Homens que se masturbam podem pagar multa de US$100 no Texas

Não, você não leu errado: uma deputada do Texas propôs uma lei que multaria homens em US$ 100 dólares a cada masturbação. Além da multa, a lei prevê que eles fiquem sujeitos a uma espera de 24 horas para agendar uma colonoscopia, vasectomia, ou comprar remédios como o Viagra.

Achou bizarro? Um absurdo? A gente também. Mas a justificativa dela vai te surpreender: Jessica Farrar, a deputada do partido dos democratas, contou para o canal CNN que não espera que a sua proposta seja aprovada. O seu objetivo, na verdade, é outro. E bem nobre. Ela explicou que levantou o projeto de lei para chamar atenção para pessoas tendo seus direitos determinados majoritariamente por legisladores do sexo oposto.

Ou seja: com o debate sobre o tema, mais pessoas vão discutir os problemas de leis voltadas para um sexo criadas por uma pessoa do sexo oposto. Em entrevista, ela disse que decidiu tomar essa atitude depois da constatação que o Texas é um dos estados onde as autoridades mais dificultam o acesso ao aborto, legalizado nos Estados Unidos desde 1973.

Jessica Farrar desenvolve: “Vamos ver o que o Texas tem feito pelas mulheres. E se os homens tivessem que passar pelos mesmos procedimentos intrusivos?”, questionou.

A relação levantada acima é diretamente referenciada no nome da lei, “A Man’s Right to Know Act” – em tradução livre “Lei O Direito de um Homem Saber” – segundo o G1: “uma versão do nome de um panfleto ‘A Woman’s Right to Know’ que médicos são obrigados a entregar a todas as mulheres que buscam informações sobre abortos no estado”.

Segundo a CNN, esse folheto é criticado por ativistas e até por médicos por conter um alto teor religioso, que busca fazer com que as mulheres desistam do procedimento. Aliás, esse panfleto tem erros graves, como a sugestão que o aborto pode causar câncer de mama, o que a ciência já comprovou que é mentira.

Em conclusão, o projeto de lei que visa multar homens que se masturbam é uma bandeira para discutir a importância da representatividade no cenário da legislação norte-americana.