Você enfrenta a disfunção erétil ou a ejaculação precoce e não entende muito bem por quê? Talvez você não esteja enxergando a raiz do problema.
Em agosto deste ano, o Ministério da Saúde divulgou um relatório preocupante: cerca de 1/3 da população masculina brasileira não vai ao médico.
A pesquisa aponta que as barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde e que, em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir alguma alteração no organismo.
De acordo com o relatório, uma das respostas mais comuns entre os homens (55%) é que não buscaram os serviços de saúde porque nunca precisaram. Essa falta de cuidado, segundo a pasta, esconde uma crescente consequência: eles morrem mais cedo que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, câncer e doenças do aparelho digestivo.
A demora na busca pelos serviços de saúde faz com que os homens vivam, em média, sete anos a menos que as mulheres – a expectativa de vida deles é de 71 anos e das mulheres, 78.
Apesar dos homens morrerem mais por ações externas, como acidentes de trânsito e violência, algumas doenças matam tanto quanto, como doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo.
O que você provavelmente não sabe é que algumas dessas doenças podem causar a disfunção erétil ou a ejaculação precoce.
Por mais que na maioria das vezes os problemas de ereção estejam relacionados a fatores psicológicos, muitas doenças, como a diabetes e a pressão arterial, podem afetar a saúde sexual do homem.
O urologista Aguinaldo Nardi, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia e diretor da Clínica Integra e Fertility, em Bauru (SP), disse em uma entrevista para a revista Veja que, ao contrário da mulher, os homens ainda não incorporaram a prevenção e os cuidados com a saúde em seu dia a dia: “Eles se consideram indestrutíveis e por isso não aceitam sua própria fragilidade”.
O Dr. Jairo Bouer reforça os dados da pesquisa apontando a sua própria experiência: “O homem ainda tem muita dificuldade para procurar o médio para falar da sua saúde sexual. Na verdade, o homem tem dificuldades em procurar qualquer médico”.
Para ele, os principais problemas de saúde que podem interferir na ereção são: diabetes não controlada, pressão arterial não controlada, uso excessivo de álcool e cigarro. Qualquer problema que interfira no fluxo de sangue também pode causar a disfunção erétil, como acumulo de gordura, obesidade, problema nos nervos e disfunção hormonal.
Porém, entre os homens mais jovens e sem nenhuma das doenças listadas acima, problemas de ereção podem estar relacionados a fatores psicológicos, como ansiedade e depressão.
Por isso, Jairo Bouer recomenda que você procure primeiramente um urologista e, se tudo estiver bem com a sua saúde, o próximo passo é partir para um terapeuta ou psicólogo.
Para o Dr. Aguinaldo Nardi, o principal ponto fraco do homem no trato da saúde é: “imaginar ser o sexo forte”.
Não há problema algum em realizar um tratamento com um psicólogo ou psiquiatra. Cuidar da mente não é algo vergonhoso ou embaraçoso e esse simples gesto pode mudar completamente a sua vida.
Em homens mais velhos, a disfunção erétil pode ser uma consequência de problemas mais sérios de saúde. As estatísticas apontam que 50% dos homens acima dos 40 anos sofre de problemas de ereção em graus diferentes. A situação se agrava com o passar do tempo. Aos 40 anos, pelo menos 5% dos homens não conseguem ter ereção. Já aos 70 anos, essa porcentagem sobre para 15%.
Os principais fatores de risco para a impotência sexual são, como já falamos, doenças cardiovasculares, tabagismo, vida sedentária e obesidade. Mas, muitas vezes, a disfunção erétil é um sintoma que antecede uma doença coronariana.
O Dr. Aguinaldo Nardi explica: “Isso porque a artéria que irriga o pênis tem um terço do calibre da coronária (a artéria do coração). Então, se a coronária está por entupir, a do pênis pode entupir antes. Por isso, homens que têm disfunção erétil devem procurar um médio porque isso pode ser indicativo de um problema ainda mais grave”.
E se você pensa em recorrer aos medicamentos específicos para controlar a ereção, é melhor pensar de novo: “Os remédios para disfunção erétil podem ser fatais para homens com problemas de angina e que utilizam nitritos ou nitratos.
Para eles, o medicamento pode levar a uma redução abrupta da frequência cardíaca. Então, antes de qualquer tratamento medicamentoso, é fundamental haver uma avaliação médica adequada”, reforça o Dr. Nardi.
Visite um médico com frequência e cuide da sua saúde: isso é ser forte.