Assim como o outro fenômeno dos campos de futebol, Victor Belfort foi um menino prodígio, destacando-se no vale tudo nos anos 90 e sendo o melhor em uma época onde o jogo sujo imperava e quase não havia regras. Da mesma forma que Ronaldo, ele teve que passar por diversas lesões, superações, altos e baixos.
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Como ele mesmo diz, agora está pronto e melhor do que nunca, e pretende dar a volta por cima no UFC no Combate 2, em Jaraguá do Sul (SC), vencendo Luke Rockhold. Só assim, terá o direito a revanche contra Anderson Silva, pelo cinturão dos pesos médios.
Em mais de 15 anos de carreira, o atleta carioca alternou diversas fases profissionais, que variaram de títulos mundiais e combates históricos até contusões graves, doping e intensos problemas familiares. Relembre os altos e baixos na carreira do Fenômeno Vitor Belfort e veja algumas de suas metáforas e frases de efeito.
Altos
Garoto Prodígio
A carreira de Belfort no vale-tudo aconteceu de maneira meteórica. Com apenas 19 anos, o prodígio impressionava nos Estados Unidos pelo alto grau de explosão de seus golpes. Sua primeira luta profissional durou apenas 12 segundos, em um evento chamado Superbrawl, onde venceu o sujo lutador Jon Hess.
Surge o Fenômeno
O resultado lhe credenciou a fechar contrato com o UFC, onde venceu mais dois adversários, Tra Tellingman e Scott Ferrozzo (ambos no primeiro round). Com isso, foi o atleta mais jovem a faturar o cinturão dos pesados do evento. Depois, derrotou também o gigante Tank Abbott, ganhou de vez o apelido de ‘Fenômeno’ (Phenom) e se transformou no atleta a ser batido na modalidade.
Massacre contra Wanderlei Silva
Em 98, Wanderlei Silva despontava como revelação. Mas Belfort encarou no Ultimate Brasil, surpreendendo o adversário com uma das já famosas sequências avassaladoras de socos e arrancou o nocaute em 44 segundos. A revanche para a luta histórica entre os dois desafetos, sempre lembrada como das mais esperadas pelos fãs, foi tentada em 2012, mas uma lesão na mão de Belfort adiou o combate.
Drama familiar e conquista do cinturão
Belfort vivia o intenso drama familiar em 2004, com o desaparecimento da irmã Priscila. Mesmo assim, aceitou lutar pelo cinturão os meios-pesados, em posse do norte-americano Randy Couture. O combate durou apenas 49 segundos. Nos golpes desferidos, costura da luva do Vitor feriu profundamente o olho do adversário e obrigou o médico a interromper o combate. Belfort acabava de se credenciar como campeão do UFC em duas categorias diferentes.
Vitória sobre Franklin no UFC 103
Nesse meio tempo, Belfort passou por diversos torneiros de MMA, como os extintos Cage Rage, Affliction e Pride, até finalmente retornar para o Ultimate. Em 2009, enfrentou o ex-campeão dos médios, Rich Franklin, no UFC 103. Na ocasião, Vitor anotou no cartel outro nocaute no primeiro round.
Após a vitória,o presidente Dana White afirmou que o resultado credenciaria o carioca para a disputa de título, previamente agendada para o UFC 112 (abril de 2010). Mas uma cirurgia no ombro esquerto tirou do combate e o paulista Demian Maia substituiu-o contra Anderson.
Goleada no TUF Brasil
Vitor provou que não é só bom no octogonal, mas também como treinador de equipes. Ele foi escolhido como um dos treinadores da primeira edição do The Ultimate Fighter: Brasil, que contou também com Wanderlei Silva como treinador da outra equipe. Sua equipe goleou a equipe do desafeto por 7 a 1. A tão esperada revanche entre os técnicos não aconteceu no UFC 147, por causa de uma lesão na mão de Belfort.Rich Frannklin foi selecionado para o substituí-lo.
Vitória no UFC São Paulo
Em 19 de janeiro de 2013, Vitor Belfort venceu o inglês Michael Bisping, na luta principal do UFC São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera. Com a vitória deste sábado, voltou a aparecer como um possível adversário de Anderson Silva, em uma luta pelo cinturão dos pesos médios do UFC. Após o triunfo, porém, Vitor Belfort, soltou o verbo e pediu uma nova chance contra o campeão dos meio-pesados, Jon Jones. Ele aproveitou para criticar o americano Chael Sonnen, que ganhou a chance de disputar o título da divisão até 93kg, em abril.
