Você disse que era para sempre

Existem relacionamentos que não vingam e as pessoas saem muito bem deles. Não foi o caso.

Você disse que era para sempre

Você era mais experiente. Mais vivida. Sabia ser meiga, sexy e safada – cada uma em sua hora – exalava sexo e se sentia muito segura por isso. Confesso que gostava, mas isso não era o bastante.

Você chegou na vida de um cara relativamente novo, com uma certa experiência em algumas coisas, porém inexperiente em outras – nas quais você era craque – e tavez isso tenha facilitado a sua tomada de rédea. Durante alguns meses você teve um playground particular.

Quando queria brincar nele, era só descer. Quando queria desbravar outras formas de diversão, saia pela porta ds fundos, despercebido, e sabia justificar o modus operandi.

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Esse seria o cenário perfeito. Mulher vivida e menino – homem com vontade de desbravar novos mares. E assim a embarcação foi, acomapanhando a maré. Como “boa” capitã, você soube usar todos os atalhos do mar. Sabia onde as água eram mais brandas ou revoltas e conduzia para onde fosse melhor no momento.

Tudo aconteceu rápido e em alguns meses você disse que seria para sempre. Isso é algo forte para quem não está acostumado. Pode até passar no futuro, mas marca na hora. E assim você fez. Marcou seu território, mas marcou de maneira ruim, negativa.

Existem relacionamentos que não vingam e as pessoas saem muito bem deles. Não foi o caso. Você abandonou o barco no meio da tempestade, o que definitivamente não faz de você uma boa capitã. Na verdade você não honrou o seu juramento . Mas como dizem que é com maré brava que se forma bom marinheiro, por esse lado, o aprendizado foi muito válido.

O marinheiro de primeira viagem sofreu com as ondas grandes, com a tempestade que não cessava, mas depois de um tempo acordou com o céu azul e um sol escaldante batendo na cara.

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Foi preciso algum tempo se passar para ele ser apresentado ao amor. O verdadeiro. Porque de certa forma ele conheceu – ou pensava que havia conhecido – , mas mesmo assim, apenas um lado, uma parte. E conheceu pelo que ofereceu, não pelo que lhe foi dado. O que ainda lhe deixava inexperiente, mesmo que com alguma vivência.

Com vivência o suficiente para aprender o que não deve ser feito. Um sábio aprende principalmente nas experiências ruins, até consegue absorver mais conhecimento com elas do que em algo que deu certo.

O mais curioso disso é que tudo que o que ele queria e precisava veio justamente de alguém com menos experiência ainda. E foi nesse momento que ele foi posto em cheque. A hora da verdade. Vai fazer o que muita gente faz e “descontar” o que já passou? Ou vai aproveitar o que viveu e fazer diferente? A situação tinha se invertido. Ele agora era o experiente lidando com alguém inexperiente. O resultado disso foi uma cabeça boa e preparada para a situação e alguém com um sentimento puro. O resultado foi amor. Apenas isso.

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Para dar certo só precisa de sentimento e boa vontade. O resto flui. O resto é calmaria. Mar tranquilo no amanhecer do dia, pôr-do-sol e lua cheia. E o que é utopia para a maioria, para outros é apenas rotina – das boas.

Cicatrizes mostram que algo foi feito. Mas ao contrário do que muita gente pensa, elas não carregam as dores junto com as marcas. A dor passa. É esquecida. Não convive diariamente. E nada melhor do que a sensação de algo que passou.

A sensação de que você passou por algo apenas para aprender e que hoje não tem um peso algum em sua vida. A maturidade tem o poder de transformar o que um dia foi peso em algo muito leve. E viver isso é muito bom.

Você disse que era para sempre. Ainda bem que não foi.

Texto colaborativo de Gabriel Couto. Formado em Marketing, redator publicitário e escritor. Questionador de tudo, inclusive de si mesmo. Questiona até a descrição acima. Escreve para o blog Papo Sem Curva

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Colaboradores MHM
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