Esta é, talvez, uma das principais dúvidas que as pessoas tem em relação ao mal: apontar as diferenças entre a tristeza e a depressão. É preciso ficar bem claro aqui que Depressão não é tristeza. Embora guarde algumas semelhanças, os caminhos que levam a cada uma delas são diferentes.
Sentamos com Anderson de Almeira, do Canal Depressão Sem Frescura, (http://bitly.com/1ZMfghQ) e autor do livro de mesmo nome, para falar sobre qual a diferença entre a depressão e a tristeza. Confira no link.
“Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo agradável surgir. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho”. Aponta Ricardo Moreno, médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, em entrevista para o Dr. Drauzio Varella.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais tentou estabelecer um conjunto de critérios padronizados que distinguem tristeza “normal” de depressão clínica. Mas, fazer o diagnóstico continua a ser uma ciência inexata. Este não é um tumor físico que você pode medir em centímetros, mas através da medição de humor.
De acordo com o manual, para um período de melancolia ser considerado um episódio depressivo, deve persistir por pelo menos duas semanas, e será acompanhada por, pelo menos, cinco destes sintomas:
– O humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, como indicado por relato subjetivo (por exemplo, sente-se triste ou vazio) ou observação feita por terceiros (por exemplo, chora muito);
– Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias;
– Perda significativa de peso sem estar em dieta ou ganho de peso (por exemplo, uma mudança de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias;
Depressão masculina como reconhecer o mal do homem 4
– Insônia ou excesso de sono quase todos os dias;
– Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
– Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
– Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante) quase todos os dias (não meramente auto recriminação ou culpa por estar doente);
– Diminuída capacidade de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação por outros);
– Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio;
O principal ponto crucial de qualquer um desses diagnósticos é responder se a sua depressão está impedindo-os de ir trabalhar, atrapalhando seus relacionamentos ou afetando sua rotina. Caso positivo, está na hora de procurar ajuda médica.