O mercado de cervejas artesanais cresceu no mundo todo em 2012. Por aqui, o público brasileiro começou a intercalar com os rótulos convencionais outros de sabores mais marcantes, ingredientes inusitados ou maior teor alcoólico. Com isso, as micro cervejarias investiram forte na criatividade e nas receitas.
O resultado foram bandas de rock e até presidente produzindo o próprio rótulo, cervejas de desenho animado embarcando por aqui e até a cana-de-açúcar entrou nos ingredientes, somando sabor ao malte e lúpulo. Isso sem contar nas cervejas premiadas em diversos campeonatos mundiais.
Confira, na nossa opinião, as cervejas de destaques em 2012. Se você ainda não tomou, essa é a oportunidade!
Velhas Virgens Indie Rockin´Beer
Apesar de várias bandas de rock já terem emprestado seus nomes para colocar em rótulos de cerveja, o primeiro fermentado da Velhas Virgens difere das outras pois foi resultado da criação do próprio baixista Tuca Paiva. O rótulo identifica-se com o estilo underground, que mistura rock’n’roll, bebedeira e putaria, resultando em uma India Pale Ale, de alta fermentação, com um sabor encorpado e amargor presente, além dos 6.5% de alcool, muito mais do que as cervejas comumente vendidas no mercado.
Segundo Paulão, vocalista da banda, a cerveja Velhas Virgens Rockin’ Beer é tão boa que até pagodeiro vai querer tomar
Motörhead com Lager Bastards
Pois depois de lançar uma marca de vinho (Motörhead Shiraz), a banda Motörhead decidiu se aventurar na loira gelada e criou um rótulo intitulado Lager Bastards. A cerveja é uma Standard American Lager puro malte, vem em garrafas de 330ml e tem teor alcólico de 4,7%. Está sendo fabricado pela empresa sueca Krönleins e, por enquanto, só está disponível na loja da cervejaria, mas pode ser encomendada para qualquer lugar do planeta aqui.
Segundo o baterista Mikkey Dee,”Você nunca é velho demais para o rock’n’roll e para uma cerveja bem gelada. Isso tudo funciona muito bem em conjunto”. Inspirados na banda Motörhead, reunimos outras 10 cervejas inspirados em bandas de rock. Aumente o som e curta a breja ouvindo sua banda favorita!
Duff Beer
A lendária cerveja do Homer Simpson e seus amigos no bar do Moe saiu dos desenhos e embarcou de vez em São Paulo. Apesar de seu lançamento ter ocorrido em novembro de 2011, em 8 bares paulistanos, foi em 2012 que ela ganhou a simpatia do público e as prateleiras dos bares. Agora, a Duff encontra-se em bares, lojas, mercados e até posto de gasolina de 13 capitais Brasileiras.
Quem produz o rótulo é a microcervejaria SaintBier – que também produz o rótulo da Coruja. Ela é uma american lager, cerveja puro malte, com sabor marcante, encorpada e com um amargor médio. Começou custando R$ 12,90, mas agora é possível encontrar à venda pela metade do preço.
As cervejas de Barack Obama
O presidente norte-americano faz questão de usar a cerveja em diversas ocasiões na sua carreira de estadista. Já a usou para fazer as pazes entre um professor negro e o policial branco que o prendera; tomou chope escuro na cidade de onde a família da mãe dele; e, em uma feira popular, a multidão em vez de desejar a ele mais quatro anos na presidência (four more years), cantou four more beers (mais quatro cervejas).
Mas o que a imprensa descobriu foi que o Barack Obama é tão fanático pelo fermentado de cevada e lúpulo que comprou, por conta própria, uma mini-cervejaria e a instalou na Casa Branca, para produção artesanal.
Feita a partir do mel das abelhas criadas nos jardins da residência presidencial, as cervejas ganharam o nome de White House Honey Ale e White House Honey Porter. Por pressão popular, a Casa Branca acabou revelando a receita das duas cervejas. O único problema é que as fermentadas são produzidas para consumo exclusivo de Obama e seus convidados.
URKontinent, a cerveja do Google
O rótulo foi criado por funcionários do Google, que estavam cansados de beber cervejas de outras marcas. O estilo da cerveja é Belgian Dubbel, e a fabricação ocorre em parceria com a microcervejaria norte-americana Dogfish Head.
Para chegar a receita final, foi criado um fórum onde cada participante sugeriu um ingrediente. Entre eles está o mel extraído de uma colmeia do Googlepex. Além disso, a bebida conta com especiarias da América do Sul, África e Austrália, mostrando que o produto tem a cara da empresa global. A empresa já afirmou que o rótulo é uma edição limitada e não pretende entrar no mercado cervejeiro. Pelo visto, somente os funcionários do Google e outros poucos mortais poderão apreciar a cerveja globalizada.
