Em 2014 foi aprovada a distribuição da vacina contra HPV para meninas pelo SUS.
Mas os garotos também devem ser vacinados? Maria Luisa Mendes, ginecologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, tem a mesma opinião de vários médicos e cientistas ao redor do mundo: “a vacina vale para ambos os sexos, todos devem se proteger do vírus”.
O HPV, Human Papiloma Virus, é fator de predisposição para o câncer de pênis nos homens e para câncer de colo de útero para as mulheres. Esse vírus está presente na pele e nas mucosas como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Ele pode ser transmitido pelo contato direto com a pele ou com mucosas infectadas por meio de relação sexual.
A escolha do ministério da saúde em tomar como prioridade a imunização de meninas entre 9 a 13 anos tem forte embasamento científico: “esta é a faixa-etária em que a vacina contra HPV tem a melhor resposta. Nesta fase, a menina pré-adolescente que tomar a vacina vai gerar mais anticorpos para se proteger contra o câncer de colo do útero”, observou Alexandre Padilha, então ministro da saúde no governo Dilma em 2014.
Além disso, a ginecologista Maria Luisa Mendes aponta: “é importante salientar que é preciso sempre usar camisinha nas relações sexuais para evitar o contágio das doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV. Além disso, o HPV é um fator de predisposição ao desenvolvimento de câncer, por isso quanto mais cedo se imunizar, entre os 9 e 13 anos, mais protegidos meninos e meninas estarão na fase adulta”.
Vacinação de meninos
O Ministério da Saúde anunciou, no dia 11 de outubro de 2016, que a vacinação contra HPV também será estendida para os meninos.
A partir de janeiro 2017, meninos de 12 a 13 anos também poderão receber a vacina. A faixa etária será ampliada gradualmente até 2020, quando a vacina estará disponível para meninos de 9 a 13 anos. O esquema vacinal consistem em duas doses, com intervalo de seis meses.
A vacinação contra HPV para meninos também é usada nos Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá, e a inclusão dos meninos na vacinação contra HPV segue a recomendação de sociedades médicas brasileiras como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Outra mudança é que, a partir de 2017, meninas que chegaram aos 14 anos sem a vacina também poderão se vacinar.
Sintomas do HPV
Entre os principais sintomas estão: dor, desconforto ou ardor na região vaginal ou pênis e o aparecimento de verrugas. O vírus é detectado através de exames de análises clínicas, como papanicolau e captura híbrida. Tem cura, mas é preciso paciência. “É um tratamento trabalhoso, demorado, com aplicações de medicamentos, cremes e que requer abstinência sexual”, conta a médica. Além disso, é importante também o parceiro se cuidar para não haver uma reincidência da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais frequente entre as brasileiras e a quarta causa de morte na população feminina, atrás do câncer de mama e colorretal. Para os homens, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de pênis atinge homens acima de 50 anos, mas pode acometer também os mais novos e está diretamente ligado à infecção do HPV.
Comentários
Importante - Os comentários realizados nesse artigo são de inteira responsabilidade do autor (você), antes de expressar sua opinião sobre temas sensíveis, leia nossos termos de uso