Aparência das alunas afeta a nota data pelo professor, segundo estudo

Pois é: um novo estudo afirma que ser atraente aumenta a sua média escolar no ensino médio e faculdade.

Créditos: Reprodução

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Um estudo recente revelou uma perturbadora relação entre a aparência de uma mulher e sua média escolar.

O time de pesquisadores da Metropolitan State University of Denver descobriu que a discriminação em sala de aula pode levar mulheres a receberem notas mais baixas quando são vistas como “menos atraentes”. A aparência masculina, entretanto, demonstrou não ter efeito algum no sucesso dos homens.

O estudo, inclusive, sugere que esse tipo de discriminação segue além da sala de aula e parte para o ambiente de trabalho.

No estudo intitulado “Student Appaerance and Academic Performance”, os professores Rey Hermández-Julián e Christina Peters compararam a performance acadêmica de estudantes em cursos online e presenciais.

De acordo com o jornal britânico Independent, os resultados foram preocupantes até mesmo para os pesquisadores. Utilizando fotos do documento de identidade de estudantes homens e mulheres com mais de 18 anos, o time de pesquisadores pediu para que participantes de fora da universidade ranqueassem o quanto esses estudantes eram atraentes. Posteriormente, a equipe analisou as notas dos estudantes, verificando apenas a escala entre A e F – sistema de avaliação muito comum nos Estados Unidos e Europa.

O estudo revelou que as estudantes menos atraentes – segundo os participantes externos – também tinham as notas mais baixas nos cursos presenciais. Nos cursos online, entretanto, essas alunas não se saíram muito diferente do que aquelas que foram avaliadas como mais atraentes.

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Porém, com os homens, essa discrepância entre as notas nos cursos presenciais e digitais e o paralelo entre suas aparências e suas notas na faculdade, não aconteceu: “Ou os professores simplesmente recompensam a aparência com notas melhores porque, conscientemente, também houve uma performance igualmente alta? A resposta mais provável, dada a nossa compreensão crescente da prevalência de preconceitos implícitos, é que os professores fazem pequenos ajustes em ambas margens”.

Os pesquisadores escreveram que estudos futuros podem ser realizados para determinar como a discriminação pode ser utilizada para punir as mulheres “menos atraentes”, seja através de uma classificação mais dificultada ou por menor apoio e menos atenção.

Segundo o relatório: “Se professores estão prestando mais atenção nas aulas nas mulheres mais atraentes, ajudando-as a alcançar maiores notas, consequentemente elas também vão conseguir melhores empregos e sua aparência também será significativa no mercado de trabalho”. Ele segue: “No trabalho, o maior rendimento pode não ser causado apenas pelos líderes e chefes, mas também ser resultado da maior produtividade obtida como resultado da discriminação por professores”.

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A conclusão do estudo sugere que, para alcançar o mesmo sucesso, as mulheres consideradas “menos atraentes” de acordo com os padrões de beleza impostos pela sociedade, precisariam se esforçar bem mais do que as outras.

Outras pesquisas foram realizadas ao longo dos últimos anos buscando entender se essa relação realmente existe. O Grupo de Pesquisas Econômicas da Universidade de Miami, por exemplo, concluiu em 2009 que a personalidade dos alunos possui um impacto ainda maior na qualidade de suas avaliações acadêmicas.

Se a aparência de uma mulher é fator determinante para seu sucesso ao longo da faculdade, o reflexo dessa mentalidade no mercado de trabalho e na qualidade dos serviços prestados pelas empresas é, de fato, preocupante e, consequentemente, pode afetar a sociedade como um todo.

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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