Manual de comportamento nas redes sociais durante a eleição

Saiba o que fazer para continuar com seus amigos e não virar um militante xiita

Saiba o que fazer para continuar com seus amigos e não virar um militante xiita

Existe um fenômeno comum que assola  as redes sociais de dois em dois anos. São os militantes políticos. Como uma espécie de vírus, ele ataca grande parte dos internautas de agosto até outubro, causando febre e dependência em legendas, delírios partidários e aversão e repulsa a candidatos alheios.

Se você não mora na caverna (ou na Ilha de Lost) já percebeu que este é o efeito das eleições nas mídias sociais. Com as primeiras entrevistas na TV e início da propaganda da TV, os candidatos começam a dar a cara para bater mostrando suas propostas ou tentando sair de perguntas inquisidoras. E como as redes sociais são o espaço livre de desabafo, polêmicas e teorias da conspiração, não é difícil reconhecer os simpatizantes por partido A ou B, ou seja, os torcedores-eleitores.

Eles agem como se as eleições fossem uma partida de futebol. Defendem seu candidato como time do coração. Ao mesmo tempo, fazem de tudo para denegrir a imagem do candidato (ou time) adversário, com memes, teorias da conspiração, dossiês obscuros e que revelam a ‘verdadeira’ faceta da oposição. Enfim, todo o lixo que circula por aí sem nenhuma preocupação com apuração dos fatos e veracidade.

Só que erra quem pensa que o efeito eleições não pode prejudicar sua vida pessoal e profissional. Dependendo do quanto militante você é na web, a possibilidade de você se tornar um cara extremamente irritante, perder amigos, colegas de trabalho e até propostas de emprego é grande. Para evitar a fadiga e diminuir os percentual de xiitas políticos, resolvemos montar este pequeno manual de comportamento e ética nas redes sociais durante a eleição. Confira!

1# Tenho uma opinião, o que fazer com ela?

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Bom, tem o velho ditado que pode ser muito bem usado nessa hora: “Se opinião fosse bom, você pedia”. Por isso, antes de soltar o verbo, insultos e palavrões, que tal direcionar o seu discurso a quem realmente interessa?

O Facebook, por exemplo, tem uma ferramenta em que você pode escolher para quem mandar a mensagem. Além disso, você pode montar grupos (família, amigos, colegas) ou adicionar manualmente com quem compartilhar a opinião. Além de ter a certeza que a pessoa concorda com seu ponto de vista político, evitará perder pessoas próximas por sua opinião divergente.

2# Cheque a informação primeiro e não seja massa de manobra

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Você acabou de descobrir um dossiê fantástico que prova que candidato A fez um pacto com o demônio e o B tinha uma amante e fazia uso de substâncias entorpecentes. O que você faz, sai por ai divulgando tudo?

Primeiro, cheque as fontes da sua informação, veja se o veículo merece credibilidade e não sirva de massa de manobra para militantes aloprados. Além de não ir junto com a maré de revoltosos, você evita de perder o papel de palhaço caso as informações não sejam verdadeiras.

3# Saiba argumentar

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Se, por acaso, você soltou a sua opinião na rede, estará suscetível a receber respostas contrárias. Ao invés de destilar seus argumentos xiitas e mandar todos à merda, saiba usar fato ou assuntos para discussão. Você provará que não é tão raso ou uma Maria-Vai-Com-as-Outras.

4# Xingou, parou

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Outro termômetro bom para saber até onde argumentar é usar uma tática da adolescência. Falar que o Aécio é cheirador e Dilma é uma puta não levará a discussão a lugar nenhum. A partir do momento em que não tiver mais que falar e precisar usar insultos para expor seu ponto de vista, encerre o diálogo.

5# Jamais use humor negro

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Cara, este é o ponto máximo da escrotidão. Uso como exemplo a morte trágica de Eduardo Campos e logo após o fato, já acompanhei discursos nas redes sociais pedindo que candidatos adversários é que mereciam estar no avião. Se você pensa em escrever ou compartilhar uma opinião deste tipo, reveja seus conceitos e guarde para ti. Ninguém merece ver o quão babaca você é!

Bônus: Faxina nas redes sociais!

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Você agiu corretamente, não expôs sua opinião política onde não foi chamado e  nem apelou. Agora é a hora de fazer uma faxina na sua rede social! Use o momento para rever aqueles amigos ou colegas da sua lista, exclua os militantes-torcedores (ou peça para não ver suas atualizações) e faça a limpa geral. Além de não conviver com toda a escrotidão eleitoral xiita, suas mídias sociais se tornarão um espaço melhor.

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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