Estamos em uma época em que se come muito mal e sem vontade. E não estou falando de gastronomia. O que mais recebemos pelo MHM são emails de leitoras que reclamam que seus pares estão desinteressados por sexo, pedindo auxílio para a relação ‘aquecer’ e para seus companheiros comparecerem.
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Eles parecem estar em um momento mais preocupado com a diversidade do que com a qualidade. Não conseguem transar muitas vezes com a mesma que o tesão acaba. Como um produto com validade curta, perde-se o interesse, e a vontade passa a ser a próxima conquista.
Por outro lado, cada vez mais pipocam por aí produtos para a higiene pessoal da região íntima. Além de sabonetes para a área, o mais recente foram os lenços para o sexo. Para ser usados por homens e mulheres antes e depois das relações sexuais, que afirma equilibrar o pH da genitália e neutralizar odores.
Não questiono os cuidados básicos com limpeza e higiene, que penso que todos devem manter para sua saúde e por respeito a suas parceiras e parceiros. Mas, será que esse excesso de produtos para a região íntima são mesmo necessários?
Uma matéria da Folha de S. Paulo questiona isso, com especialistas discordando da eficácia e do uso excessivo de tais produtos. “Enquanto o homem pensa mais no tamanho e na performande, a mulher se preocupa principalmente com a limpeza e a aparência”, aponta Carmita Abdo na reportagem, que ainda aponta a depilação total como uma preocupação feminina maior com a higienização.
Apoio o ponto de vista de Xico Sá que fala que a paranoia do sexo sem cheiro não dá. Sexo sem pelos, sem odores naturais causam um sexo sem tesão, sem prazer.
Essa geração de homens ‘Tá com nojinho’ que não aprenderam a chupar uma manga na infância e hoje rejeitam mulheres por alguns pelos e aromas a mais.
Essas mulheres que ficam neuróticas antes do encontro, preocupadas em ter que fazer todo o tipo de assepcia possível, desmatar a área, usar tantos produtos para a região íntima quanto usam para se maquiar, passam perfume francês embaixo da calcinha, só para causar ‘boa impressão’ e o retorno do companheiro.
Não sei vocês, mas sou daqueles que acham que não a nada melhor do que o tesão do beijo do dia seguinte, com o hálito ainda do álcool do vinho que compartilharam na noite anterior. O sexo suado com os corpos ainda com cheiro de cama.
Poder voltar para casa lembrando das aventuras da noite anterior sem pudor, sentindo o cheiro e gosto da companheira, e não a experiência de ter transado com uma boneca barbie, o sexo anti-septico, como se fosse um produto comprado alí na drogaria para higienização pessoal.
Talvez, esta paranoia com a aparência e o odor tenha contribuído cada vez mais para diminuir a vontade de estar com o outro, muitas vezes o cara preferindo ficar no ‘cinco contra um’ do mundo digital a encarar uma garota de carne, ossos, curvas, celulites, pelos e cheiros. Pense nisso!
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