Metade dos brasileiros não sabem quanto gastam no cartão e não fazem ideia dos juros cobrados. Será que você faz parte dessas estatísticas?
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O cartão de crédito costuma ser apontado como o grande vilão das finanças, mas é possível, sim utilizá-lo sem cair em armadilhas. Basta conhecer bem como ele funciona.
Porém, não é isso que acontece com boa parte dos brasileiros: segundo a revista Exame, 47% não sabem exatamente quanto gastam no cartão e 55% não fazem ideia dos juros cobrados.
Esses dados são resultado de um estudo nacional feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Mesmo com a taxa de juros do cartão atingindo 15,12% ao mês, o maior nível desde 1995, o medo de não conseguir pagar as parcelas e de ter que arcar com os juros não inibe os consumidores: 69% usam o cartão todos os meses e têm, em média, quatro parcelas para quitar.
Não estamos dizendo que o cartão de crédito é o vilão da história, mas é bom ficar alerta para não se endividar além da conta. Quando usado com parcimônia, o cartão pode inclusive te ajudar no seu planejamento financeiro, afinal, ele permite pagar todos os gastos de uma vez só e até deixar o dinheiro rendendo em uma aplicação financeira durante o mês.
Com ajuda dos nossos parceiros da corretora de investimento Rico, veja quais são os 7 erros que você comete ao usar o cartão de crédito:
1. Acreditar que o limite do cartão é uma renda extra
O limite do cartão de crédito é a quantidade de dinheiro que o banco disponibiliza a você por um determinado período e, depois, você pode devolver esse dinheiro sem pagar juros no fim do mês. Porém, gastar mais do que pode usando o limite do cartão é o grande erro apontado por especialistas, mas é também a principal vantagem na opinião dos consumidores: 40% justificam ter cartão de crédito porque ele permite adquirir bens de alto valor, que são difíceis de serem comprados à vista, segundo o levantamento do SPC e da CNDL.
O limite do cartão pode ser usado, com cuidado, desde que você não gaste com o que não vai conseguir pagar depois.
Se o seu objetivo é comprar algo cujo valor esteja acima do valor que você tem disponível no banco, você precisa ter disciplina para conseguir pagar as parcelas depois. Se você tem certeza que consegue, tudo bem. Mas esse não deve ser um hábito, como aconselha a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, para a revista Exame: “O limite pode ser usado como uma forma de complementar a renda só quando houver necessidade, se sua geladeira quebrar, por exemplo. Usá-lo sempre que acabar seu salário é perigoso, porque você compra além do que pode pagar”, explica a economista.
Se você estourar o limite do cartão de crédito, alguns bancos também cobram juros altos e outros bloqueiam o cartão.
2. Pagar apenas a parcela mínima da fatura
Este erro é extremamente tentador e perigoso, afinal, ver que você pode pagar apenas R$150 de uma fatura cujo total é, por exemplo, R$800, é um alívio, certo? Porém, quando você faz apenas o pagamento mínimo da fatura do cartão, de 15%, e empurra o resto da dívida para frente, pode pagar juros altíssimos, como explica a economista Ione Amorim, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Nesse caso, o banco oferece o chamado crédito rotativo, o grande vilão do cartão de crédito.
Já se você não pagar integralmente o valor da fatura e entrar nessa modalidade de crédito, o banco cobra o chamado “juro de cartão de crédito”. Em maio, a taxa média de juros cobrada pelos bancos foi de 15,12% ao mês (441,76% ao ano). Essa taxa, no entanto, varia muito de um banco para o outro.
Se for muito necessário parcelar a fatura, Marcela, do SPC Brasil, sugere tentar negociar taxas de juros melhores no banco.
3. Atrasar o pagamento da fatura
Um dia ou dois não vai fazer mal, certo? Errado. Se atrasar o pagamento da fatura a partir de um dia, você paga uma multa por atraso de até 2% ao mês, mais o chamado “juros de mora”, de até 1% ao mês.
Se além de atrasar o pagamento, você não pagar a fatura do cartão integralmente, também pagará os juros altos do crédito rotativo – e aí mora o verdadeiro pesadelo do cartão de crédito.
“Nunca pague a fatura com atraso. Mas se for realmente necessário, lembre que quanto mais tempo passa, mais juros você paga”, explica Marcela, do SPC Brasil, para a revista Exame.
4. Não ter noção de todas as taxas cobradas para usar o cartão
Além das taxas de juros e da multa em caso de atraso no pagamento da fatura, alguns bancos também cobram uma taxa de anuidade para você usar o cartão de crédito – e você pode tentar negociar essa taxa ao abrir a conta.
