No dia 3 de junho, perdemos uma das maiores lendas do Esporte Mundial. Depois de uma batalha de 32 anos para a doença de Parkinson, Muhammad Ali morreu.
A maior lendas do Boxe. Campeão Mundial. Ativista dos direitos civis, Ali sempre foi conhecido por sua coragem, agilidade e língua afiada.
Tão rápido quanto o seus pés, era sua boca, chamando os holofotes para sim e atraindo a atenção do público.
Mas, em um coisa o mito estava certo: “você não pode se gabar, se não consegue sustentar suas palavras com atos”. E isso ele fez de sobra.
Por isso, fizemos um vídeo especial com alguns dos grandes ensinamentos que Ali transmitiu a gente.
1. O impossível não existe
“‘Impossível” é apenas uma palavra grande jogada ao redor por pequenos homens que acham que é mais fácil viver no mundo que lhes foi dado do que para explorar o poder que têm para mudá-lo.
Impossível não é um fato, é uma opinião. Impossível não é uma declaração, é um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário. Se minha mente pode conceber isso e meu coração pode acreditar, então alcançarei isso”.
Quando foi disputar pela primeira vez o título mundial, ninguém botava fé nele. Ali tinha apenas 22 anos, poucas lutas profissionais e somente uma medalha de ouro que conquistou nas olimpíadas 4 anos atrás. O então campeão Sonny Liston tinha no currículo 35 vitórias e apenas uma derrota.
Muhammad não se abalou, manteve a confiança e voando como borboleta e ferroando como abelha, conquistou o cinturão na luta.
A revanche, nocauteou logo no primeiro round (e dessa luta que tem a clássica foto de ali erguido pedindo para o oponente se levantar).
Em 21 anos de carreira, foram 62 lutas, 57 vitórias e apenas 5 derrotas. Com o tempo e a coleção de vitórias, o mundo passou a entender que ele era realmente um dos melhores boxeadores que todos os tempos. Até seus adversários admitiam isso.
O Ali sempre acreditou que houve momentos em que a vida não lhe dão as melhores circunstâncias, mas se você tem paixão, vontade e objetivo, você pode conseguir o que quiser nas piores circunstâncias.
2. Defenda o que você acredita, acima de tudo
Após conquistar o primeiro título de campeão mundial, Cassius Clay Jr converteu-se ao islamismo e passou a chamar Muhammad Ali.Além disso, virou amigo de Malcolm X, transformou-se em um ativista pelo direito dos negros e recusou-se a servir o exército americano, na guerra do Vietnã.Na época, ele chegou a falar que não iria à guerra matar inocentes, sendo que a grande injustiça social estava acontecendo no próprio EUA.
O posicionamento de Ali foi contra a imprensa e ele se transformou em um inimigo do estado. Tiraram o título mundial dele e baniram o atleta do boxe por 5 anos e uma multa de 10 mil dólares.
O boxeador recorreu da decisão na Suprema Corte e voltou aos ringues em 1970 como um símbolo anti-guerra e a favor da paz.
Apesar de estar impossibilitado de lutar nos ringues, ninguém conseguiu parar Muhammad Ali na defesa de seus ideais em combate ao racismo e a guerra.
Enquanto estava com a licença para lutar suspensa, Ali palestrou em várias escolas e Universidades norte-americanas, conversando com milhares de jovens sobre a guerra do Vietnã, os direitos civis dos negros, além também de sua trajetória vitoriosa no esporte.
3. Você não é derrotado quando perde, somente quando desiste
Apesar de ter o título mundial cassado e ficar na geladeira do boxe dos 25 aos 28 anos, época de auge físico para muitos, ele não desistiu.
Voltou em 1970 para seus momentos mais gloriosos. Nem a derrota para Joe Frazier em 1971, na luta do século acabando com sua invencibilidade, impediu de seguir em frente.
Em 1974 Ali reconquistou o título mundial numa bela luta no Zaire, tendo como adversário George Foreman. O combate foi transmitido para o mundo todo e ficou conhecida por “Luta na floresta”.
Ali encerrou no esporte em 81, mas continuou a lutar por causas sociais. Criou um instituto próprio para isto e conquistou vários prêmios pelo mundo.
Os tropeços na carreira e na vida foram importantes na sua vida para a evolução de Ali.
“Seja dentro do ringue ou fora dele, não há nada errado em cair. Manter-se no chão é o errado”.
4. “Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro deles, um desejo, um sonho, uma visão”
Em um mundo onde a supremacia branca estava no seu auge no pugilismo, Muhammad Ali não se intimidou e iniciou uma era onde os negros dominaram o boxe.
Além de lutar no ringue, Ali enfrentou a oposição de diferentes classes fora dele.
Enquanto profundamente ofendido e magoado pelo racismo que enfrentou, ele continuou a sua crença em si mesmo e sua paixão para se tornar um campeão mundial de boxe.
Para ele:
“Odiar pessoas por causa de sua cor é errado E não importa qual a cor que faz o ódio É simplesmente errado…”
5. Nunca é tarde para aprender coisas novas na vida
“Um homem que vê o mundo aos 50 anos da mesma forma que aos 20, desperdiçou 30 anos de sua vida.”
Embora forte em suas opiniões e crenças, Ali foi uma das poucas pessoas neste mundo que tinham o poder e coragem para definir os termos da sua reputação pública.
Com a idade de 22, Ali tinha-se tornado o boxeador mais jovem a conquistar o título de campeão dos pesos pesados.
Não hesitou em mudar de nome e sua religião para o Islã. Ali fez coisas contra a norma e o padrão vigente. E essa é uma das grandes lições que ele deixou ao mundo – para nunca parar de aprender e se reinventar.
Para quem quiser conhecer mais sobre a vida e a história de Muhammad Ali, recomendo dois bons documentários:
Quando Éramos Reis 1996
Documentário norte-americano de 1996, fala sobre a famosa The Rumble in the Jungle (Luta na Floresta), a épica disputa pelo título mundial dos pesos-pesados entre Muhammad Ali e George Foreman, no antigo Zaire (atual República Democrática do Congo). Ele destaca a sagacidade e carisma de Ali, assim como sua soberba liderança durante a própria luta.
Nesta luta, Ali retomou o título de campeão mundial, depois dos anos sem poder lutar.
Facing Ali 2009
O vídeo mostra 10 lutadores que enfrentaram Muhammad Ali falando sobre como a disputa mudou a vida deles. O documentário consegue nortear a vida dentro e fora dos ringues de Ali, envolvimento político, social, o adversário. Entre os adversários, estão os notáveis Joe Frazier, George Foreman e Sonny List.