Acredito que tem duas pessoas que vestem roupas sociais: as que vestem bem e as que vestem mal. Infelizmente, faço parte deste não tão seleto segundo grupo.
Nem todo mundo pode ser Justin Timberlake ou George Clooney, que fazem com que o paletó e gravata pareçam tão simples de se usar quanto um chinelo e bermuda no fim de semana.
Para mim, roupa social sempre vem associada a uma gravata apertada demais, um terno que não fecha – gordo sofre – e uma camisa que sobra demais na cintura, punhos e colarinho.
A maior vergonha vem do fato de meu pai sempre ter usado trajes sociais para trabalhar e estar alinhado dentro deles. O coroa até que tentou me passar alguns ensinamentos, mas, infelizmente, me falta talento para usar tal tipo de roupa.
Tudo piora quando eu preciso comprar roupas sociais para algum evento. As lojas de terno e camisas são para mim como uma ida ao mecânico. Não importa o que o vendedor indique, nunca vou saber se está me enganando ou estou saindo mesmo com a melhor camisa da loja.
Como saber se aquele suposto algodão é egípcio de 1200 fios é de verdade ou é apenas mais uma camisa feita por escravos bolivianos no Brás? Listras na horizontal emagrecem e na vertical esticam? Para mim, parecer fazer o efeito contrário. Gravatas? Uma espécie de forca moderna.
Até mesmo especialistas no assunto se contradizem em alguns momentos. Afinal de contas, vale combinar o sapato com o cinto? Gravata estampada com camisa estampada cai bem? Para quem foram feitas as camisas com animal printing?
Já tentei paletós, fraques e smokings. Nada me cai bem. O primeiro passo para a mudança é aceitação. Mas há tempos que eu assumi que não sei me vestir socialmente e, ainda assim, não encontrei um terno que me caia bem. Uma pena.
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