“Negro apanha muito no Brasil e ainda é incentivado a ficar calado” (Emicida)

Em entrevista polêmica e exclusiva, Emicida solta o verbo e fala sobre racismo, rap e sua mais recente viagem

Ele é o grande destaque da música brasileira nos últimos tempos. Para quem acha que o Rap deveria ocupar um pequeno espaço no canto do quarto, Emicida tomou de assalto a casa inteira. Ainda por cima, mesclou estilos, fez parcerias das mais diversas e provou que o artista não precisa se limitar a um gênero só.

O seu segundo álbum recém-saído do forno, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, foi resultado de uma viagem que o rapper Leandro Roque de Oliveira fez ao continente africano, buscando as origens e raízes da música que chegou por aqui.

Fã do rapaz crescido em Jardim Fontales, periferia da Zona Norte, o MHM acompanhou sua participação no Vevo Sessions e aproveitou para bater um papo franco com o músico.

Confira abaixo a entrevista exclusiva e polêmica, onde Emicida fala de racismo, preconceito no Brasil, seus trabalhos anteriores e a importância da sua mãe em sua vida. Confira!

Algumas declarações que Emicida deu na entrevista:

  • “Pessoas não nascem racistas, são ensinadas a serem racistas”
  • “Negro apanha muito no Brasil e ainda é incentivado a ficar calado”
  • “Tem pessoas que estão com a cabeça como se fosse 1800, que acha que a minha música e a minha pessoa tinha que ficar trancafiado em um gueto como se fosse uma cadeia. É uma conquista muito grande ofender estas pessoas.

Divulgação

  • “Quando eu saio para pegar um taxi e ele não para pra mim, que sou Emicida, aquilo ali é o Brasil de verdade. Aí você se põe no lugar dos irmãos que não estão com a cara na televisão, que não são Emicida. Pra mim, sinceramente, não poder pegar um táxi, tanto faz. Podia comprar o carro dele, inclusive”.
  • “Eu gosto muito da minha primeira Mixtape, mas ela é um retrato de 10 anos antes dela sair… Ela é tão fiel para mim que eu lembro até meu estado de espírito. Estava com fome, cansado e sem dinheiro”.
  • “Hoje me encontro em uma posição financeiramente melhor. Mas meu desejo de fazer música, de contar história, continua o mesmo”.
  • “Não quero que meu Rap seja só uma reprodução da música que acontece nos EUA”
  • “O que me fez chegar até aqui é que meu ponto de vista não está poluído pelas coisas que me cercam”.
  • “Minha vontade agora é fazer história em quadrinhos. Disco a gente já acabou de fazer um”.
Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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