Se recusar que seu filho não pode ter uma boa condição de vida e ir batalhar por uma melhor? Ou prefere ficar ai, perdido para sempre?
Então, se você está procurando um pouco de motivação ou inspiração de vida, vá assistir “Perdido em Marte”. Vale a pena.
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