A burocrática primeira transa – por que dar uma segunda chance?

A primeira pode até ser medíocre, mas as outras vezes vão depender da sua vontade

O encontro deu certo, a afinidade e o tesão foram compatíveis, alguns drinks na cabeça e um objetivo em comum: transar. Agora, são dois corpos estranhos, nus (provavelmente tomado pela escuridão), em algum motel ou residência.

Durante os beijos, ele divide as atenções em manter a ‘pegada’ e colocar a camisinha sem deixá-lo ‘desanimar’ – mostrando a que veio, com sua virilidade latente, no melhor estilo de macho alfa.

Enquanto tenta jogar todo o sangue do corpo para seu órgão sexual, diversos pensamentos passam por sua cabeça. Não devia ter batido ‘uma’ antes de sair, ou devia ter se masturbado para controlar um pouco mais. Quais posições tentar sem que ela se sinta ofendida. Queria fazer um oral, mas e se ela não cuidou direito da ‘pepeka’? Ela vai interagir ou será mais uma rã morta? Vale arriscar um fio terra?

Enquanto ela, por mais que queira transar com aquele cara que parecia legal até aqui, ocupa sua mente com muitas outras coisas. Primeiro, enquanto a pegação rola, um check-list mental: depilação? Ok. Bom hálito? Tudo certo. Unhas dos pés feitas? Também. Lingerie nova e sexy? Ok. Higienização da bacurinha? Ok.

Tudo bem, agora eu posso dar.

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Depois, a preocupação dela será uma equação difícil de solucionar. Como causar boa impressão sem ser tachada de vagabunda? E se eu não quiser chupá-lo de primeira? Sexo anal, nem pensar. Gemidos contidos e não pedir para ele me xingar logo de cara. O caminho será mais ou menos este.

O resultado não poderia ser outro: um sexo burocrático. Por mais que role um tesão ali, uma bebidinha a mais acolá, a coisa acontece de maneira extremamente mecânica. Mais básica do que azulejo branco.

Por isso, se pudesse dar um conselho a você, homem ou mulher, eu diria:

Releve a primeira foda. Dê uma segunda chance para si e para a outra pessoa na cama.

A falta de sintonia

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Por mais experiente que você seja, eu considero cada envolvimento com outra pessoa um começo quase do zero. É lógico que você não vai passar os perrengues de quando você nem sabia o que fazer e onde colocar. Mas, cada pessoa tem um jeito, um corpo e um toque particular. Não existe chave-mestra.

É a partir desse envolvimento que você vai descobrindo aos poucos como agradá-la, o que e como fazer. Às vezes, você terá que encarar a realidade: não foram feitos um para o outro. Falta pele, falta tesão, falta sinergia. Aí, é melhor ficarem amigos e seguir em frente.

Por outro lado, existirão pessoas que te deixarão excitados só com o olhar. Como animais no cio, vocês dois foram feitos para trepar. O problema é quando só rola isso. Aí, precisa ter cuidado com o romantismo, ele pode estragar as coisas.

E, por último, terá aquelas pessoas que o relacionamento e a intimidade vai afinando. Com paciência e sentimento, as coisas se encaixam e o sexo pode ser como um bom vinho: melhor a medida que o tempo passa.

Sexo é uma construção

Você acabou de ser admitido em uma empresa. Antes de começar a exercer sua função, precisa conhecer os métodos, o modus operandi e as particularidades do local.

Com uma parceira não é diferente. Até encaixar uma sincronia e sinergia na cama, vai precisar estudar o terreno a fundo, dedicar horas empenhados naquilo para, enfim, poder desfrutar do melhor.

Menos orgasmos, mais prazer

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Você pode até fazer um sexo burocrático por anos com uma pessoa, pensando somente na sua ejaculação, sem nunca chegar a dar um prazer real para ela. Mas, se for para ser assim, não é melhor ficar na punheta?

Se você escolheu interagir com aquela mulher, por que não proporcionar uma experiência foda para os dois? Você só tem a ganhar com isso. Por isso, preocupe-se menos em atingir seu orgasmos e foque no prazer mútuo. Esqueça maratonas sexuais e dedique-se de corpo e alma quando estiver ali, nu na frente dela.

Pode ser 5 min, 10 min ou 50 min, o importante é que seja por inteiro.

Sem julgamentos

Para proporcionar prazer aquela garota, você precisa conquistar sua confiança. Deixe os julgamentos e moralismos de lado, converse abertamente sobre sexualidade com sua parceira. Mostre o que quer e como quer. Pergunte onde e de que jeito ela gosta. Quanto mais relaxada ela estiver, uma mulher mais entregue e permissível estará ao seu lado.

Saia do automático

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Não é porque vocês vão se encontrar pela primeira vez, pela 15ª ou pela 100ª, que vai transar de qualquer jeito. As primeiras vezes até podem ser mecânicas, mas não é por isso que dispense uma dedicação especial sua. Caso contrário, nem uma segunda chance vai rolar.

Você não é obrigado a trepar com ela, por isso, só faça quando tiver a fim. Você até pode não ser o ‘pica das galáxias’ da vida dela, mas se rolar um esforço, vontade e entrega, pode ter certeza que ela vai querer trepar com você novamente (ou pelo menos dar mais uma chance).

Por isso, digo, se você marcou um encontro com aquela garota, dedique-se como se não houvesse amanhã.

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Leonardo Filomeno
Leonardo Filomeno

Jornalista, Sommelier de Cervejas, fã de esportes e um camarada que vive dando pitacos na vida alheia

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