O rugby é um dos esportes que mais cresce no Brasil. “O esporte de brutos jogado por cavalheiros”, como seu entusiastas gostam de proclamar, não é exclusividade do gênero masculino.
A modalidade feminina é eneacampeã do Campeonato Sul-Americano e já ficou em décimo lugar em um campeonato mundial. Além disso, o número de mulheres adeptas ao esporte no país só aumenta. Com o crescimento, era necessário alguém que falasse diretamente para as praticantes do desporto.
Assim surgiu o Rugby de Calcinha. Criado por Teresa Raquel e Anna Joana, em meados de 2009, o site teve grande crescimento exponencial em apenas quatro anos. Atualmente, contam com doze meninas espalhadas por todas as regiões do país e foram indicadas a categoria de mídia especializada no Troféu Brasil Rugby de 2012.
Conversamos com Teresa Raquel Bastos (essa gatinha da foto acima), que, além de ex-jogadora e entusiasta do rugby, escreve sobre moda e beleza e vai mudar o preconceito de muito marmanjo sobre mulheres que jogam rugby. Confira:
MHM: Existe alguma diferença técnica entre o rugby masculino e o rugby feminino? Por ser jogado por mulheres, a modelidade fica mais “delicada”?
Não, basicamente não. A diferença é que os treinos de fitness são personalizados para a estrutura corporal feminina, mas as regras, os treinos técnicos e etc, são iguais.
Mesmo assim o rugby ainda continua sendo um esporte um pouco mais bruto, certo?
Bruto só porque tem mais contato que os outros. Não tem delicadeza no jogo feminino não hahhaha
Existe alguma diferença da mulher que joga rugby para a que não joga? Ou ainda dá para fazer a unha, uma progressiva e entrar sem preocupação no ruck (formação de mais contato no rugby, onde os dois times disputam a bola)?
Isso é uma das coisas mais debatidas no Rugby de Calcinha. Porque as meninas têm sim preocupação com a beleza, se cuidam e até usam os materiais de jogo na cor rosa.
Então, ainda dá para jogar rugby e ser uma menina linda (tipo você )?
Dá sim (risos). Aliás, tem várias gatas jogando que continuam vaidosas e ainda ganham um corpão por causa do esporte. Mesmo assim, na hora do ruck, num tem progressiva não: Entra de qualquer jeito.
E quais as principais dificuldades para uma jogadora de rugby feminino hoje?
A dificuldade é achar meninas que topem jogar, empresas patrocinadoras, e se programar com as competições. Existem vários times foram do eixo sul-sudeste. Para ser uma jogadora de rugby, tem que haver mais dedicação que outros esportes como o futebol, pois tem que entender as regras e ter um preparo físico mínimo pra jogar.
Mesmo assim, ainda está longe de ser um esporte e modalidade feminina populares, certo?
Está longe des ser porque as mulheres ainda têm essa concepção burra de que apenas balé e voley são esportes para mulher. O rugby é incrível! Algumas, mulheres só praticam esportes pra ganhar corpo. Se esse motivo é o que norteia elas, estão perdendo tempo sem jogar rugby, E os roxos são raros, pelo menos comigo eram. quando a pessoa aprende a jogar, lesões e hematomas são mínimos
Recentemente a seleção feminina de rugby ganhou o Tornio Sul Americano de rugby Seves. Como você vê essa vitória para a categoria?
Cara, elas já são unanimidade no continente. Acho que a vitória foi super importante, pois as levará para o mundial de rugby sevens na Rússia, em junho, mas acredito que o Sul Americano não seja mais o foco delas, porque elas ganharam todas as edições já. O foco tem que ser diferente, para enfrentar adversárias muito maiores e melhores.
Ninguém da américa do sul joga como a gente. Se formos só treinar para jogar contra elas, a gente não cresce nunca. Claro, tem que manter a hegemonia, mas crescer e melhorar o desempenho no último mundial, quando ficaram em 10°.
Falando do Rugby em geral: Como você vê o crescimento da modalidade no país?
Muito rápida e sólida. Isso vem muito porque a modalidade de sevens virou olímpica e, como será no Brasil a estreia, já tem vaga garantida para nossa seleção. Com isso, entraram empresas grandes para patrocinar e a organização da CBRU está dando um rumo bom. Com isso, o rugby ganha vários adeptos, principalmente no masculino. Não tenho dados aqui, mas o número de jogadores cresceu muito.
E com isso a necessidade de uma mídia especializada, como vocês, certo?
Sim, mas isso sempre teve, por isso que criamos o rugby de calcinha em 2009
E como você administra ele hoje em dia? Você trabalha em mais algum lugar? Quantas pessoas trampam no site hoje?
Eu arrumo um jeito de encaixar o site na correria do dia-a-dia. O bom que os jogos que faço cobertura sempre são durante o final de semana. Eu trabalho na Marie Claire, revista feminina… o que é engraçado, né? Eu falo de maquiagem e de rugby, tudo no mesmo dia
Hoje, somos 15 pessoas. 12 meninas que escrevem, em todas as regiões do país (agora entrou a menina do Pará). Uma amiga que revisa textos de vez em quando, mas que nunca jogou rugby, e e dois caras que fazem textos pro Rugby de Cueca
Vocês conseguem se sustentar com o site hoje em dia?
Não entra um puto. Ainda. Pelo contrário, só sai. Estamos nos estruturando como site primeiro, MAS estamos com propostas de patrocínio.
Quais as principais dicas para quem quer começar a jogar rugby?
Tem apenas que procurar o primeiro time próximo de casa, Porque eu garanto que é paixão no primeiro treino. Basta dar o primeiro passo, perder o medo e pronto. Depois do primeiro treino, tem que comprar uma chuteira, um protetor bucal e pronto.
Consegue citar quais sãos as 3 jogadoras mais gatas do brasil hoje?
As mais gatas não sei, pode ser os mais gatos? (Risos)
Não. (Risos)
Quer saber mais sobre o rugby feminino no Brasil? Acesse o Rugby de Calcinha.
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