Saiba o significado dos principais termos das cervejas especiais

Entenda os significados do que está escrito nos rótulos artesanais

Você decidiu deixar de lado a sua cerveja comercial e se aventurar nos rótulos especiais. Com muita vontade, mas pouco conhecimento, fica difícil fazer uma boa escolha no meio de tantos termos, como: estilos, cor da bebida, sabores, unidades de amargor, etc.

Para te ajudar nesta empreitada, resolvi definir abaixo alguns dos principais termos cervejeiros que você vai encontrar nos rótulos das cervejas especiais. Já vai te ajudar bastante na hora de fazer uma compra.

ABV

Alcohol by Volume, ou álcool por volume. É a medida de álcool na cerveja. Para facilitar a maneira de classificar a graduação alcoólica das bebidas, foi adotada uma maneira de expressar a quantidade de álcool, sem depender da densidade do líquido em questão, baseando-se no volume do líquido.

Com o álcool sendo medido em relação ao volume da substância, e não no peso. Dito isso, podemos dizer que uma bebida que tem 5% de ABV, tem 5 ml de álcool para cada 100ml da bebida.

Adjuntos Cervejeiros

A princípio, adjuntos cervejeiros são todos aqueles ingredientes que colocamos na cerveja, que não seja, Malte, Lúpulo, Água ou Levedura. Cereais não malteados (milho, arroz, trigo, cevada torrada); condimentos (pimenta, coentro, gengibre, folhas de árvores, chás, cascas como a canela, etc); frutas ou Legumes: laranja, pêssego, abóbora, etc.

Existe uma polêmica sobre  o milho e arroz utilizados na produção de cerveja como fonte alternativa de amido. Segundo as fabricantes, o uso serve para proporcionar espuma e  evitar que a bebida gere corpo, criando-se assim cervejas mais leves. A troca também existe porque o adjunto barateia os custos da cerveja.

Puro malte

Leonardo Filomeno

São cervejas que possuem 100% de malte de cevada em sua produção. Este tipo de cerveja não leva cereais não malteados como milho ou arroz.

Sem álcool

São cervejas com graduação alcoólica de até 0,5% de teor alcoólico (ABV). As cervejas sem álcool são produzidas em um processo de fermentação interrompida. Dessa forma, acontece uma inibição da produção de álcool na mistura de malte e água aquecidos.

Fique esperto, porque uma cerveja anunciada sem álcool pode conter uma pequena quantidade de teor alcoólico.

Chope

De acordo com a legislação brasileira, chope é uma cerveja não submetida ao processo de pasteurização para o envase. O chope (principalmente brasileiro) se diferencia da cerveja por ser uma bebida mais leve, com maior formação de espuma e durabilidade menor.

Cerveja Lager

Leonardo Filomeno

É a família das cervejas de baixa fermentação, produzida com leveduras qeu atuam em temperaturas mais baixas. Estilos como pilsen, helles, viena, rauchbier, bock, schwarzbier são alguns exemplos.

Cerveja Ale

É a família cervejeira de alta fermentação, feita com leveduras de atuam em temperaturas mais altas. Geralmente, possuem sabores e aromas mais complexos como as cervejas Weiss (de trigo), Pale Ale, IPA, Porter, Stout Dubbel, Tripel, entre outras.

Cerveja refermentada na garrafa

São rótulos que, depois de passar pelo processo de fermentação e maturação nos tanques cervejeiros, recebem uma adição de fermento, açúcar, ou os dois, antes de serem envasados. O processo acontece dentro da garrafa, proporcionando gás carbônico, liberação de mais aromas e sabores.

Cervejas de Fermentação espontânea

Leonardo Filomeno

A fermentação acontece com leveduras selvagens (Brettanomyces) e bactérias acéticas e lácticas existentes no ar do ambiente. Fermentam e maturam em barris de madeira.

Estilos como Lambic, Geuze, e outras com adição de frutas são exemplos.

