Segundo pesquisa, a verdade é: ninguém liga para as suas férias

Um novo estudo publicado na Psychological Science revelou que ninguém realmente se importa com aquelas fotos incríveis que você compartilhou nas redes sociais ou com seus relatos sobre as férias.

Créditos: Reprodução

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Você acabou de entrar de férias e quer compartilhar com o mundo a sua felicidade. Ok, nada de errado nisso! Expressar sentimentos de conquista e compartilhar vivências pessoais incríveis é algo importante para quem o realiza e representa nossas pequenas vitórias, como aquela viagem dos sonhos ou as férias perfeitas pelas quais você tanto esperou.

Porém, se o seu objetivo, mesmo no subconsciente, é fazer os outros ficarem com inveja, os pesquisadores de Harvard têm uma má notícia: ninguém realmente se importa com as fotos que você posta no Facebook.

Esse novo estudo, publicado na Psychological Science, garante: você pode até achar que suas experiências merecem ser compartilhadas, mas essa atitude traz um custo social.

O principal fator que interfere na atenção e importância que uma terceira pessoa dá para a sua viagem dos sonhos é o fato dessa experiência não ter sido compartilhada. Por exemplo, se você visitou Miami nos últimos dias e está super empolgado em contar para alguém como foi a viagem. Porém, essa pessoa nunca esteve lá e, por isso, a atenção e a animação dela em ouvir sua história não vai ser tão intensa como a de alguém que compartilhou a mesma experiência.

Na verdade, essa conversa pode até ter consequências desagradáveis. Para Gus Cooney, autor do projeto, algumas relações podem até ser enfraquecidas e isso não é necessariamente culpa de quem ficou fora da viagem: “As pessoas vão se sentir alheias e com pouco a dizer sobre determinado assunto. E no pior dos casos, podem sentir inveja e ressentimento por não ter vivido tal experiência”.

Além disso, as consequências negativas não seriam apenas para quem não viajou, mas também para quem está compartilhando suas experiências.

Para alcançar respostas, o grupo de pesquisadores realizou alguns experimentos. Entre eles, um teste dividiu os 68 participantes em grupos de quatro. Depois, esses grupos foram levados para um sala com cabines individuais onde alguns vídeos eram reproduzidos e, por grupo, apenas um dos voluntários tinha acesso ao vídeo mais interessante – de acordo com os pesquisadores – enquanto os outros assistiam aos vídeos menos legais.

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Ao fim da reprodução dos vídeos, os participantes precisavam dizer o quão felizes estavam com a experiência. Depois, os cientistas de Harvard permitiram que os quatro membros do grupo conversassem sobre os vídeos para, posteriormente, responderem as mesmas perguntas.

Aqueles que viram os melhores vídeos ficavam mais “tristes” depois da conversa com os outros voluntários. A conclusão dos pesquisadores para isso foi o fato de que o esse participante sortudo se sentiu sozinho e isolado da conversa dos outros três membros do grupo.

Além desse teste, outros experimentos também foram realizados pela equipe de pesquisadores. Um deles, inclusive, pediu para outras pessoas avaliarem seus comportamentos se elas estivessem na mesma situação do sortudo do grupo do teste anterior. A maioria delas não imaginava que era possível se sentir triste nesse tipo de situação, elas achavam que a conversa não seria capaz de diminuir a felicidade daqueles que viram o vídeo mais legal.

Gus Cooney então divulgou oficialmente sua visão sobre o estudo: “Se uma experiência transforma você em alguém que não possui nada em comum com os outros, não o importa o quão bom tenha sido, em longo prazo isso não lhe trará felicidade”.

Para a gente, a conclusão, no fim das contas, é aquela frase popularizada no filme Na Natureza Selvagem: “A felicidade só é real quando compartilhada”.

 

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Maria Confort
Maria Confort

Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.

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