Lançamentos e o que melhor rolou do Degusta Beer 2015

O evento surgiu em 2009, paralelo à Brasil Brau – a feira de comércio cervejeiro -, mas causou tanta procura e interesse que acabou transformado em um evento particular. O Degusta Beer 2015 acontece no São Paulo Expo de 15 a 18 de julho e reúne cervejarias artesanais, palestras e música.

Colamos no primeiro dia do evento para conferir o que de melhor rolou por lá. Destacamos aqui os lançamentos, as peculiaridades e que curtimos na feira. Confira!

Mea Culpa e seus três pecados

A mais nova cervejaria paulista foi ao evento para divulgar os seus três rótulos (Vaidade, Ira, e Gula) – o último, inclusive, conquistou medalha de prata no Festival Brasileiro de Cerveja 2015.

Para quem colou no stand da marca, um confessionário estava instalado com um padre confessando os pecados. Quer saber qual era a penitência? Cerveja!

Entre as cervejas, gostei bastante da Vaidade, uma American Pale Ale com aroma bem cítrico dos lúpulos americanos e com boa drinkability.

Saint Beer e a cerveja de arroz

Para quem não está nem aí para o uso de adjuntos cervejeiros, a Saint Beer veio para o Degusta com uma novidade: a cerveja Red Ila. Ela usou arroz vermelho para produzir o rótulo no estilo Double Red Ale.

A cerveja proporciona um aroma de maltes tostados, no paladar um intenso amargor do lúpulo contrasta com o adocicado dos maltes caramelo utilizado na receita. Apesar dos 7,5% de teor alcoólico, você não percebe o elevado álcool da bebida.

Coruja e suas misturas

Apesar de não contar com nenhum lançamento na feira, a coruja trouxe suas últimas novidades. A primeira é a Otus Hop (5,5% ABV), uma mistura de American Pale Ale com Pilsen Checa, reforçada com lúpulo. Mais amargor e mais identidade.

Já a Strix IPL (6,9% ABV), uma cerveja lager com inspiração das IPA. Resultado de uma combinação de lúpulos americanos e europeus.

Cevada Pura e Cigar City

A cervejaria do interior de São Paulo fez uma parceria com a norte-americana Cigar City e o resultado foram duas cervejas colaborativas. A primeira é uma American IPA com 7% de teor alcoólico e 70 IBU’s (unidade de amargor), uma porrada para quem curte amargor.

A outra é uma Brown Ale de 5% de teor alcoólico e 30 IBU. O rótulo leva café e cacau orgânico em sua composição. A identidade visual dos rótulos é show de bola.

Votus nº3

Colei no stand da Votus para experimentar o rótulo nº3, premiado com bronze no Festival da Cerveja 2015. É uma Doppelbock bem equilibrada, sem dulçor excessivo e sabores de chocolate amargo e café presente. O álcool é perceptível na bebida, mas sem incomodar.

A cervejaria é conhecida por nomear seus rótulos com o número da receita feita e as informações básicas (teor alcoólico, sensações no aroma e paladar e nível de amargor). Ajuda bastante o consumidor.

Madalena quatro novidades e uma cerveja com run

Além de trazer uma caminhonete Bigfoot para dentro da feira, a cervejaria paulista revelou quatro novidades: Amber Ale, Bock Oak Stout e Double IPA.

O que mais me atraiu foi a Oak Stout, uma cerveja de 6% de teor alcoólico e feita com chips de madeira embebido do Run premium Zacapa. A cerveja também tem adição de fava de baunilha, proporcionando um líquido aveludado, com notas de chocolate, tostado, tudo muito bem equilibrado.

A mística Cervejaria Mestre das Poções

A cervejaria acredita na alquimia e produz seus rótulos nas diferentes fases da lua e  com ingredientes inusitados e cervejas fora do padrão.

Provei a Pumpkin Ale, que leva abóbora em sua composição. A cerveja tem um toque de sour, bastante acidez e você nota o aroma e sabor da abóbora na receita, mas não como se fosse em doce.

Cerveja Capitu e os olhos de ressaca

Conheci a nova cervejaria Capitu e seus dois rótulos. Ela foi criada para combater o sexismo que algumas grandes cervejarias difundem nas propagandas. O rótulo é bem simples e tem um boa identidade visual.

Gostei bastante da Tilted Barn (5,1 ABV), que leva malte defumado de whisky, aveia e cevada fresca com lúpulos americanos. No sabor, o defumado lembra bastante bacon, com um cítrico ao fundo. Final seco e leve amargor.

Dama Tupi

O lançamento da paulista Dama foi um rótulo feito em parceria com a cervejaria Tupiniquim, de Porto Alegre. É uma West Coast Rye IPA, com centeio na receita para dar uma picância maior à bebida. Tem notas de maracujá, frutas amarelas e herbal. No sabor, o maracujá acompanha com um amargor intenso.

O que senti falta

– O espaço está bem legal, mas no evento deste ano senti falta de mais cervejarias, como foi em 2014. Com certeza a crise afetou a Feira.

– Faltou também mais novidades por parte das cervejarias, muitas só trouxeram suas cervejas de linha e nada de novo para apresentar ao público.

– A capital de São Paulo precisa de mais eventos como esse, para estreitar a relação entre a cervejaria e fazer com que o consumidor final tenha mais acesso a informações e novidades.