Quase 70% das mulheres já sofreram violência dentro de universidades

Pesquisa divulgada hoje aponta a importância de discutir quais as várias formas de violência e como as universidades podem combater esses crimes.

Hoje, o Instituto Avon realizou a 3ª edição do Fale Sem Medo, fórum sobre violência contra a mulher.

Todos os anos, a empresa encomenda uma pesquisa direcionada sobre esse tema e, nesta edição, o foco da reflexão foi a violência nas universidades.

A pesquisa inédita, feita em parceria com o Data Popular, ouviu cerca de 1.800 universitários sobre o abuso dentro das instituições de ensino em todo o país. Entre os entrevistados, 60% são mulheres e, entre as mulheres que participaram da pesquisa, 67% já sofreram algum tipo de violência dentro da faculdade.

Já entre os homens entrevistados, 38% confessaram ter praticado pessoalmente algum tipo de violência contra mulheres na universidade.

Créditos: Reprodução

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Segundo Alessandra Ginante, presidente do Conselho do Instituto Avon, temos a Lei Maria da Penha para tipificar todos os casos de violência doméstica. Porém, a violência de gênero dentro das universidades não é clara nem para quem a sofre e nem para quem a comete.

Por exemplo: apenas 10% das mulheres afirmaram espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência no ambiente universitário. Mas, quando foram questionadas se sofreram algum dos itens de uma lista de violências, o número subiu para 67%.

Ou seja, é necessário educar homens e mulheres sobre o que, de fato, se enquadra no conceito e no crime de violência sexual, moral, psicológica ou física para, então, conseguirmos combater os casos.

O fórum, além de promover um debate mediado pela apresentadora Astrid Fontenelle, contou com a presença de fundadoras de movimentos sociais que acolhem vítimas de violência, antropólogos, professores da USP e de outras universidades, promotores de justiça e do educador e cineasta norte-americano Jackson Katz, criador do programa Mentores para Prevenção da Violência, cuja proposta é prevenir abusos sexuais dentro de escolas, universidades, do ambiente esportivo e militar nos EUA e em outros países.

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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