Às vezes, por trás das mentes de pessoas vistas como gênios estão diversos transtornos. Veja a Síndrome de Asperger, por exemplo, que tem entre seus diagnosticados nomes como o ator Anthony Hopkins, o empresário Elon Musk e o escalador Alex Honnold – todos considerados exemplares únicos em suas respectivas carreiras.
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A síndrome é um tema bastante interessante. Apesar de estar presente em alguns “gênios”, é um problema que atinge diferentes tipos de pessoas e de maneiras diversas. Em boa parte das vezes, os diagnosticados precisam readaptar suas vidas e relações ao transtorno.
Mas como funciona isso? Como saber se alguém tem – e o que fazer depois?
O que é a Síndrome de Asperger
De maneira resumida, a Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico, considerado um tipo de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela está no nível 1 do espectro autista, ou seja, é um quadro mais brando do autismo.
De acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão de saúde dos Estados Unidos, uma a cada 59 crianças têm a síndrome. Em cada pessoa ela se manifesta de formas diferentes, mas, geralmente, os portadores apresentam dificuldades de socialização e de relação com os demais, além de mostrarem muito apego às rotinas.
A diferença para o autismo em si, portanto, está na sua capacidade funcional. Quem é portador da síndrome dispõe de maiores possibilidades de adaptação: são pessoas comunicativas e com nível intelectual acima da média. Por isso a Síndrome de Asperger também é chamada de ou autismo de alto funcionamento.
A medicina não conhece ainda as causas exatas da síndrome. Mas estudos apontam que é possível existir uma combinação de fatores genéticos e de ambiente que criam um cenário para que a condição se desenvolva.
Como saber se eu tenho Asperger?
Cada caso possui suas individualidades. Os sintomas podem surgir já na primeira infância, variando a intensidade de uma criança para outra, e persistem durante a vida adulta. Os mais comuns, de fácil identificação, são a falta de emoções na fala, o jeito “robótico” de se expressar, pouco contato visual e a preferência por isolamento e foco nos afazeres preferidos.
Além disso, os portadores costumam ter uma sinceridade sem filtro social – consequência da pouca habilidade para perceber as intenções ou sentimentos de outras pessoas. Alguns são considerados bastante imaturos.
Como as mudanças não são bem-vindas por portadores da Síndrome de Asperger, seus portadores procuram estabelecer rotinas fixas e rígidas. É por isso que quem convive com alguém que nasce com a condição deve entender e respeitar o seu modo de pensar, agir, sentir e se manifestar socialmente.
O diagnóstico da Síndrome de Asperger
O diagnóstico é feito por uma união de fatores. Entre eles estão a análise das características clínicas e comportamentais e de aspectos do desenvolvimento infantil, além do uso de escalas específicas de investigação e de uma avaliação com instrumentos próprios.
Para que a vida adulta se desenvolva sem problemas, é fundamental a identificação precoce por um especialista. Só assim a pessoa poderá desenvolver suas habilidades sociais da maneira correta e manter também relações profissionais saudáveis.
Existe tratamento?
Assim como outras condições do autismo, a Síndrome de Asperger não tem cura. O que não significa que a pessoa portadora não possa viver normalmente, seguindo tratamentos multidisciplinares que envolvam tanto estratégias comportamentais quanto psicoeducacionais e medicamentosas.
Se você suspeita que tem ou conhece alguém que possa ter, procure um médico. Não garantimos que vá virar um gênio do dia para a noite, mas pelo menos poderá viver sua vida entendendo muito melhor como funciona o seu cérebro e tirando proveito disso.
*Este texto foi escrito com informações do neurologista infantil Dr. Clay Brites, médico convidado pela farmacêutica Prati-Donaduzzi para falar sobre o assunto.
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