“Tenho síndrome de Asperger, uma síndrome neurocomportamental do espectro do autismo. Uma forma mais branda do autismo. Nos meus empregos sempre tenho dificuldades, nunca conto para ninguém sobre esta síndrome, porque não quero que ninguém tenha pena de mim ou me veja de forma diferente.
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Depois do tortuoso mundo adolescente do qual felizmente eu sobrevivi cheguei agora a vida adulta. Consegui um bom desenvolvimento pessoal pela minha força de vontade e confiança em Deus, superando muitos obstáculos que um jovem com Asperger pode enfrentar na vida adulta.
Eu tenho pouca capacidade em criar amizades e estabelecer relações sociais (tendendo ao isolamento), dificuldade em contato ocular, dificuldade com contato físico (como dar abraços), dificuldade na comunicação não verbal e raciocínio lento entre outras características. Minha característica mais gritante é digamos ter um “espírito lento”, faço todas as coisas muito lentamente, o que me fez ganhar alguns apelidos na adolescência, como morto, marcha lenta etc.
No emprego atual tenho sido muito questionado por conta deste meu “jeito”. Eu sou vegetariano e meus patrões tem colocado insistentemente a culpa em meu estilo de vida saudável, segundo eles eu sou assim “lento” por que não como carne. Apesar de meu emprego já ter ido para o espaço gostaria de consertar isto.
Não gostaria de ir embora da empresa com esta imagem. Pensei em depois que sair da empresa enviar um e-mail contando um pouco de minha história mas não sei se realmente devo fazer isto. O que eu não suportaria é deixar as pessoas acreditarem em uma mentira.”
► O MHM RESPONDE: Fala meu querido, tudo bem? Que barra a sua história. Vivemos em um sociedade que julga muito as pessoas e, mesmo Asperger não sendo algo tão limitativo, existe muita falta de conhecimento e, acima de tudo, muita falta de respeito. Cada um tem o seu jeito e deveria ser respeitado. Infelizmente, não é o que acontece.
Cara, em casos como esse de sofrer “assédio moral” de outros funcionários, por que não sentar com alguém do RH da sua empresa ou com um chefe mais compreensivo para conversar? Não precisa nem citar sua condição, mas sim a falta de respeito.
Você também tem que pensar que talvez o trabalho que você esteja agora não seja o melhor para você, que tal procurar um outro? Com funcionários menos agressivas e mais receptivos.
Quanto a seu e-mail, acredite pode fazer bem tanto para você por isso que sente para fora, como para conscientizar os seus colegas de trabalho. Se for escrever, escreve de peito aberto, mas gentil. Não precisa ser agressivo, apenas esclarecedor.
Porque essas pessoas fazem isso porque são ignorantes. Ignorantes da sua condição, da sua batalha diária e de que deveriam tratar bem outros seres humanos. Agem sem pensar nos sentimentos do próximo e pouco ligam se podem ferir alguém com essas brincadeiras.
Seja sincero, porém delicado e pense como seu e-mail pode ajudá-los a entender a pessoa que você é e como tratar outros tipos que eles podem conhecer algo longo da vida.
Além disso, queria te falar uma coisa: Não se deixe isolar completamente. Busque amigos ou um grupo de apoio para te ajudarem a lidar com esses problemas do cotidiano.
Não sei o tamanho do fardo que você carrega, por isso é difícil de me por no seu lugar, mas as vezes um colega, amigo ou parente próximo é tudo que a gente precisa para deixar a carga ser mais leve.
De coração, espero ter te ajudado,
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