Você está conhecendo a pessoa ou interagindo com aquela garota pela primeira vez. Logo surge uma pergunta padrão que, segundo os especialistas, é capaz de acabar com qualquer interação, além de emitir um juízo de valor negativo em relação a sua pessoa. Quer saber qual é questão perigosa que você nunca mais deveria fazer em um primeiro momento?
O que você faz da vida?
Ela é simples, parece muito inofensiva e você, provavelmente já usou muitas vezes. Normalmente usamos ela em um primeiro momento, como uma forma de adquirir informações da outra pessoa para tentar criar uma ponte para um diálogo. Só que dentro dela está uma mensagem de querer associar quem somos com o que fazemos.
Segundo Elizabeth Spiers, antiga editora-chefe do jornal New York Observer, “O que você faz?” ou “Com o que você trabalha?” é uma das mais complexas perguntas que se pode fazer. Isso porque dentro dela estão várias perguntas implícitas, como “Quanto você ganha?”, “O seu trabalho é significante?” e “Será que temos algo em comum?”.
Caso você encontre pessoas que tenham orgulho do seu cargo e da empresa onde trabalham, você não terá nenhum problema. Pelo contrário, pode até ser um fator positivo para conectar uma conversa onde a pessoa explana sobre sua função ou empresa de prestígio.
O grande problema está em quem não tem esse sentimento (ou boa parte das pessoas). Isso cria uma grande barreira para uma possível conversa e interação.
“Há um tipo de fuga na afiliação institucional da pessoa, ou em alguns cargos de trabalho. Mas o que todas essas coisas dizem de fato sobre quem nós somos? Há um perigo em nossa identidade pessoal estar incorporada ao nosso trabalho, ainda que o trabalho consuma tudo que fazemos”, escreveu Spiers em um post no Medium.
Em nossa cultura atual voltada para o sucesso, muitas pessoas consideram que a identidade pessoal e o trabalho são inseparáveis. A realidade é que em raros os casos somos aquilo que atuamos profissionalmente.
Nem mesmo se você estiver atuando no seu ‘trabalho dos sonhos’ ou montar a empresa com a sua cara, você vai precisar conviver com rotinas e funções que pouco tem identificação.
Claro, que é muito melhor quando o trabalho se torna um reflexo da sua identidade. Mas, é muito arriscado construir pilares na carreira desta forma, pois a partir do momento em que aquele emprego não dar mais certo, a sensação de vazio vai te dominar. Então, você vai partir em busca de outro trabalho para suprir esse valor pessoal.
“Quando saí do meu emprego, eu fiquei arrasada. Eu simplesmente não conseguia me recompor e seguir em frente”, escreveu Erin Callan, ex-CEO da corretora Lehman Brothers, em uma coluna no jornal New York Times. “Eu não sabia distinguir o meu valor como pessoa do trabalho que eu fazia. O que eu fazia era quem eu era”.
“Quando eu parei para pensar porque eu estava resistindo tanto àquela decisão, eu percebi algo sobre mim mesma do qual eu não gostei, algo que tenho até vergonha de admitir agora. A principal razão pela qual eu estava relutando em sair era que eu estaria abrindo mão da segurança e do prestígio associado à vida de um funcionário da Google. Refletindo um pouco mais, eu percebi que o reconhecimento externo infelizmente havia se tornado a minha maior motivação”. Revela Ellen Huerta no texto publicado no HuffPost ‘Por que eu sai do Google’.
O Xis do problema
A questão não está em perguntar o que a pessoa faz ou explanar sobre a nossa própria experiência profissional, mas em transformar a resposta da pessoa em um atributo primordial do seu caráter e identidade. Começar uma conversa com um desconhecido perguntando “o que você faz?” pode ser uma maneira certeira de não estabelecer uma conexão autêntica com aquela pessoa.
Existem pessoas que amam o trabalho e se sentem totalmente realizadas na sua carreira. Outras têm o trabalho como um ocupação para arrumar dinheiro para pagar as contas e fazer outras atividades que lhes permitam uma realização pessoal. E ainda existem aquelas pessoas que não tiveram condições financeiras e nem oportunidades para trabalhar em algo que consideram significante e agregador para si.
Como você vê, nossa carreira nem sempre traduz a complexidade do que somos.
Então você me pergunta: como devo iniciar uma conversa. Seguem abaixo algumas das milhares de formas de abordar alguém de maneira interessante:
– Faça um elogio
– Conte uma história engraçada
– Aborde algum aspecto constrangedor ou curioso da situação em que se encontram
– Use alguma coisa que esteja acontecendo no momento como mote para um assunto em comum (estilo musical, ambiente no qual estão inseridos, tipo de comida, bebida, etc).
Fonte: Brasil Post
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