Gaste sua energia em atitudes, não em arrependimentos

Uma enfermeira reuniu os principais arrependimentos de seus pacientes à beira da morte. Veja quais são e saiba como não seguir o mesmo caminho.

Seguir em frente nem sempre é fácil. Durante o dia, aquela fisgada na memória insiste em nos perseguir quando tudo parece estar bem de novo. Antes de dormir, é quase impossível eliminar os pensamentos negativos sobre o que fizemos ou falamos de errado.

Alguns arrependimentos são mais sutis e menos dolorosos. Mas outros arrependimentos podem nos impedir de viver.

Quando o arrependimento é pontual sobre alguma atitude, a dor é intensa, mas não é prolongada. Quando a gente se arrepende de alguma decisão, a dor pode vir em doses quase imperceptíveis, mas o arrependimento, nesse caso, pode tomar conta da nossa vida.

Em 2012, uma enfermeira chamada Bronnie Ware publicou um livro cujo objetivo principal era discutir os principais arrependimentos dos pacientes à beira da morte.

Nas páginas do livro, as reflexões são um soco no estômago e mostram que, se a gente passasse menos tempo se lamentado e se arrependendo, a nossa vida certamente seria mais leve.

Os depoimentos a seguir me ajudaram a perceber que eu devo gastar minhas energias em atitudes, não em arrependimentos:

Eu me arrependo de não ter sido honesto comigo mesmo e ter vivido a vida que os outros desejaram para a mim

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“Este é o tipo de arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a sua vida está praticamente no fim, é fácil ver como muitos de seus sonhos não se realizaram. A saúde proporciona uma liberdade que poucos percebem até não tê-la mais.”

Muitas vezes, precisamos realizar os sonhos dos outros. Sonhos dos nossos pais e sonhos dos nossos filhos. É importante levar felicidade para quem amamos, mas não podemos viver uma vida inteira traçando o sorriso no rosto dos outros e esquecendo do nosso.

Eu me arrependo de ter trabalhado demais

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“Esse arrependimento era mais comum entre os homens que eu atendi no hospital. Todos eles, na verdade, demonstraram esse arrependimento. Eles sentiam falta da juventude de seus filhos e da companhia de suas esposas.”

Eu acho que não importa o quanto você trabalha: você sempre vai desejar ter trabalhado menos para ficar com quem ama. Sempre. Então, em vez de lamentar o tempo perdido, aproveite ao máximo o tempo permitido. Cada minuto é importante, cada minuto vai fazer parte da memória que seus filhos e esposa guardarão.

Eu me arrependo de não ter tido a coragem para expressar meus sentimentos

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“Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para a manter a paz de terceiros. Como resultado, eles viveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente queriam ser. Muitos pacientes inclusive desenvolvem doenças relacionadas a esse amargor e ressentimento.”

Vale mesmo a pena deixar de ser quem você é por causa dos outros? Vale a pena viver uma vida que não é sua?

Eu me arrependo de não ter mantido contato com os meus amigos antigos

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“Muitas vezes, as pessoas não percebem os benefícios de manter contato com amigos antigos até as semanas que antecedem a morte, até o momento em que eles realmente não conseguem mais encontrar esses amigos. Pela rotina atarefada ou pelos problemas do dia a dia e do trabalho, muita gente deixa amizades verdadeiras escaparem pelos dedos e todos sentem falta dos amigos quando estão morrendo.”

E aí, sentiu esse tiro no estômago? É claro que não dá pra sair com os amigos de longa toda todos os finais de semana, mas não perca o contato, lembre-se da importância de ter do seu lado alguém que conheça a sua origem.

Eu me arrependo de não ter me permitido a felicidade completa

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“Esse arrependimento é surpreendentemente comum. Muitas pessoas não compreendem até o final da vida que felicidade é uma escolha. É claro, existem doenças e problemas que precisam de tratamento, mas muita gente se prende em padrões e hábitos confortáveis em vez de mudar e aceitar algo novo. O medo da mudança faz com que as pessoas mintam para si mesmas.”

Quantas vezes você já mentiu para não sair da sua zona de conforto?

As pessoas se arrependem do que não fazem

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O mais interessante na lista de Bronnie Ware é que as pessoas se arrependem daquilo que não fizeram. Para agir diferente, aqui vão algumas dicas compartilhadas pela escritora Susan Malone, autora de muitos livros sobre psicologia e auto-ajuda:

  1. Se você sente que escolheu errado, esqueça. Aceite o erro e abrace o aprendizado;
  2. De agora em diante, viva com constante consciência da sua mortalidade e faça escolhas diferentes;
  3. Encontre um propósito para a sua vida;
  4. Pare de se fazer de vítima em situações que você não pode mudar;
  5. Esqueça o passado que te machuca;
  6. Pare de criar desculpas;
  7. Saia da zona de conforto;
  8. Aprecie os momentos;
  9. Abandone o “e se?”. Você não fez o que queria naquela situação, aceite, siga em frente e faça diferente da próxima vez;
  10. Escolha ser feliz – essa dica também vale para problemas psicológicos. Ou seja, escolha se tratar;
  11. Nunca desista de si mesmo. Seus sonhos valem a pena e são eles que vão definir sua paz na hora de morrer.

Aquela frase típica da adolescência: “eu só me arrependo daquilo que não fiz” é extremamente verdadeira, e este texto é mais um motivo para você sempre se lembrar disso.

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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