Walking Dead: The Game – Obra prima em forma de game

Muito antes de existir Walking Dead, eu já era um fã dos filmes de zumbi. De “A Volta dos Mortos Vivos”, até “Zumbi Branco”, eu já tinha assistido tudo sobre o gênero, quando em 2004 cruzei pela primeira vez com os quadrinhos de Robert Kirkman. Na época, disponíveis apenas por download, li todas edições da […]

Jogamos o jogo dos zumbis e te contamos sobre a experiência

Muito antes de existir Walking Dead, eu já era um fã dos filmes de zumbi. De “A Volta dos Mortos Vivos”, até “Zumbi Branco”, eu já tinha assistido tudo sobre o gênero, quando em 2004 cruzei pela primeira vez com os quadrinhos de Robert Kirkman. Na época, disponíveis apenas por download, li todas edições da revista e me apaixonei pela história na hora. Finalmente, alguém conseguia fazer algo a altura dos filmes de George Romero, uma das maiores referências no mundo dos mortos vivos. Mal sabia eu as surpresas que ainda estavam por vir.

Hoje, Walking Dead pra mim é a maior referência do mundo dos zumbis. Continuo acompanhado os quadrinhos. Tanto virtualmente, quanto fisicamente. Mas, a paixão não é mais a mesma. A história, atualmente na 106ª edição, perdeu um pouco do gás depois que muita coisa aconteceu com seus personagens. Ah, tem o seriado também.

Apesar de ter comemorado muito quando fiquei sabendo que os quadrinhos iam ser adaptados para TV, me decepcionei com o resultado final a longo prazo. A produção mais parece uma novela com zumbis do que outra coisa. Tudo bem que agora, na terceira temporada, as coisas melhoraram, mas não andava muito empolgado com Walking Dead até jogar o jogo. E meu amigo, que experiência foda.

Você assume o papel de Lee Everett, um homem que está prestes a ir para a prisão quando o apocalipse zumbi começa a acontecer ao seu redor. Enquanto tenta sobreviver, ele acaba cruzando o caminho de Clementine, uma menina de oitos anos, de quem ele decide tomar conta. Juntos, os dois tem que viver no meio de um mundo repleto de zumbis e de pessoas com más intenções.

Walking Dead: The  Game não é apenas um jogo. É uma experiência de narrativa em audivisual que te faz ficar grudado na tela do começo ao fim. Nada de fica atirando de um lado pro outro sem sentido, que nem em um “Call of Duty”, ou ficar colhendo sua plantação que nem na “Fazendinha Feliz”. Aqui, o que importa, é a história.

O jogo funciona no mesmo estilo dos adventure dos anos 90, como “Ilha dos Macacos” ou “Full Throttle”. Você aponta, clica, colhe itens e, acima de tudo, decide o que e com quem falar. Dividido em cinco episódios, o game faz com que suas escolhas tenham grande importância durante a trama. Escolher  salvar a vida de uma pessoa no primeiro episódio, pode fazer com que ela te ajude no quinto. Ou não.

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Por duas vezes, eu resolvi defender as escolhas de algum personagem para, segundos depois, ver ele sendo morto por outra pessoa. Sem falar a impotência de tentar salvar alguém e acabar fazendo a escolha errada de palavras. O cronômetro que dispara na hora de você escolher a fala faz com que a tensão seja maior ainda, e para cada escolha, exista uma consequência palpável.

Em tempos que os jogos casuais são cada vez mais comuns, seja no iPhone ou no Facebook, me surpreende a decisão da Telltale de lançar esse jogo no mercado e mais ainda a recepção positiva tanto de público, com como da crítica. Além do sucesso de venda, Walking Dead: The Game ganhou o merecido prêmio de jogo do ano no VGA, uma das maiores premiações da categoria.

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Apesar de odiar os jogos de adventure, esse me pegou como poucos jogos conseguem. A conexão que você faz com a história é incrível e é difícil não ficar abalado com a morte de alguns personagens ou na hora que você tem que fazer uma decisão difícil. A todo momento você se questiona sobre suas decisões e até o próprio jogo faz isso, uma uma incrível passagem no último episódio da temporada.

Para aqueles que se enganam pelo título e acham que o foco de Walking Dead são os zumbis, Kirkman fez questão de deixar bem claro na revista: os humanos sobreviventes que são os mortos que andam. Apesar de não seguir o roteiro do quadrinhos a risca, este game é a melhor transposição de mídias possível para a franquia.

Uma experiência empolgante, humana e que vai fazer você ficar pensando sobre o game por muito tempo. Se você cansou de jogar todos os mesmos jogos iguais de sempre e quer algo que te faça sentir alguma coisa de verdade, esta é a escolha certa. Seja fã de zumbis ou não.

PS: O jogo está disponível para Xbox 360,  PlayStation 3, PC e iPad. Compre nos links e nos ajude a ficar ricos antes do Apocalipse Zumbi. :)

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Edson Castro
Edson Castro

Jornalista, ilustrador, apaixonado pela vida e por viver aventuras. Coleciona HQs, tênis e boas histórias para contar.

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