Música pode mudar o gosto da cerveja

Em 2015, uma pesquisa desenvolvida por um brasileiro (é claro) e realizada na Bélgica (obviamente) buscou traçar um paralelo entre o paladar humano e a música. Resumidamente, o estudo quis provar que a trilha sonora pode influenciar nossa percepção dos sabores da cerveja.

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O pesquisador Felipe Reinoso Carvalho é doutorando nas Universidades Vrije Universiteit Brussel e Ku Leuven, na Bélgica e seu estudo foi publicado no periódico Food Quality and Preference. Nele, os pesquisadores explicam que, no geral, as trilhas influenciaram na forma que os participantes avaliaram os sabores das cervejas. “Os resultados demonstram que os sons que foram desenvolvidos para ressaltar um sabor específico podem ser utilizados para influenciar a experiência dos participantes ao saborear a cerveja”, afirmam.

Um dos testes foi o seguinte: no Museu dos Instrumentos, em Bruxelas, os voluntários deveriam classificar três cervejas. A degustação foi acompanhada de estímulos sonoros diferentes que mudavam de acordo com a mudança das notas de cada cerveja. Por exemplo: um piano tranquilo acentuava sabores doces, instrumentos metálicos destacavam notas azedas e um baixo bem grave para intensificar os sabores amargos.

Os participantes acreditavam que estavam experimentando três cervejas diferentes quando, na verdade, bebiam a mesma cerveja – o que mudava era a música: “Mesmo assim, eles transferiram a experiência doce do piano, a melancolia dos sons graves e seu sentimento sobre as músicas para as percepções do paladar”, ressalta Felipe Reinoso Carvalho em uma entrevista para a revista Superinteressante.

Felipe Carvalho também explicou que frequências mais baixas (os sons graves) acentuam os sabores amargos, e as frequências altas (sons agudos) realçam a doçura dos alimentos e bebidas.

Experimente fazer o teste em casa – com alguém que desconheça a pesquisa, é claro – e veja se o resultado se confirma.

Além dessa análise, Felipe realizou outros experimentos que envolveram chocolates e músicas do Jorge Ben Jor.

É claro que é necessário um estudo mais aprofundado para traçar a relação e compreender o fenômeno mas, pelo menos, Felipe enxergou a ponta do iceberg, resta saber o quão grande ele é!