Depois de 13 semanas de combate, polêmicas e grandes baixas, chegou ao fim no domingo a primeira temporada do The Ultimate Fighter Brasil. Apesar de não ter o esperado confronto entre os técnicos Wanderlei Silva e Vitor Belfort, o primeiro reality show da série realizado fora do Estados Unidos trouxe boas histórias, combates equilibrados, somado a um final alucinante e surpreendente.
No sábado, 23 de junho, no UFC 147, quatro guerreiros irão disputar, no Mineirinho, duas vagas e a chance de assinar um contrato com o UFC. Deles, o mais empolgado é Serginho, que foi anunciado de última hora como substituto de Daniel Sarafian, lesionado durante os treinos. Para você ficar por dentro da disputa, vamos falar de cada um dos lutadores abaixo, sua trajetória até a final, os pontos fortes e fracos de cada um e as principais frases. Confira!
Godofredo Pepey (peso pena)
Especialista no Jiu-Jitsu, o cearense Godofredo Pepey está invicto no MMA, com 11 vitórias, sento três no TUF. Foi o primeiro atleta garantido nas semifinais do The Ultimate Fighter Brasil. O lutador bateu nas quartas de final o paranaense Wagner Galeto na decisão dividida dos juízes e garantiu vaga na próxima fase do reality show.
Para a luta que levaria a final, seu adversário a princípio seria Rodrigo Damm. Um dia antes do confronto, o atleta sentiu fortes dores nas costas, sendo diagnosticados problemas renais. Impedido pelos médicos, Rodrigo Damm se retirou da disputa, dando lugar a Marcos Vina.
A luta entre os dois foi emocionante, com o Pepey tentando leva-la para o chão para finalizar, enquanto Vina castigava com diversos golpes na cabeça. No segundo round, Pepey levou Vina novamente pro chão e continuou a trabalhar posições até que conseguiu encaixar uma chave americana, fazendo Vina desistir da luta.
O lutador é conhecido por suas plásticas finalizações. Para quem não sabe o confronto de sábado já aconteceu tempos atrás no jiu-jistu. Na ocasião, o vencedor foi Pepey, por pontos.
- “Prefiro que a mãe dos outros chorem do que a minha!”.
- “Superei muita coisa na vida e já é uma vitória estar aqui. O pior que uma pessoa pode passar, eu passei: fome. Vou procurar a vitória, almejar o melhor para mim e para a minha família”.
Rony Jason (peso pena)
Natural de Quixadá, também no Ceará, Jason é especialista no jiu-jitsu, embora saiba manter a trocação em pé. Tem 13 lutas no MMA e 10 vitórias. Único do time do Wanderlei a ir para a decisão, se envolveu em um episódio polêmico ao enfrentar nas quartas-de-finais seu amigo e parceiro de treino Anistávio Gasparzinho.
Na ocasião, o técnico Cachorro Louco acusou Belfort de antiético por botar dois amigos no octogonal. Rony ganhou a luta por finalização técnica depois de aplicar uma chave de braço em Gasparzinho, quase quebrando o braço que forçou o árbitro a intervir e parar a luta. No final os dois se abraçaram e choraram.
Pela semi, Rony Jason e Hugo Wolverine se enfrentaram em um duelo de 3 rounds, onde Jason foi muito castigado. Mesmo assim saiu vitorioso, conquistando a última vaga para a final dos pesos penas.
Jason afirmou que os outros lutadores da casa duvidaram do potencial de Pepey. Ele, no entanto, diz que está preparado para a luta de sábado e está consciente do potencial do adversário.
- “Meu estilo é brigador. Eu gosto de sair na porrada!”.
- “Não tem mais volta. Ou é morte ou vitória. Vou morrer lá dentro, mas só saio com a vitória”.
- “Na final, com certeza podem esperar um Jason mais afiado em pé e mais afiado no chão. Estou no UFC, cara. Não tem sonho melhor que este. Eu podia ter saído daqui sem um braço e sem uma perna que ainda estaria valendo”.