Com o cabelo no estilo moicano, Vitor Belfort começou a luta mais comedido, estudando a estratégia de Michael Bisping. Enquanto isso, a torcida entusiasmada apoiava o fenômeno. O brasileiro foi mais agressivo nos minutos finais e venceu o assalto. No segundo round, Belfort acertou um belo chute na cabeça do britânico, que caiu quase desacordado. Ele partiu para o ground and pound sobre um Bisping indefeso e o árbitro encerrou a luta. Depois da vitória, Vitor Belfort surpreendeu ao pedir uma revanche contra Jon Jones, campeão meio-pesado. “Quero enfrentar o Jon Jones. Será um duelo de campeão contra campeão.”
Baixos
Primeira derrota
Em 97, sua luta explosiva e vitórias contundentes já eram realidade, embora ninguém ainda havia conseguido derrota-lo. Mas Randy Couture, um wrestler norte-americano que dava os primeiros passos na modalidade, surpreendeu a todos no UFC 15 e segurou o ímpeto de Belfort nos primeiros minutos. Desacostumado com lutas longas, Vitor cansou e teve a primeira derrota por nocaute técnico aos nove minutos.
Pesadelo Sakuraba no Pride
O evento japonês estava em alta na época. O primeiro desafio de Vitor foi contra o ídolo local, Kazushi Sakuraba, já com alcunha de Gracie Hunter (caçador de Gracies) pelas vitórias marcantes contra membros da família. Vitor dominou os primeiros instantes da luta, mas quebrou o punho ao desferir um golpe, e a partir daí não suportou o jogo maluco e intenso do nipônico. A derrota fez Belfort sair da equipe do mestre Carlson Gracie e tomar outro rumo.
Garfado por Ortiz
Vitor enfrentou o polêmico Tito Ortiz no UFC 51, em 2005. O brasileiro estourou o nariz do adversário com um soco ainda no primeiro round. Nos seguintes, o norte-americano demonstrou instinto de sobrevivência e levou o combate para o solo, o território preferido. No fim, mesmo com domínio de Belfort, os juízes deram a vitória para Tito (decisão dividida). A luta até hoje é lembrada pelos fãs como uma das maiores garfadas da história.
Doping
Nos tempos do Pride, Belfort enfrentou o experiente Dan Henderson, em 2006. O brasileiro perdeu por decisão unânime. Após o combate, o teste antidoping de Vitor acusou positivo para uma substância ilegal, denominada 4-hidroxitestosterona. O lutador tentou se defender de duas formas: afirmou que havia usado suplemento vitamínico que continha o composto e que também poderia ter usado involuntariamente o hormônio em injeções no período de recuperação de um rompimento no menisco do joelho. Mesmo com provas claras, a punição norte-americana veio com nove meses e multa em U$ 10 mil.
O chute frontal de Anderson Silva
Recuperado da lesão, Dana White credenciou Vitor para o tão esperado combate contra Anderson Silva, na luta que valeria o cinturão do peso médio. O evento foi considerado o combate do século, mas dessa vez, a luta foi marcada pela espetacular exibição do Spider e o nocaute do Fenômeno, com um chute frontal vindo direto dos filmes de Steven Seagal.
O desafio e a derrota para Jon Jones
Para o UFC 152, após lesão do veterano Dan Henderson e recusa de Lyoto Machida, Belfort aceitou o convide de subir de categoria (dos pesos médios para os meio pesados) para enfrentar o dono do cinturão Jon Jones. Belfort quase finalizou Jones com uma chave de braço, mas ela não entrou e o fenômeno sentiu cansaço nos outros rounds. Foi finalizado no quarto round e a luta terminou com Jones vencedor, apesar do braço quebrado. Foi a quarta disputa por cinturão do UFC na carreira de Vítor, após a era de torneios.
Frases polêmicas de Vitor Belfort
“Não estou aqui para ganhar cheques. Sou o último T-Rex do MMA” , na entrevista coletiva do UFC Jaraguá.
“Estou mais pronto do que nunca. Melhor do que nunca. Mais feliz do que nunca”, sobre o confronto contra Bisping, no UFC São Paulo.
“Galera, já espremi as uvas. No próximo sábado vamos beber o vinho juntos.”
“Vou resolver os meus problemas com ele dentro do octógono”, afirmou o brasileiro em relação a Bisping.
“Quando você luta por um princípio e não apenas para ganhar, você vai mais longe. No treinamento é 90% físico e 10% mente, mas na hora da luta é 90% mente e só 10% físico”.
A maior expectativa que um lutador deve ter é uma só: conseguir cumprir a sua tarefa. Esperto como uma pomba, eficaz como uma serpente. (durante o segundo episódio do reality show TUF Brasil)
“Até onde sei, estou lá para lutar cinco minutos. Jones tem este tempo para me vencer e vice-versa. Se depois de cinco minutos nada é feito, teremos mais cinco. Então, vou descansar um minuto e depois lutamos mais cinco. Um minuto a mais e depois outros cinco… então, é melhor pensar que estamos lá dentro apenas por cinco minutos para ver o que acontece”, endossou o lutador na época do confronto contra Jon Jones.
