Por que muitas vezes sexo com prostituta não é considerado traição?

Já parou para pensar nas razões que fazem alguns homens acreditarem que sexo com prostituta não é traição?

Vivemos em uma sociedade que prega a monogamia, condena a prostituição mas, mesmo assim, muitos homens buscam por sexo pago e, se você não conhece alguém que já tenha transado com uma prostituta, você provavelmente já pagou por sexo.

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A prostituição é algo tão comum no Brasil que a palavra “prostituta” está no topo das pesquisas de preços pelo Google no Brasil.

Na Europa, até 2015 foi registrado que cerca de 75 mil brasileiras se prostituíam por lá. Aqui, a profissão já foi legalizada mas, mesmo assim, ainda é um assunto bem delicado e que levanta muita discussão.

Uma dessas discussões, inclusive, é baseada na pergunta que levantamos neste texto: sexo com prostituta é considerado traição?

A resposta, resumidamente, é sim. Claro que é traição. Tudo o que você faz que quebra um acordo estabelecido com alguém é traição e, como um relacionamento é, na maioria das vezes, fundamentado no acordo da monogamia, transar com outra pessoa, mesmo sem sentimento ou pagando por isso, é traição.

Mas a gente sabe que o buraco é mais embaixo: a ideia de que transar com uma prostituta não é traição é motivada pelo consentimento silencioso da sociedade em afirmar que é natural buscar sexo fora do casamento ou do namoro.

A ideia de que o homem simplesmente não consegue se controlar e não consegue parar de desejar outras mulheres é a base para sustentar o pensamento de que é mais honesto transar com uma prostituta do que com uma garota que o homem conheceu em uma balada.

A prostituição parece tirar o peso da traição porque ela é um acordo profissional. Todas as partes aceitaram e o cara simplesmente está recebendo um serviço pelo qual pagou.

Por que muitas vezes sexo com prostituta não é considerado traição?

Enquanto pode rolar um envolvimento sentimental com uma mulher que o homem conheceu em uma festa, com a prostituta isso raramente acontece.

Além disso, transar com prostituta é algo que “todo homem faz”: do assalariado comum ao diretor de uma grande empresa.

Esse pensamento é quase uma imposição silenciosa que diz, aos sussurros, que se você não transar com uma prostituta você é menos homem, é fracote, é um idiota.

Eu, por exemplo, já ouvi vários homens falarem que precisaram flertar com uma prostituta em uma festa da empresa por ordem do chefe e por pressão dos amigos e dos colegas de trabalho.

É claro que eles não foram obrigados, ninguém colocou a arma na cabeça desses caras e disse: “transe com ela”, mas, entre outros homens e no meio da festa financiada pelo chefe, simplesmente ir embora ou ignorar o que está acontecendo pode te transformar no cara chato do trabalho e até te afastar das pessoas importantes que podem decidir o futuro da sua carreira.

Esse é o problema: a sociedade exige que o homem seja o pegador, o comedor, o macho que se envolve com outras mulheres fora do casamento e que deve se orgulhar disso.

Por mais que, no dia a dia, a traição seja condenada e todo mundo encha a boca pra dizer que as prostitutas não prestam, em lugares como as empresas onde meus amigos trabalham ou círculos sociais cujo pensamento é o mesmo descrito acima, a traição é rotineira, vangloriada e é sinônimo de status.

É por isso que muitos homens não consideram traição transar com uma prostituta e é por isso que esse tipo de mentalidade continua existindo em pleno ano de 2017.

Enquanto homens precisarem provar sua masculinidade reforçando e vangloriando comportamentos como esse, mais homens se sentirão obrigados a agir de maneiras que contradizem sua moral e aquilo que realmente querem para suas vidas.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.