Feminismo é coisa de mulher?

Emma Watson, no alto do seu talento, inteligência e beleza, fez nessa semana um apelo especial para vocês, homens deste mundo: nós precisamos de vocês na luta pela igualdade de gênero. “Ué, mas essa briga não é das mulheres?”.

Não deveria – pelo menos no século XXI –, já que as consequências negativas também batem na outra metade da população mundial. E tem muita coisa que só vai mudar quando vocês homens sacarem isso.

A garantia de direitos das mulheres não significa privilégios apenas para um lado ou outro. São mudanças de paradigmas que podem fazer até a sua vida melhor. Pensa bem: você acha legal a pressão de ter de sustentar a família e ascender rápido na carreira? E a obrigação de ser ‘macho alfa’, que não chora, não demonstra afeto e resolve os problemas na porrada?

Você acha certo que sua irmã tenha menos chance que você de alcançar altos cargos profissionais só porque é mulher? Não te dói pensar que pelo menos sete em cada dez mulheres que você conheça possa ter sofrido violência sexual?

O sexismo e o machismo colocam cada um em uma gaveta, impondo condições desiguais para homens e mulheres e limitando o que cada um pode ser.

Nasceu homem? Vá pegar uma enxada, mostre ao mundo o quanto você é valentão, coma muitas mulheres e só se case se encontrar uma mulher ~direita~. Nasceu mulher? Pegue uma vassoura, feche as pernas, seja delicada e guarde sua vagina para exercer seu instinto maternal. Claro, com um homem que te sustente.

(Vamos combinar que se você acha alguma dessas premissas certas, é porque as suas noções de justiça/noção/humanidade precisam ser trabalhadas. Próximo tópico.)

Defender a igualdade é libertar o mundo de amarras medievais, caretas e MUITO injustas, que não só distorcem as relações socioeconômicas, mas também INFERNIZAM as relações íntimas. Você pode não perceber, mas provavelmente foi criado para fazer parte desse clubinho excludente chamado machismo. Mas permanecer ou não nele é escolha sua.

Ouça o que nós temos a dizer sobre como ele nos fere (inclusive literalmente) todos os dias. Se não for fazer pelas mulheres que passaram e passarão pela sua vida, faça também por você.

Se você não foi convencido ainda, acho que o discurso da Emma dá conta do recado ;)

► Texto por Ana Carol Nunes. Comunicadora, amante de esportes, otimista inveterada, fala sozinha na rua e está há 0 dias sem comprar briga no Facebook

Quer ter seu texto publicado aqui? Mande um e-mail com sugestão paracontato@manualdohomemmoderno.com.br e quem sabe nós não publicamos.