Fazer um spin-off de uma série é particularmente desafiador e perigoso – afinal, quantos se lembram da série Joey, interpretada por Matt LeBlanc após o fim de Friends? Um fracasso de roteiro e audiência, nem perto do que representou Friends para a TV mundial. Mas é aí que os gênios se destacam.
Sim, Vince Gilligan é gênio! Quando todos achávamos que pararia em Breaking Bad sua contribuição para a história, fomos surpreendidos novamente. E aqui, mesmo que você nada tenha visto das duas séries, não há spoilers relevantes no texto. Pode ler sem medo.
Better Call Saul chega à segunda temporada e já espantou todas as dúvidas do público. Sim, dúvidas, porque quando o anúncio foi feito a percepção geral – e minha, confesso – foi a de que dificilmente daria certo uma série focada na vida de Saul Goodman.
Não só deu certo como consegue, em uma tênue linha de raciocínio, trazer memórias de Saul antes e depois dos eventos de Breaking Bad. E, de quebra, mostra como o mítico Mike Ehrmantraut deixou de ser um simples policial aposentado para se tornar o hitman de Gus Fring.
Aos que esperam qualquer similaridade com a intensidade e o perfil de Breaking Bad – ou até mesmo que a série seja apenas um desdobramento de sua precursora -, podem se livrar de qualquer preconceito.
O peso da tensão que carregava Breaking Bad dá agora espaço a um misto de drama e comédia com o dia a dia de um advogado mal sucedido e quebrado.
Por outro lado, em diversos momentos o autor traz claras conexões com Breaking Bad. Você se lembra de um riquinho escroto em um posto de gasolina cujo carro simplesmente explode em um momento épico de Walter White? Pois bem, logo no primeiro episódio da segunda temporada de BCS ele aparece.
Se você não assistiu nada ainda, corra para o Netflix e veja o quanto antes os dez episódios da primeira temporada. E aqui vai a boa notícia para quem ainda não viu nem Breaking Bad: Better Call Saul é uma série que basta, intransitiva, que faz sentido mesmo se você nada souber de Walter White, Jesse Pinkman e metanfetamina.
► Texto escrito por Guilherme Torrezani. Quer ter seu texto publicado aqui? Mande um e-mail com sugestão para contato@manualdohomemmoderno.com.br e quem sabe nós não publicamos?
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