Se o objetivo de Doc Brown em “De Volta Para o Futuro” era construir uma máquina do tempo a partir de um carro, ele conseguiu esse feito não só na elogiada trilogia, mas também fora das telonas. Isso porque o DeLorean fez tanto sucesso que foi capaz de atravessar décadas e ser cultuado hoje como se fosse uma grande novidade de 2015.
Inclusive, em uma viagem de Marty McFly (Michael J. Fox) no segundo filme, o protagonista cai no ano de 2015, talvez um prenúncio de que o veículo seria tão adorado a ponto de, trinta anos depois, ser considerado por muita gente o principal carro da história do cinema.
O modelo original usado para a trilogia é um DeLorean DMC-12 de 1981, cujo conceito foi pensado por um ex-executivo da General Motors, o engenheiro automotivo John Zachary DeLorean (o sobrenome explica muita coisa). A DeLorean Motor Company, conhecida pela sigla DMC, foi fundada por John em 1974 e declarou falência em 1982.
Com um chassi feito de aço inoxidável, o DMC-12 tinha motor V6 de 2.85 litros, usado também em carros da Peugeot, Renault e Volvo. O desenho foi elaborado pelo italiano Giogetto Giugiaro, enquanto a engenharia do veículo ficou por conta da inglesa Lotus Cars. Os modelos DMC-12 eram todos feitos em uma fábrica em Dunmurray, na Irlanda do Norte.
As portas que abriam pra cima faziam parte do conceito original do carro, que tinha duas opções de transmissão: manual de cinco marchas ou automática com três. Cerca de 9200 modelos foram fabricados, com 6 mil rodando até hoje. Em 1995, a DMC anunciou seu retorno e a compra de todo o inventário de peças, possibilitando a manutenção desses DeLoreans que ainda rodam.
No script original do filme, a máquina do tempo seria uma geladeira. Mas Robert Zemericks e Bob Gale ficaram com receio pelo fato de que crianças poderiam imitar e ficar presas dentro dos refrigeradores. E então escolheram o DeLorean, pelo design futurista do carro.
Três veículos foram comprados para o primeiro filme, de 1985, e outros três para as duas sequências (de 1989 e 1990). Um modelo de fibra de vidro também foi construído para as cenas em que o carro voa em “De Volta Para o Futuro 2”.
O material usado para fazer a máquina do tempo consistia basicamente em excedentes industriais elétricos, com exceção de duas peças: o reator nuclear era feito com uma calota de Dodge Polaris e o tal “Mr. Fusion”, fonte de energia do carro, era na verdade um moedor de café da marca Krups.
Para fazer a viagem no tempo, possibilitada pelo fluxo capacitor que ficava dentro do carro, o DeLorean precisava atingir a velocidade de 141 km/h. Uma curiosidade: nas cenas em que as portas eram congeladas, elas eram congeladas de verdade. Nos intervalos cenas era preciso esquentar as duas com secadores de cabelo para que não caíssem na cabeça dos atores e produtores.
O DeLorean clássico usado nos três filmes está exposto no Universal Studios Hollywood. O modelo das cenas de ação que envolvem o trem no terceiro filme está exposto no Universal Orlando. A terceira máquina do tempo, usada no terceiro filme e com os pneus de faixa branca, hoje está em mãos de um homem que vive em New England. Uma série de réplicas particulares já foi fabricada por grandes fãs da trilogia.
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