Como identificar o babaca do escritório

Um estudo realizado pela Harvard Business School identificou o babaca de escritório definitivo. Veja como reconhecer qual é o do seu trabalho e saiba como o comportamento dele pode prejudicar, e muito, toda e empresa.

Créditos: Reprodução

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Sempre existe aquele cara que insiste em puxar o saco do chefe, mandar você seguir estritamente cada regra – mesmo aquelas não explícitas e desconsideradas, inclusive, pelos cargos de liderança – invadir seu espaço em reuniões tomando a sua voz e escutar música ou assistir vídeos sem fones de ouvido.

Essas atitudes, típicas do babaca, são simples quando comparadas às ações extremamente tóxicas que esse sujeito pode tomar: ele passa a perna em quem puder, faz fofoca, abusa do seu poder, pratica assédio moral e, aos poucos, pode acabar com a harmonia de um departamento ou até prejudicar a empresa.

Segundo um novo estudo da Harvard Business School, você não deve ter vergonha de odiar esse cara. Na verdade, esse sanguessuga foi reconhecido pelos autores do estudo como o “funcionário tóxico” e ele não é apenas um calo no seu sapato como também está torrando o dinheiro da empresa.

Os pesquisadores Michael Housman e Dylan Minor destacaram que, por anos, as empresas estiveram focadas em encontrar o empregado do ano, o melhor funcionário. Aquele capaz de vestir a camisa do time, aumentar a produtividade da equipe por sua personalidade, conhecimento e dedicação.

Porém, praticamente nenhuma empresa procura o babaca. Aquele cara capaz de fazer todo o departamento se sentir horrível, quem insiste em puxar o time para baixo e reduz drasticamente a produtividade de quem está ao redor.

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De acordo com esse novo estudo, o “funcionário tóxico” é definido como um empregado que se engaja em um comportamento prejudicial para a organização, tanto em relação à propriedade quanto em relação aos outros funcionários. Em uma visão mais ampla, esse funcionário pode custar bilhões de dólares, como aconteceu no caso ‘London Whale’, onde o funcionário chamado Bruno Iksil causou despesas de US$920 milhões para o banco JP Morgan.

Em outra perspectiva extrema, funcionários tóxicos podem até machucar e ferir seriamente seus colegas de trabalho, como aconteceu recentemente em São Paulo. Depois de ser demitida, uma antiga funcionária de um escritório de advocacia invadiu o prédio e manteve reféns durante cinco horas.

É lógico, a situação é uma via de duas mãos. Às vezes, no caso dessa funcionária, o seu chefe também poderia ser um funcionário tóxico e tudo acabou virando uma bola de neve.

Mesmo nos níveis mais modestos de comportamento tóxico, esses funcionários podem causar custos para a organização, como perda de clientes, perda de moral entre os empregados, demissão de bons funcionários por causa de assédio moral, queda no faturamento e outras consequências.

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Examinando um grupo de 50.000 funcionários em 11 companhias diferentes, os pesquisadores detectaram um número de traços que esses funcionários tóxicos normalmente compartilham.

Eles tendem a ser confiantes demais em si mesmos, egocêntricos e auto-suficientes e obcecados em seguir regras. Infelizmente, eles também são, normalmente, funcionários que realizam entregas em dia, por isso acabam ficando tempo demais na empresa mesmo sendo odiados por todos e causando, silenciosamente, prejuízos em larga escala.

A revista Forbes também selecionou outras atitudes típicas do babaca, como não treinar bem outros funcionários, ter dificuldades em compartilhar informação e conhecimento, se apoderar de ideias de seus colegas, passar tempo demais em reuniões e menos tempo trabalhando, não assumir a responsabilidade quando passa uma ordem errada ao outro funcionário, falar alto demais e, é claro, abusar do poder proporcionado pelo cargo.

Se você já identificou esse profissional em algum lugar, pode odiá-lo à vontade mas, se você não acha que exista um babaca no seu escritório, cuidado: o babaca pode ser você.

Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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