Clube da Luta real promete criar homens de verdade

“Você não é o que você tem — seu emprego, seu carro, sua conta bancária. Se você quer mudar sua vida, encontrar o guerreiro dentro de você e enfrentar seu inimigo interior — inscreva-se na nossa próxima turma!”. Com este anúncio na internet, um grupo promete transformar você, um cidadão urbano, em um homem de verdade. Totalmente inspirado do filme Clube da Luta, o projeto Família Ronin ganha adeptos na Rússia e fora dela.

+ 13 lições de vida com o Clube da Luta

Sem as famosas regras de sigilo que a obra inspirada no livro de Chuck Palahniuk pregava – e que serviu de roteiro para a obra de David Finchet e estrelada por Brad Pitt -, para você entrar no grupo precisa pagar cerca de R$ 2 mil. A partir daí, pode bater e apanhar quanto quiser (e puder). Sob tortura física e psicológica, a Família Ronin promete trazer o homem de verdade à tona.

Na Rússia, conhecida por sua intolerância, homofobia e a prática de violência, não é algo de se estranhar. O clube da luta surgiu em 2008 e a fotógrafa russa Maria Turchenkova documentou a Família Ronin, acompanhando por um tempo os acontecimentos por lá.

Para entrar no clube, você precisa ter um atestado médico e passar por uma entrevista. O primeiro desafio é psicológico, com os participantes lembrando da pior coisa que já fizeram na vida e que nunca tinha dito para ninguém. Como troca, eles podem fazer qualquer pergunta que quiserem para os outros.

Em um segundo momento, chega a hora do desafio físico. Exercícios de nível avançado são propostos e quem parar no meio apanha e é forçado a começar de novo. Quem quiser parar de vez a atividade tem que deixar a academia e não pode mais voltar. Se ainda assim quiser voltar, tem que sofrer uma punição forte.

No clube, são feito desafios com faca de madeira, onde a tarefa é agir como se estivessem lutando por suas vidas e atingindo seriamente os adversários.

O grande objetido da Família Ronin é encontrar a fé em si mesmo e superar o medo de apanhar. Confrontando, primeiro com as fraquezas morais, depois, na hora da exaustão física, as pessoas conseguiriam derrotar seu ‘inimigo interior’.

De acordo com os criadores do projeto, a grande crítica que fazem é que na vida moderna todo mundo reclama mais do que deveria ser permitido.

Confira abaixo um relato do modus operandi do treinamento. Você está pronto para isto?

“No primeiro dia, mandamos ele dormir no parque. No dia seguinte, nós o lavamos, o vestimos com saias e ele passou o dia todo sendo forçado a ser feminino, e apanhava quando não estava aprendendo rápido o suficiente. Quando ele foi para casa aquela noite, três caras o jogaram no chão e… o atacaram, como se ele fosse uma mulher. Os dois primeiros foram bem violentos, mas o terceiro foi gentil.

No outro dia, colamos um dos olhos dele e à noite costuramos os lábios para que ele não pudesse falar. No dia seguinte tiramos os pontos e descolamos o olho. Depois eu o chicoteei, cantando as runas nórdicas enquanto fazia isso, para colocar a energia de cada runa no corpo dele. Depois, colocamos ganchos na carne dele e o penduramos numa árvore. Mas não por nove dias, só por uma hora. Hahaha!”.

Fonte: Vice