IBU

O grau de amargor de uma cerveja está diretamente ligado à quantidade de lúpulo utilizado na sua produção, e pode ser mensurado. A medida utilizada é o IBU, do inglês International Bitterness Unit (Unidade Internacional de Amargor). Cara cada estilo existe uma faixa de amargor que os fabricantes utilizam como referência. Para a percepção humana, o limite de amargor está perto de 100 IBU (acima disso não faz diferença o uso).

Para ter uma ideia, as cervejas comerciais nacionais, do estilo standard lager, como por exemplo a Brahma e a Serramalte, possuem entre oito e 15 IBU, as premium lagers como a Heineken e a Stella Artois possuem entre 15 e 25 IBU. As verdadeiras pilsens checas têm entre 35 e 45 IBUs. Já as Imperial India Pale Ale, têm IBU´s que vão de 60 até incríveis 120.

Dry hopped

Procedimento aonde se adiciona lúpulo já na fase de fermentação ou na maturação para incrementar o aroma da cerveja sem aumentar seu amargor.

Sazonais

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São cervejas produzidas em uma determinada época do ano, que pode ser para um evento especial (Natal, Octoberfest, Halloween) ou estação do ano (inverno, outono, primavera, verão).

Drinkability

A palavra em inglês sem boa tradução na nossa língua, mas que significa o conjunto de características que mostra o quanto a cerveja é agradável, o quanto de satisfação a bebida oferece, possibilitando tomá-la novamente, em seguida.

De modo geral, cervejas com corpo leve a médio e teor alcoólico pouco elevado trazem boa drinkability (American Lager, Pilsen, Kölsch, Bitters, Witbier, Oktoberfest/Märzen, entre outros).

Cervejas de baixa drinkability são normalmente aquelas com corpo e teor alcoólico mais elevados, feitas para apreciar em menores quantidades, com aromas mais intensos e marcantes (Russian Imperial Stout, Belgian Strong Ales, Bière Brut, Barley Wine).

Cervejas ‘Session’

São cervejas que podem ser de qualquer estilo, mas têm como principais característica baixo teor alcoólico, gosto mais suave e alto drinkability. Elas são bons rótulos indicados para tomar no verão e em temperaturas altas.

Imperial ou Double

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O oposto das sessions, estas cervejas podem ser de qualquer estilo, mas têm como características fundamentais mais teor alcoólico, aromas e sabores mais intensos. Uma Imperial Pale Ale sempre vai ser mais amarga do que uma Pale Ale, por exemplo.

Cervejas Trapistas

É um tipo de cerveja produzida sob a supervisão de monges da Ordem Trapista. Precisa ser feita em mosteiros que atendem às exigências definidas (não produzir cerveja para obtenção lucro, produzidas por monges religiosos ou sob supervisão deles e reverter o dinheiro para obras assistenciais).

Dos 171 mosteiros trapistas existentes no mundo, apenas 11 são autorizados a marcar suas cervejas com o selo de autenticidade trapista, garantindo a origem monástica de sua produção. Esses 11 monastérios estão assim distribuídos:

6 na Bélgica: em Rochefort (Namur), Achel, Orval, Westmalle, Vleteren Oester, Chimay;
2 na Holanda – Konigshoeven – cerveja La Trappe, Abdij Maria Toevlucht (em Klein-Zundert);
1 na Áustria – Engelszell;
1 na Itália – Abadia das Três Fontes;
1 na Estados Unidos – St. Joseph’s Abbey (Spencer- Massachusetts)

Cervejas de Abadia

São cervejas inspiradas nos estilos tradicionais dos monges trapistas, mas não necessariamente são produzidas por eles. Os estilos são: Single, Dubbel, Tripel, Blond Ale, Belgian Pale Ale, Pale Strong Ale e Strong Dark Ale.

Fonte: Brejas, Apostila do Curso de Sommelier de Cerveja (Instituto da Cerveja)

Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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