Quando apontam uma arma para você

Quando alguém aponta uma arma pra você, uma par de coisa passa na sua cabeça: “Por que esse motoqueiro está parando aqui, será que ele quer me entregar alguma coisa, o que é isso na mão dele….” Sei bem do que estou falando, aconteceu isso comigo outro dia.

No turbilhão de coisas que vieram na minha mente, lembrei de dois rapazes, um da minha escola e outro da faculdade. Ambos foram mortos em situações parecidas. Alguém assaltou eles perto de suas casas e decidiu que aquela abordagem tinha que terminar com um tiro.

“Chegou minha vez. É assim que minha história termina”, pensei. Por trás dos fones de ouvido, escutei o motoqueiro armado falando: “Não vou te machucar, só passa o celular”.

“Por favor , quebra essa”, respondi em pensamento. É incrível o poder que uma arma tem de te por em perspectiva. “Minha vida tá tão boa ultimamente. Não queria ir embora assim. Tenho tanta coisa pra fazer ainda.”

É assim que é fora dos filmes, não? Na vida real, você nunca vê da onde vem o tiro. Era uma manhã tão bonita, o dia prometia ser tão legal e ali estava eu com uma arma apontada pra mim.

Eu penso no Dia dos Pais. Que barra vai ser para minha família se eu morrer perto de uma data assim. Penso no meus negócios, nas garotas para quem nunca me declarei e no meu cachorro. Tomara que tenha espaço no céu para cachorros.

Mas no fim, com meu celular nas mãos, o motoqueiro armado vai embora e me deixa sozinho na rua. Vazio, com raiva, triste… Quando te apontam uma arma, você sente usa pá de coisa…

Mas acima de tudo, sai com uma lista de coisas que tenho que fazer antes que alguém realmente decida me dar um tiro.