“Quem era o Wanderlei para me vencer naquela época”, Belfort, em 2002, falando sobre a luta de 1998.
“O MMA será um dia maior que o futebol no Brasil”, sobre a popularidade do MMA
“Jogador de futebol é filho de mamãe, tem tudo pra ele. lutadores fazem tudo”, sobre a comparação entre futebol e MMA, que agora estão juntos.
“Me ofereceram o Wanderlei, mas parece que ele não quer lutar. A língua é o chicote do homem. Ele tem que aprender a falar menos e lutar mais. Eu sou do tipo de cara que gosta de falar e cumprir com minha palavra”, Belfort, em 2011, após Wanderlei marcar luta contra outro oponente.
“Eu estou atrás de você, inglês, estou na cola. Não quero saber o que ele pensa, sei que eu vou ganhar dele”, declarou Belfort respondendo às provocações de Bisping, que disse que o brasileiro apanharia como um saco de pancadas no octógono: “Não quero saber o que ele fala, isso faz parte dele. Ele é hooligan, eu não sou”.
“Eu estou focado. Estou como um atirador de elite: não quero saber se o vento está para o norte ou para o sul, eu só penso em vitória. Projeto nocaute, finalização. Eu vou pra decidir, não vou para cinco rounds não”.
“O passado é um cheque cancelado, já aconteceu, não muda. O futuro vai acontecer, é um cheque pré-datado, mas o hoje é o dinheiro que eu tenho. O melhor da minha vida está acontecendo hoje, no pessoal e no profissional”.
“Eu sou como a água. A água se adapta em várias formas e é dessa maneira que a gente tem que ser. Deixou um buraquinho ela entra, botou no fogo ela vira vapor, depois vira gelo. Eu acho que é dessa maneira que a gente tem que viver”.
“Minha força física é tão honrosa que você tem que assinar um cheque de U$ 1 milhão para lutar comigo”, complementou o lutador, ao se referir simbolicamente aos cachês do UFC.
“Um dia me perguntaram o que faria se batessem no meu carro. Respondi: agiria normalmente. Quer dizer que se baterem no carro do Pavarotti ele terá de cantar?”
“Para quem não sabe, tenho total controle da minha mente e do meu coração”, rebatendo o emocional do atleta do UFC
“O coração é do tamanho da vontade de lutar, e sábado estarei 100% faminto”, sobre as declarações de seu adversário que disse ter mais coração que Belfort.
“Foi uma fatalidade, um acidente de trabalho a que todo atleta está sujeito. Estou meio sem acreditar no que aconteceu. Eu até tentei convencer os médicos a me liberarem, mas, no meu caso, seria como se fizessem o Neymar jogar com botas. Não dava. Você treina muito, faz um mega investimento, se dedica ao máximo. O sentimento é de frustração, mas ao mesmo tempo sou um cara de fé. Agora começa a contagem. Minha luta vai ser contra isso agora. Não posso deixar a peteca cair e isso me consumir. Com certeza, isso fará com que eu volte ainda mais forte”
“Ele é o novo fôlego. Eu tenho muito respeito por esse cara, mas estou pronto para lutar e elevar a competição a um alto nível”, comentando sobre o combate contra Jon Jones.
“É importante vocês apoiarem o atleta lesionado porque ele é o maior prejudicado”, na ocasião de sua lesão em 2012.
“Me encontrei com o Forrest e ele me contou que ofereceram para ele uma lista com seis nomes e o meu era o primeiro. Ele disse que enfrentaria qualquer um deles, menos eu. É bom ter esse tipo de reconhecimento. Estou aqui para servir a companhia”
“Quem não se arrepende do que vez, não tem limites”
“Sexo é um ato, desejo carnal de um homem e uma mulher. Deus fez o amor. Antes da luta, fazer amor não faz mal”, declarou o lutador sobre a polêmica de transar ou não antes da luta.
“Seu problema comigo e problema seu!”
“Não perca nunca o seu alvo. Tenha calma respire fundo e na hora certa você sabe o que fazer”
“Estava tão confiante que queria lutar com uma mão só”, afirmou Belfort após deslocar ossos da mão esquerda.
Ao ser indagado por um repórter se sentia medo antes das lutas – Vitor Belfort respondeu:
– Medo, por que teria medo?
– Ora, disse o repórter. Porque seu adversário é grande e forte.
– Mas eu também sou – completou Vitor.
O repórter se calou e Belfort completou:
– Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Eu sinto amor e não medo. Os dois não podem coexistir! Você precisa escolher um deles para seguir vivendo e lutando!
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