Wäls Petroleum
A cervejaria Wäls foi a vencedora do South Beer Cup, um torneiro que pode ser considerado a Copa Libertadores das fermentadas, reunindo diversas cervejarias sul-americanas. De quebra, seu mais novo lançamento, a Wäls Petroleum, ganhou também o como destaque em 2012, pelo prêmio criado pelos Blogueiros Brasileiros de Cerveja (BBC), um grupo que reúne os principais blogs de cerveja do Brasil.
A cerveja do estilo Russian Imperial Stout, é produzida com diversos tipos de grãos escuros, corpo aveludado, licoroso e denso. Aromas de chocolate belga, café, toffee e caramelo. Amargor equilibrado. Maturada com cacau extra bruto/torrado Belga. Tem 12% de teor alcoólico.
Saison de Caipira, a primeira cerveja de Cana-de-açúcar
Apostando na nos prêmios conquistados, a cervejaria Wäls chamou o mestre cervejeiro da The Brooklyn Brewery, Garrett Oliver, para produzir a primeira cerveja do mundo feita de cana-de açúcar. Na receita, o caldo do ingrediente se juntará aos maltes especiais, lúpulo e levedura para criar uma bebida do estilo Saison (do interior da Bélgica).
Esse tipo possui aromas frutados, leve acidez, alta carbonatação e teor alcoólico de 6% a 8%. Não por acaso, o nome da novidade será Saison de Caipira. O produto já esta no mercado desde dezembro de 2012.
Bamberg Schwarzbier
A Bamberg Schwarzbier merece destaque por ganhar dois prêmios no World Beer Awards 2012, o primeiro de a melhor Lager preta das Américas, que a credenciou ao título de melhor Lager preta do mundo. É uma cerveja preta, mas não tem o sabor tão pesado quanto uma Guinness e pode ser consumida a todo ano, em qualquer temperatura. Com 4,8% de teor alcoólico, tem aroma sabor de café e chocolate e uma discreta nota de lúpulos nobres do sul da Alemanhã.
A cervejaria Bamberg se destacou com premiação de outros rótulos ao longo do ano, como a Camila Camila e a Bamberg Munchen, além de ser eleita a Melhor Cervejaria das Américas na Copa Cervezas de América, no Chile.
Bierland Vienna
Duplamente premiada como a melhor Amber das Américas e do Mundo, no World Beer Awards 2012, a cerveja do estilo Vienna tem baixa fermentação. A Bierland Vienna possui três tipos de malte de cevada, que lhe conferem uma coloração avermelhada, o aroma remete a tons cítricos vindo dos três tipos de lúpulo utilizados, além de leves notas adocicadas sugerindo caramelo.
Seu sabor apresenta boa presença de malte no inicio, remetendo a leves notas adocicadas e que recebe em seguida generosa porção de lúpulo, trazendo agradável e persistente amargor. O teor alcoólico é de 5,4%.
Quilmes Cristal
A Argentina que levou medalha de ouro na categoria light tropical e latino-americana, na World Beer Cup, o evento considerado a Copa do Mundo da Cerveja. Apesar de ter apenas 4,9% de teor alcoólico, é uma pilsen bem encorpada e de boa qualidade, mais forte que as populares vendidas aqui no Brasil.
No país de origem é, de longe, a mais vendida. Ela foi batizada a partir do antigo nome indígena da localidade onde a fábrica foi instalada.
Paceña Pico de Oro
A boliviana ganhou ouro no estilo Internacional Lager, na World Beer Cup . A cerveja boliviana ganhou esse nome por causa da folha de alumínio que cobre a tampa. De coloração amarelo-palha e aroma levemente maltado, é a cerveja mais consumida na Bolívia.
A bebida tem um bom drinkability, é refrescante, e se assemelha aos rótulos pilsen consumidos aqui, porém com um gosto mais marcante. O fermentado ganhou fama por ser feito com água da Cordilheira dos Andes. Apesar de ser encontrada só por encomenda, já é uma boa desculpa para visitar o país vizinho.
Westmalle Trappist Tripel
Segundo a World Beer Cup , ela é número um na categoria Tripel, a cerveja que é considerada a mãe de todas do estilo. Foi produzida pela primeira vez no ano de 1934, em um monastério na Bélgica e mantem a receita desde 1956.
A cerveja trapista é dourada, tem um creme denso, consistente, com aroma de nozes, canela e frutas cristalizadas. Com 9,5% de álcool, oferece no final um amargor no fundo da língua.
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