Por que bebemos?

Colunista discute os motivos que levam as pessoas às mesas de bar.

Colunista discute os motivos que levam as pessoas às mesas de bar.

Se a rua é, como dizem, uma escola, o bar é, definitivamente, a universidade. Quando um amigo me fez a pergunta que intitula este texto, eu ri. Logo eu e ele, que vivemos em busca de pretextos para estar entre geladas e destilados, não é um questionamento que se faça ou se responda assim, de uma hora pra outra.

Tem gente que bebe porque está feliz, ou porque está triste. Bebe-se porque perdeu o emprego, ou recebeu um aumento. Um brinde ao filho que nasceu, uma oferta àquele ente querido que nos deixou. Existem inúmeras razões, e ainda a cretina de que bebemos porque é líquido e se fosse sólido, comeríamos.

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Por que bebemos? Este é um exercício social. Inúmeras descobertas nasceram da mesa cheia de copos, desde as fofocas recentes às diferenças entre espécies de galinha. Você sabia que tem galinha que voa?

Também descobri a diferença entre whisky e whiskey, ou cervejas do tipo pilsen, draft, lager… são tantas, viu? No bar, aprende-se a respeitar as diferenças: se você não aceita a opinião do companheiro, pode simplesmente a conta e ir embora. Caso ainda não esteja pronto para alguém que pensa diferente, que tal voltar pra rua?

Consideramos, inclusive, aquele amigo que não bebe, num grande exercício de paciência e até cidadania. Estar sob o efeito de alguns drinks nos deixa desinibidos e, quando o filtro social vai para as cucuias, as mais profundas verdades são reveladas – para o bem e para o mal. Aliás, soube quem está solteira?

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Se bebemos sozinhos, o que invarievelmente acontece uma(s) vez(es) na vida, apreciamos a bebida e refletimos sobre tudo que aí está, desde as escolhas profissionais às decepções amorosas. Funciona assim, como estudar para aquela prova, colocando em jogo o auto-conhecimento.

É bebendo que se aprende a evitar a ressaca e, claro, a hora de parar de beber. Talvez, até aqui, a pergunta-chave não tenha sido completamente respondida. Vou seguir em busca disso, com quem quiser me acompanhar na próxima rodada. Garçom, capricha!

Marco Sá
Marco Sá

Dono do Em Sá Maior (emsamaior.com) carioca, músico e poeta de poucas métricas. Administrador por formação e redator por vocação. Adora essas coisas de internet e só não joga nas onze porque é baixinho.

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