Rola também uma tarifa se você pedir para aumentar o limite de crédito, que já costuma ser bem maior do que a renda mensal da maioria das pessoas. Além disso, os bancos também cobram taxas para sacar dinheiro do cartão de crédito ou para pagar contas. Por isso, sempre saque dinheiro e pague as contas com o cartão de débito, que é isento de taxas para essa função.
Você sabia que há um seguro para casos de fraude do cartão, muitas vezes cobrado indevidamente? Segundo Leonardo Garcia, diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon): “Todas as compras efetuadas depois que o consumidor perdeu o cartão são de responsabilidade da administradora do cartão. O banco não pode cobrar para proteger o cliente nesses casos”.
5. Ter muitos cartões de crédito
Este erro é fácil de entender, afinal, quantos mais cartões você tem (e usa) mais difícil é controlar suas dívidas porque toda parcela é uma dívida até que seja quitada.
A economista Marcela, do SPC Brasil, também orienta não fazer cartões de crédito de lojas, a não ser que eles ofereçam bons descontos em compras, pois as chances de você esquecer de pagá-los também é grande e, por isso, é sempre melhor concentrar os gastos.
6. Não acompanhar o extrato
Você é o tipo de pessoa que sai passando o cartão de crédito desenfreadamente e não acompanha o extrato? Não se culpe tanto, isso é bem normal – porém, não deveria ser. O ideal é pelo menos uma vez por semana, olhar o extrato do cartão de crédito para conseguir controlar suas finanças.
Alguns cartões e aplicativos conectados à conta também já agrupam automaticamente seus gastos por categoria, e isso é bom porque você pode ver mais claramente onde poderá economizar no próximo mês. Lembre que é preciso incluir todas as parcelas no orçamento.
7. Errar no débito automático
Para a Marcela, do SPC Brasil, não há problema em colocar o pagamento do cartão de crédito em débito automático, desde que você controle o que gasta. “O mais importante é segurar o gasto antes. Não é o débito automático que vai te salvar de ficar inadimplente”, esclarece Marcela para a revista Exame.
Já Ione, do Idec, acha mais prudente não colocar a fatura do cartão em débito automático. “O consumidor fica menos atento ao controle financeiro e, se há erro de lançamento dos gastos, demora até que aquilo seja corrigido”, justifica.
Além disso, erros no débito automático podem ocorrer, como aconteceu recentemente com a comerciante Andreza de Melo Rodrigues, de São João do Meriti. Ela mantém a fatura de telefonia fixa de sua pizzaria em débito em conta em favor da uma empresa de comunicação: “No ano passado, os descontos aconteciam normalmente, até que, em agosto, o pagamento do não foi computado pela operadora. Os descontos continuaram sendo feitos nos meses seguintes e não percebi nenhum problema. Em março, contudo, sem qualquer aviso prévio, a operadora cancelou a linha”, explicou para o jornal O Globo.
Andrezza procurou a empresa e foi informada da fatura em aberto. Como o banco informou que a pagamento foi feito e a operadora afirmava o contrário, ela preferiu pagar a conta para ter seu telefone de volta.
“Nunca tive a preocupação de verificar o extrato do banco referente ao débito automático. Simplesmente, um dia, minha casa amanheceu sem luz. Procurei a concessionária que me informou do atraso na conta. Paguei a segunda via e fiquei alguns dias sem luz. Fui ao banco e, felizmente, consegui cancelar na hora as contas que tinha de gás, luz, telefone e de canais de filmes no débito automático”.
De acordo com a Apadic, Associação de Consumidores, em se tratando de débito automático, há duas relações negociais que fazem parte da cadeia de consumo. Com a empresa que fornece o serviço a ser pago e com o banco. O erro pode ocorrer nas duas pontas, seja da empresa, por não enviar a ordem de débito, ou da instituição bancária, quando a empresa envia a conta, o consumidor tem saldo, mas a fatura não é debitada.
Ao colocar sua conta para ser paga por meio desse sistema, o consumidor não fica livre de verificar se os valores foram efetivamente descontados e assim, as contas pagas, alerta a Apadic. Identificado o problema, ou seja, a não ocorrência do pagamento na data programada, a pessoa deve imediatamente entrar em contato com o prestador de serviço e a instituição bancária, para que o erro seja identificado e corrigido. O ideal, segundo a associação, é que a reclamação seja feita por escrito.
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