Se você tem menos de 40 anos, pode imaginar que já viu muitos desafetos na Fórmula 1, como Senna e Prost, Piquet e Mansell ou, em menor escala, o duelo entre Alonso e Hamilton. Porém, o filme Rush: no Limite da Emoção, traz a a maior rivalidade da F-1 de todos os tempos e que, provavelmente, você não conhecia: a dos pilotos Niki Lauda e James Hunt.
+ Veja as fotos e confira a história real que está por trás do filme
Os personagens de Lauda e Hunt são interpretados por Daniel Brühl e Chris Hemsworth, respectivamente. O longa do diretor Ron Howard (Uma Mente Brilhante e Código da Vinci) consegue passar para as telonas o confronto de duas personalidades distintas na era de ouro da F1 dos anos 70, o carismático e irresponsável playboy inglês James Hunt e o gênio metódico do austríaco Niki Lauda.
A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudesse se sagrar campeão mundial de Fórmula 1.
De acordo com a sinopse, o filme mostra “a era de glamour da F1, e retrata a história verdadeira de dois rivais”. O longa surpreendeu-me tanto positivamente, que decidi reunir alguns motivos para você, fã ou não do automobilismo, conferir Rush: no Limite da Emoção. Ele entre em cartaz no Brasil em 13 de setembro.
Hunt vs Lauda
James Hunt foi um bon vivant irresponsável, playboy mulherengo e um agressivo motorista. Mesmo nos boxes, o festeiro vivia entre cigarros, álcool e sexo. Apesar disso, tinha um talento e agressividade nas pistas que o diferenciavam de qualquer outro piloto.
Niki Lauda foi descrito no filme como o filho de uma rica família austríaca, que rejeita o futuro como homem de negócios em nome da aventura no automobilismo. Metódico, sem habilidades para falar com as pessoas, é um piloto frio e calculista, cujo conhecimento da engenharia transforma-o em um gênio e permite-lhe obter o melhor de seus carros.
Fator histórico
Apesar de apresentar os pilotos em seus primeiros passos no automobilismo, o grande palco da trama se dá mesmo na dramática temporada de 1976, em que Lauda era o campeão defensor e dispara na liderança após as primeiras etapas.
Mas, no meio da temporada, Hunt protagoniza uma impressionante reação e acirra a disputa. Um acidente em Nurburgring acaba por influenciar toda a história do campeonato e da vida dos dois.
A rivalidade e vontade de vencer o adversário
Fugindo do dualismo do mocinho contra o bandido, o espectador pode flertar com ambos pilotos por suas atitudes. Da mesma forma, somos levados pelas tensões explosivas entre os dois homens e, nesses momentos, podemos enxergar a arrogância e as falhas que eles apresentam em maneiras e momentos diferentes.
Rush explora o choque violento entre personalidades distintas e duas formas bem particulares de viver o automobilismo. Apesar de antagônicos, os pilotos são unidos unicamente pela obsessão de superar o outro nas pistas. Os estilo de vida diferentes dos protagonistas resultam em em embates nas pistas, provocações nos boxes e bate-bocas nas calorosas reuniões oficiais de pilotos antes das provas.
Apesar da rivalidade, o mais legal do filme é ver que existia muito respeito e admiração de um pelo outro.
Um filme ‘foda’ de F1
A Fórmula 1 não rende sucessos para os cinemas. Tirando “Grand Prix”, que teve uma boa repercussão nas telonas e até hoje é lembrado pelos fãs, os filmes de ficção deixam muito a desejar. Basta lembrar do projeto de Sylvester Stallone em “Alta Velocidade” (“Driven”, 2001) que, a princípio era para ser um longa de F1, mas como não conseguiu patrocínio, acabou falando sobre a Indy.
Ron Howard consegue elevar o nível de “Rush” através das ótimas sequências de pista e cuidado em recriar todo o ambiente de época. Carros de corrida, circuitos e até os logos dos antigos patrocinadores fazem o espectador imaginar-se, em alguns momentos, assistindo um documentário e não uma ficção.
O tratamento do Nurburgring e corridas de Fuji na chuva são, de longe, o melhor dos momentos. O acidente de Lauda é cuidadosamente encenados tão bem que é possível se contorcer nas poltronas ao ver o carro em chamas com o piloto dentro, esperando ser socorrido.
Rush é um lembrete de como a Fórmula 1 costumava ser emocionante, cheio de personagens e muito menos pragmática.
Muito mais do que um filme de F1
Mas do que um simples filme sobre automobilismo ou F1, o longa vai além do esporte para mostrar a loucura desses homens que pilotavam em um momento da história em que os acidentes fatais eram frequentes e o principal objetivo destes a vencer a morte, como bem fica eternizado na frase de Hunt. “Quanto mais próximo da morte, mas vivo você se sente”.
Foi por isso que quando saí da sala de cinema tive a certeza de que você não precisa ser um fã de automobilismo a apreciar o filme.
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