- “O bicho vai pegar lá dentro, porque não vou desistir e sei que ele também não vai. Quem vai assistir a este evento pode esperar uma grande guerra e uma grande batalha. Na minha concepção, só saio de lá desmaiado”.
Serginho Moraes (pesos médios)
O lutador é tricampeão mundial de jiu-jítsu e sabe que sua principal arma está no chão. Apesar disso, afirmou que só melhorou sua luta em pé depois que entrou na casa. Tem 7 lutas no MMA e apenas 1 derrota.
Nas quartas de final, Serginho finalizou Pé de Chumbo com um mata-leão. A princípio, Serginho era membro do “Time Vitor”, mas foi transferido para o “Time Wanderlei” no meio da temporada, enfrentando Daniel Sarafian pela primeira vaga na final dos pesos médios. Foi nocauteado.
Grande surpresa na reta final do reality, o lutador soube de última hora que iria substituir Sarafian, lesionado durante os treinos. Sua história de vida sofrida – morador da cohab, foi cobrador e fazia bico na feira -, comoveu o público e os participantes da casa. Apesar da disso tudo, não deixa de estampar um sorriso no rosto, muitas vezes incoerente com os momentos de marra que o lutador tem que ter.
- “Para tentar enfrentar o Mutante, vou ter de me transformar em um Sentinela, caçar como eles fazem no X-Men (risos). Vai ser interessante o confronto”.
- “O Mutante não tem ponto fraco. Já vem preparado para todas as modalidades. Acredito que o Mutante seja um pato. Nada, corre e voa. E isso foi um elogio”.
- “Hoje, sou um atleta preparado pra qualquer situação, sou um atleta de MMA. Estou corrigindo meus erros, e com certeza todos vão ver um Serginho bem diferente no sábado, preparado para qualquer situação dessa luta”.
Mutante (pesos médios)
O pupilo de Vitor Belfort traz o gingado da capoeira para dentro do octogonal. Dono da maior envergadora do reality show, Mutante cresceu praticando Jiu-Jitsu. Aos dezessete anos deixou a casa e foi acolhido por Vitor Belfort, que o treinou e criou como se fosse um filho. No MMA tem 6 lutas e 2 derrotas.
Mutante foi o primeiro escolhido por Vitor Belfort para participar do time. Ele foi selecionado para lutar contra Leonardo Macarrão, vendendo-o por finalização (guilhotina) no segundo round.
Na semifinal, fez uma luta contra Bodão de apenas 1min22. Mutante partiu para cima acertando diversos cruzados. Em seguida, tentou um “rabo de arraia” da capoeira. Depois de uma finta, acertou um chute alto na têmpora de Bodão e conseguiu um nocaute fulminante e a melhor finalização do torneio.
Como Bodão demorou um pouco para se levantar, todos ficaram tensos. Mas ficou tudo bem no fim e os dois choraram muito, um por ter perdido a luta e o outro por ter passado para a final.
- “Creio que me senti à vontade do início ao fim. Já tinha noção de que isso iria acontecer (ser apontado como protegido de Belfort). É um trabalho que eu teria de mostrar no decorrer do programa. Mostrar o meu trabalho, quem é o Cezar, meus valores como pessoa e atleta”.
- “Eu faço um trabalho de meditação, tento desligar e esquecer de tudo o que está acontecendo. Não penso em luta, não penso em nada. Quando estou indo para a van, para lutar, penso que estou indo para um restaurante comer o prato principal. Penso que estou indo para uma festa e já vou comer o bolo. Vou relaxado, vou feliz!”
- “Acho que o jogo dele (Serginho) tem algumas brechas, né? É campeão mundial de jiu-jítsu, tem um excelente chão, mas aqui é o MMA. Nas artes marciais mistas eu vejo nele algumas brechas, e posso começar a luta por ali, atacando pelas beiradas. Pode ser pela luta em pé”.
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