Todo mundo já viveu momentos de desespero antes de uma prova importante. Às vezes, o estresse é tanto que, quando a gente tenta revisar a matéria uma última vez, nem conseguimos manter o foco e as palavras ou números perdem o sentindo.
Será que, nesse caso, não é melhor cochilar?
Pesquisadores resolveram investigar se é melhor tirar uma soneca ou fazer uma revisão completa antes de uma prova. Eles descobriram que os alunos adeptos do cochilo se saiam melhor nos exames do que os alunos que costumavam revisar.
Forçar a barra e estudar demais pode ser algo bom a curto prazo, mas, segundo os pesquisadores, há um limite e exagerar demais por muito tempo é algo ineficaz.
O sono, entretanto, é fundamental para melhorar a nossa memória e ajuda o nosso cérebro a processar o que aprendemos durante o dia.
Um time de pesquisadores da escola de medicina DUKE-NUS no Cingapura compararam dois grupos de estudantes – um grupo dormiu antes da prova e o outro deu mais uma revisada no conteúdo.
O Dr. James Cousins, autor do estudo, deu uma entrevista para o New Scientist e afirmou: “o grupo da soneca teve as melhores notas. Nossos resultados podem indicar que o excesso de informação pode ser bom a curto prazo, mas, depois de um tempo, os benefícios não são mais percebidos”.
O time de pesquisadores sugere que estudantes sempre tirem uma soneca durante a tarde: “o corpo costuma amolecer naturalmente por volta das 15h, então, tire uma soneca. É o que fazemos no laboratório”. Eles aconselharam: “não se estresse demais tentando enfiar ainda mais informação no seu cérebro. Tire um cochilo em vez disso”.
O experimento para chegar nessa conclusão foi feito com formigas. Os 72 voluntários precisaram analisar 12 espécies de formigas e caranguejos.
Cada estudante recebeu apresentações sobre a dieta, o clima, o habitat natural e outras características das formigas e dos caranguejos e, depois de 80 minutos, se dividiram em grupos. Depois, grupo escolheu uma atividade para fazer na próxima hora: ver um filme, cochilar ou revisar o que aprenderam.
Por fim, eles precisaram fazer uma prova com 360 questões sobre o tema e os estudantes que se saíram melhor foram aqueles que cochilaram e assistiram um filme.
Depois de uma semana, os pesquisadores chamaram novamente os estudantes para a realização de outro teste e, mesmo assim, os alunos que optaram pelo cochilo durante o experimento se saíram melhor.
O Dr. Cousins acredita que isso pode indicar que forçar a cabeça para estudar além do necessário pode até ser útil a curto prazo, mas, com o tempo, a eficácia do método se perde.
Quando as pessoas não estão descansadas, aprender qualquer coisa se torna mais difícil porque nosso cérebro fica lutando para consolidar informações novas.
Mesmo assim, os pesquisadores alertam: cochilar foi a melhor saída nos testes, mas há diferença das notas entre os que ficaram acordados revisando e os que dormiram não foi tão grande assim. Por isso, o Dr. Cousins reforça que mais pesquisas devem ser realizadas na área.
A ideia que consolidamos memórias em uma cochilada tem seu mérito, mas, mesmo assim, ainda não se sabe se os estudantes realmente aprenderam mais por causa da soneca ou simplesmente ficaram em alerta depois que acordaram.
Para não arriscar, é melhor seguir o plano mais antigo da história das escolas: estudar um pouco todos os dias e não deixar tudo para a última hora.