Depois de um longo envolvimento e noivado, Charlize Theron rompeu com Sean Penn de uma hora para outra. Sem maiores explicações ou um ponto final na relação, ela simplesmente parou de falar com Penn e cortou todas as relações.
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Você, provavelmente, já passou por essa experiência de sumir ou ver alguém desaparecer da sua vida, agora vamos explicar a mais nova forma de terminar os relacionamentos que virou moda e atacou até o campo dos famosos: o Ghosting.
O que é Ghosting?
Ghosting, a palavra que lembra o desenho do Gasparzinho – o fantasminha camarada, passou a ser usado como um verbo que se refere a terminar um envolvimento intenso e de médio a longo prazo, cortando todo o contato, sem dar qualquer tipo de explicação e ignorando tentativas da ex-parceira de aproximação.
Isto já aconteceu em outros momentos da história da humanidade. Quantas pessoas já aguardaram uma ligação ao lado do seu telefone com fio? Ou mesmo uma resposta via carta chegar pelos correios?
Mas, em uma era de aplicativos para sexo e pegação, onde a abordagem para o sexo oposto acontece simplesmente passando o dedo da direita para a esquerda, torna todo o envolvimento mais descartável.
Em outubro de 2014, uma pesquisa do Huffington Post feita com mil adultos apontou que 11% dos americanos tinha feito ghosting com alguém. A revista americana Elle entrevistou 185 pessoas e descobriu que cerca de 16,7% dos homens e 24,4% das mulheres tinham sido ghosting em algum momento de suas vidas.
Como saber se você tomou um Ghosting
Talvez seja uma das coisas mais fáceis de explicar. Pense em alguém nos últimos tempos que você tenha se envolvido. A coisa fluiu muito bem, vocês começaram a interagir bastante por meio de mensagens e redes sociais. De repente, você manda perguntas, chama para conversar e a situação acontece como na imagem acima.
Não é porque as redes sociais e tecnologias em apps promovem a conectividade quase 24 horas que as pessoas são obrigadas a serem políticas ou responder de bate e pronto sua mensagem. Fato. Mas, faça um pequeno exercício mental. Se alguém gosta e se preocupa com você, vai tentar te dar um feedback assim que possível.
Sim, reuniões importantes, morte ou doenças de familiares são traumáticas, fim da bateria de celular é até uma desculpa plausível, mas não dá pra ouví-las a todo instante. Se o silêncio acontecer por um período superior a 24h e ninguém roubou o aparelho da pessoa, provavelmente você está tomando um fora no mesmo estilo.
O que leva ao ghosting
Tentei procurar algumas justificativas para esta mania de términos brutos e repentinos.
– Relacionamentos efêmeros e intensos
Com os envolvimentos cada vez mais efêmeros, algumas pessoas costumam se apegar de forma intensa a outra. Tudo acontece em uma avalanche e sem respirar. Quando você percebe, dois estranhos desconhecidos há 2 meses passam a morar juntos, dividir escovas de dentes, contas e obrigações. Quando a paixão baixa e a racionalidade chega, não é difícil pensar que esta estratégia não foi a mais sensata.
– Relações mais frias e impessoais
Por outro lado, hoje em dia costumamos pensar muito mais nos nossos problemas do que nos problemas dos outros atualmente. As relações perderam um pouco da cumplicidade de outros tempos. Você fica com alguém enquanto este alguém lhe proporcionar algo positivo. Ao sinal da menor dificuldade, não é tão difícil desfazer os laços.
– Por traumas e medo de se envolver
Por traumas de relacionamentos imaturos e adolescentes, acabamos por criar um ‘coração peludo’ na hora de se envolver. Apesar da próxima pessoa que chega na sua vida não ter culpa do ocorrido, acaba levando todo o ônus e traumas anteriores.
Sumir é a alternativa?
Por traumas do início da minha vida amorosa, aprendi que, por mais que não tenhamos interesse na outra pessoa envolvida, jamais devemos sumir sem dar algum tipo de satisfação. É aquela típica coisa de: ‘Não faça com os outros aquilo que não gostaria que fizessem com você’.
Em outras épocas, a coisa demandava um certo tempo para ligações, envio de cartas, fax ou coisa do tipo. Mas, ainda para os términos, a boa e velha conversa cara-a-cara era a mais usual.
Hoje, com a tecnologia ao alcance das mãos, é muito mais fácil e prático deletar alguém da sua rede de influencias e seguir em frente sem ouvir lamentos ou dar justificativas.
A tecnologia tem um poder incrível, mas também nos fez parar de comunicar de forma eficaz.
Você, que não nasceu com ninguém grudado e não tem nenhuma obrigação de ficar com alguém por pena ou por obrigação, tem total direito de dizer não. Mas, por uma questão de respeito, poderia fazer isto de uma maneira mais cavalheira e polida.
Não sou favorável ao simples pensamento de que esquecer ou deixar alguém de lado seja a solução para seus problemas. Ghosting não é uma questão de esquecer de dizer a alguém que você não está interessado, mas sim um ato covarde.
É mais fácil seguir em frente e deixar o tempo passar. É também mais fácil não ter de lidar com palavras digitais em uma mensagem de texto ou dizer a alguém que você não quer ficar junto.
É mais fácil. Mas não é mais honesto contigo e nem com a outra pessoa.
Fonte: Huffington Post, New York Times
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