E se alguém falasse que aquela música que todo mundo ouve quando as noivas entram no altar não representa um momento alegre, mas sim um assassinato em massa e fuga do noivo? Não, isso não é mais uma piada machista sobre casamento, mas o real significado da canção clássica.
Para você que não é fã de Bach, Wagner ou Tchaikovsky, reunimos algumas das conhecidas músicas clássicas que significam o oposto do que você pensa. Depois disso, você nunca vai ver essas músicas com os mesmos olhos.
1. “Lá vem a noiva” (ou “Bridal Chorus”, em português, “Marcha Nupcial”) – Richard Wagner
Você já viu a música em: 99,5% dos casamentos utilizam essa canção. Assim como o vestido branco da noiva, é item quase obrigatório nessas cerimônias. Tocada de todas as maneiras, com órgãos, orquestras, bandas de rock, sempre no momento em que a noiva caminha até o altar.
Contexto original: Longe de ser uma ópera alegre, ela significa um assassinato em massa. Primeiro, o erro já vem no momento em que a música aparece. A canção vem da ópera “Lohengrin”, na qual é cantada para a heroína Elsa e seu marido, Lohegrin, por suas damas de honra após o casamento, não antes.
A parte sinistra vem agora. Logo após a música, Lohegrin assassina cinco convidados do casamento e larga Elsa. Depois disso, Elsa morre de tristeza. Agora que você sabe do contexto, usaria a música em seu casamento?
2. “Hallelujah Chorus” (da obra Messias) – Handel
Você já viu a música em: da mesma forma como a ‘Marcha Nupcial’, a “Hallelujah Chorus”, que parece um coro de pessoas felizes cantando “Aleluia”, é bem usada em filmes religiosos ou quando algo bom acontece. Também serve para a o casamento daquela sua tia encalhada.
Contexto original: como você imaginou, essa obra de coral é sobre Jesus Cristo. Mais especificamente, é a trilha sonora para sua suposta segunda visita à Terra, ou seja, no fim do mundo. Ele comanda o extermínio total em cima de uma grande nuvem negra e tudo abaixo entra em colapso.
O “Hallelujah Chorus” obteve sua letra a partir do Livro das Revelações, comumente conhecido como a parte “mais louca” da Bíblia. Enquanto todos gritam, o Messias termina o mundo que nos rodeia. Dizem que quando Handel terminou “Hallelujah Chorus”, foi encontrado chorando. Seu assistente perguntou o que havia acontecido, e Handel respondeu: “Eu pensei ter visto o rosto de Deus”. Assustador.
3. “O Fortuna” (da obra Carmina Burana) – Carl Orff
Você já viu a música em: comerciais de suspense, filmes de drama ou séries sobre o fim do mundo. É uma boa pedida para todas essas ocasiões.
Contexto original: embora a música tenha sido escrita no século 20, a letra é uma reunião de mais de 200 poemas medievais sobre: amor não correspondido, bebida, apostas, jogos de azar, ter má sorte (e perder sua camisa nas apostas).
O arranjo foi de um compositor alemão bizarro, que queria celebrar “o triunfo do espírito humano através do equilíbrio sexual e holístico”. Acho que fumava bastante também!
4. “Pompa e Circunstância” (“Military Marches”, em português, “Marchas Militares”) – Sir Edward Elgar
Você já viu a música em: formatura ou algum tipo de graduação. É comum também em momentos vitoriosos de filmes.
Contexto original: a música que lembra conquista é a primeira de uma série de um álbum conceitual da virada do século 20 sobre sangue, guerra e morte de jovens. Como não tem letra, o compositor Elgar tentou resumir seu significado em um prefácio com uma citação do poema “The March of Glory” (A Marcha da Glória), de Lord Tabley, que fala sobre marchar ao som de uma música que atrai os homens à morte, orgulho, nação, e outros temas. Mas não com significado positivo, do tipo “morrer em batalha é glorioso”.
A música é uma forma de Elgar dizer: “Eu não acho que devemos marchar todos os nossos jovens para morrer na batalha”, o que os britânicos confundiram completamente, tocando-a para animar seus exércitos por anos. Pelo menos eles entenderam a parte da batalha corretamente, já que os americanos tocam a música em formaturas.
5. “Ride of the Valkyries” (da obra “Die Walkure”, em português, “A cavalgada das Valquírias”) – Richard Wagner
Você já viu a música em: essa deve ser a canção dramática mais famosa do mundo. A primeira vez que foi usada em filmes aconteceu em ‘Apocalypse Now’, como plano de fundo para um ataque de helicóptero. Muitos desenhos animados já reproduziram a canção, retratando pessoas indo para uma batalha.
Contexto original: tocada em uma ópera sobre mulheres com lanças, por incrível que pareça, a canção não é ouvida quando as moças batalham, mas quando a cortina está fechada e nada acontece.
Mas por que nesse momento? O compositor queria empolgar o público para o show. Quando a cortina sobe e as mulheres finalmente aparecem, o resto da música é usado como som de fundo enquanto as Valquírias se cumprimentam antes de um dia de trabalho. Sem brigas, sem fúria. Muito frustrante.
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