Manual prático para discutir com respeito e empatia

Guia oficial da Universidade de Nova York reúne dicas para uma discussão respeitosa dentro e fora das redes sociais

Você já deve ter observado que está cada vez mais difícil estabelecer uma conversa sem que isso descambe para o insulto e ofensas.

As redes sociais se transformaram em verdadeiros campos minados. Posicionamentos políticos, ideológicos, discussões sobre futebol, gênero e orientação sexual acabam, quase sempre, desfazendo amizades ou em brigas familiares.

Mas, será que é possível discutir com posicionamentos diversos de uma maneira saudável? O departamento de filosofia da Universidade de Nova York aponta que sim. Para isso, criou um conjunto de dicas práticas para obter um debate respeitoso e construtivo.

Abaixo, segue um compilado de orientações para facilitar a discussão deste tipo. As orientações são destinadas principalmente para discussão filosófica oral em contextos formais, mas também para a discussão em conferências, lugares públicos e assim por diante. Vale muito a pena conferir as dicas que você pode levar para todos os meios, online e off line.

“Se alguma das regras for perceptivelmente violada, a mesa de debate é encorajada a apontar isso (um toque gentil geralmente funciona melhor), no momento ou depois. […] Vale lembrar que violar essas regras não transforma alguém em uma pessoa ruim”, diz um trecho das orientações no material.

1. Respeito

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Seja gentil.

Não pareça incrédulo, faça caretas, aparente desdém revirando os olhos, não ria do participante ou comece conversas paralelas.

Não apresente objeções como se fossem verdades absolutas, sem espaço para uma resposta ou debate.

Não fale por cima dos outros, especialmente no início de uma conversa (mais tarde, numa fala ou discurso longo, há mais espaço para debate com interrupção, mas é sempre bom deixar as pessoas expressarem seu ponto de vista antes).

É bom reconhecer as contribuições de seu interlocutor e os de outros participantes.

2. Construção

Não há problema em fazer objeções, mas também é sempre legal fazer colocações construtivas sobre o projeto do interlocutor. Até objeções podem ser feitas de maneira construtiva, e até objeções destrutivas podem vir acompanhadas de um insight positivo.

Se você se pegar pensando que o projeto é inútil e que ele não acrescenta nada, pense duas vezes antes de fazer sua pergunta.

Tudo bem questionar pressupostos de um projeto ou uma área, mas discussões nos quais essas questões são dominantes podem não ser produtivas.

Não há razão para permanecer insistindo na mesma objeção, individualmente ou coletivamente, até que o palestrante desista.

Lembre-se que filosofia não é uma equação cujo resultado é zero.

3. Inclusão

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Não domine a discussão (exceção parcial para o palestrante).

Tente não deixar sua questão (ou resposta) durar para sempre. Levante um questionamento por pergunta (desenvolver uma linha de pensamento é ok, mas perguntas de tópicos diferentes podem esperar). Normalmente, você poderá falar mais com o debatedor no fim do evento.

Tudo bem fazer uma pergunta que você acha boba ou desinformada.

Não use exemplos ofensivos desnecessários.

Mediadores devem tentar equilibrar a discussão entre os participantes, priorizando gente que não falou antes, e mantendo em mente a probabilidade de viés (por exemplo, viés de gênero implícito) quando escolhe quem vai poder fazer perguntas ou aplica essas regras.

Fonte: New York University

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Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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