As crises de primeiro e sete anos no relacionamento. Como reconhecer e gerenciar

Conheça o conflito e saiba sair bem dele com sua parceira

Com um relacionamento estagnado e morno, o escritor Richard Sherman aproveita a viagem da sua mulher para o interior para se aproximar da vizinha sexy, interpretada pela bela Marilyn Monroe. Enquanto cultiva fantasias com a loira, e pensa na infidelidade, dedica-se à leitura do livro A Coceira do Sétimo Ano (The Seven Year Itch), o mesmo título do filme em inglês, aqui traduzido para O Pecado Mora ao Lado.

A escolha do título não foi aleatória. Existe uma teoria que comprova a crise dos sete anos no relacionamento, o momento em que ou as coisas se ajustam e o casal opta pela separação. Mas, o que você não sabe é que outras crises acontecem ciclicamente no relacionamento: as de 1º, 14º e 21º anos.

Entenda como isso acontece

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De acordo com o IBGE, a maioria dos divórcios (21%) acontece entre o quinto e o nono ano, com um período crítico aos sete anos. Outro estudo da ONU revelou que o número de separações vai aumentando a partir do 3º ano dos relacionamentos e atinge o pico no 7o ano – quando começa a declinar. Ou seja: o 7o ano realmente é a hora da verdade da relação.

Outro ponto crítico e que também merece atenção para o relacionamento é no primeiro ano. De acordo com o mesmo IBGE, 18% dos divórcios acontecem no período. Entenda como cada crise acontece e como se livrar delas.

A crise do primeiro ano

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O primeiro grande conflito do casal acontece no primeiro ano. Esta fase é a que o casal confronta a empolgação do namoro, o calor inicial da paixão, com as cobranças da vida real, a rotina e o aspecto da mulher ou do homem perfeito desaparecem.

Sexualmente falando, acontece uma queda vertiginosa na vida sexual do casal. Estudos realizados na Universidade de Nova York apontam que, no primeiro mês, o casal tem uma média de três relações sexuais por semana. Até o 13º mês, acontece uma queda de 50% do número médio de transas mensais.

As brigas acontecem porque as expectativas normalmente são muito altas e elas acabam frustradas. Se o casal ainda tem um filho, as dificuldades aumentam.

Depois de se tornar mãe, a mulher transfere todas as suas atenções e se entrega totalmente ao filho. Como a maternidade diminui a libido feminina, a intimidade com o companheiro e atenção a relação acabam ficando em segundo plano.

A famigerada crise dos sete anos

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O casal que chega próximo aos sete anos percebe que o tesão e as novidades vão rareando. A paixão passou por completo e um sentimento mais ameno passa a dominar o relacionamento.

O que muitos não sabem é que o ambiente também pode influenciar no rompimento do casal. Quando você inicia uma vida a dois, vão morar juntos, a maior parte das coisas em casa é nova, todos os eletrodomésticos funcionam perfeitamente e até o carro comprado juntos não dá problemas.

No período de sete anos, as coisas começam a dar problemas, uma a uma. Carro, reformas em casa, lâmpadas, encanamento, eletrodomésticos, etc. Resumindo: o que era um ninho de amor acabou se transformando em um cafofo caindo aos pedaços.

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Como esses pequenos problemas não são notados, eles acabam incorporados às insatisfações e discussões no relacionamento. A impressão que você tem é que a vida a dois anda bem problemática e que a melhor alternativa e tirar este peso das costas.

No caso de filhos, o problema se intensifica. Por volta dos sete anos é também o momento em que geralmente as crianças passam a ter um pouco mais de independência, e aí o casal volta mais para eles mesmos. Se não houve cultivo do relacionamento neste período, o abismo entre as duas pessoas fica muito mais evidente e aparente.

Crise dos 14 e dos 21 anos

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Se você, guerreiro, ultrapassou as duas primeiras crises, outras ainda virão para atormentar o casal. A de 14 anos é quando os filhos viram adolescentes, iniciam namoros e a vida sexual deles começam a aflorar. O conflito de ideias e interesses acabam afastando os dois.

Na crise próxima aos 21 anos de casamento, as questões hormonais masculinas e femininas tomam rumos diferentes. Além disso, os filhos começam a sair de casa e os casais não sabem como lidar com o distanciamento que se criou até o período.

Como gerenciar uma crise no relacionamento

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Independente da época e do motivo, a principal coisa para vencer um conflito é ambas as partes estarem dispostas a investir e acreditar no relacionamento. Os frutos veem em sequência. Quando você consegue contornar um período difícil, o casal sai mais fortalecido e unido da situação.

Paciência, diálogo e respeito são importantes para que a vida a dois siga adiante. Deixar os estresses e problemas do trabalho de lado, manter atividades conjuntas e a vida sexual ativa são itens fundamentais para a manutenção do relacionamento.

As crises virão em diferentes momentos da vida a dois. Cabe a você (e sua parceira) descobrirem como sair delas: juntos ou cada um para o seu lado.

Para entender mais sobre relacionamentos:

Livro Felizes para sempre: A ciência para o casamento perfeito (Tara Parker Pope)

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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